Não há sentimento mais incómodo que o sentimento de indiferença.
É um completo modo de viver como que num barco à deriva. Não há rumo a seguir, mas também não há revolta nisso. Não há revolta, nem tristeza, nem mágoa, nem felicidade, nem tranquilidade. Apenas apatia.
Sendo muito honesta ... a indiferença assusta-me. Talvez nunca o tenha dito em voz alta, mas a realidade assusta imenso. É um ponto na vida em que é mesmo indiferente estar ou não estar presente, porque nada consegue puxar algum tipo de emoção que faça a vida ganhar cor.
Pensei acerca disso nos últimos tempos, e concluo que o estado de indiferença é um estado tão confuso que é difícil de ser explicado. Porque é que não se sente nada ? Para onde é que as emoções vão ?
E esta apatia sente-se em coisas do dia a dia que outrora até davam prazer. Beber um café com amigos, jantar com a família, dar uma volta de carro, ouvir música, ler um livro. São coisas que despertam tão pouco em nós, que até se torna aborrecido. E assim se salta para o estágio de "não me apetece fazer, também me aborrece de qualquer das formas".
