"É, a minha de fé, minha preferida Eu, eu caso com essa mulher e vou parar lá em Maldivas É, a minha de fé, minha preferida Eu, eu caso com essa mulher e vou parar lá em Maldivas"
- Maldivas Ludmilla
Rio de Janeiro, Sábado, 20 de junho de 2021
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- Se arrume que logo mais iremos para o aniversário do Douglas. - diz de uma forma autoritária.
- Eu não quero ir à lugar nenhum. - enxugo as lágrimas que insistem em escorrer pela minha face.
- Sabe que eu não peço nada, mando. Ou você vai, ou você vai. Depois vem reclamar que gosto de ficar com outras vadias, pelo menos elas sabem me satisfazer melhor do que você. É a minha mulher, e vai fazer o que eu quiser. E pare de chorar que nem uma criança. Vista uma roupa de mangas longas, não quero que ninguém veja essas suas manchas, e cubra este rosto com maquiagem. E há de você chegar lá com cara de enterro. Anda logo!
Me levanto da cama, sentindo dor, e dirijo ao banheiro. Me dispo, e fico por debaixo do chuveiro, ainda sem abri-lo. Deslizo de costas na parede até sentar sobre o box. Começo a chorar em soluços. O que eu fiz para merecer tudo isso, Deus? Porque eu me apaixonei por um homem que nem é ser humano como o Gustavo? Por que eu me deixei enganar nas suas conversas e promessas não cumpridas? Ele enganou não só a mim, mas toda a minha família.
Fui uma boba, uma tola, o conto de fadas se transformou num filme de terror. No início, era tratada como uma princesa, agora, pior do que uma enteada por uma madrasta. Eu deveria dar prioridade a minha vida, mas agora não vale a pena dizer o que eu deveria ou não fazer, sendo que já estou nas suas mãos.
Decido tomar um banho rápido, porque caso demorasse, chegaria aqui, e o meu corpo não aguenta mais. Não consigo nem tomar um banho direito devido a dor. Quando começou a ocorrer tudo isso, eu já não poderia fazer nada, sou muito fraca. Saio do box, e me enxugo. Vou levar um tempo para me maquiar, devido a mancha roxa que tenho por debaixo do olho esquerdo. Eu já nem me defendo mais, não tenho mais força, ele já me tirou tudo, até a minha vontade de viver.
Estamos numa época fria, e por isso ninguém irá desconfiar quando me ver com uma roupa comprida. Mas não faria diferença, sendo que já estou acostumada a mentir. Ele me fez ser uma pessoa que nunca imaginei. Eu perdi todo o brilho que tinha. Por completo.
- Você está demorando demais. Eu tenho pressa. - ouço a voz rude do lado de fora, que não era nada assim quando nos conhecemos. Ele sempre foi desta forma, só eu que não quis ver.
Começou com a opinião sobre as minhas roupas, em que eu não podia vestir, não podia sair com as minhas amigas, e nem poderia conversar com homens, de fora o meu pai.
- Tá muito gata, hein! Eu soube escolher muito bem a minha mulher. Vai dar inveja na festa. - diz quando eu tinha saído do closet. - Não fique longe de mim em nenhum momento, não saia da minha vista. Digo desde agora, para não criar problemas por lá, senão, você já sabe. - apenas balanço a cabeça a confirmar.
