025

3.6K 185 106
                                    

Dom

Eu sei que pisei na bola, fui um escroto, filho da puta. E gostaria de ter uma explicação plausível, poder justificar meu erro, mas não tenho. Eu simplesmente não aguentei quando ela ficou de quatro na minha frente e subiu o vestido, puta merda, ela estava sem calcinha.
A Beatriz sempre foi gostosa, nem depois de parir ela mudou. E quando vi ela, primeiro queria dar uns tiros naquela cara branca, mas depois ela começou a se jogar em mim.
Como eu vou dizer não àquele boquete maluco!!?

Mas agora me arrependo. A Paloma está tentando fingir, mas sei que ela está mal.
Queria que ela chorasse ou gritasse, que me xingasse, que ela tirasse tudo pra fora, mas não, ela está fingido que nada aconteceu, as vezes fica fria, mas logo me trata normal.
Eu sei que isso doeu nela mais que qualquer outra puta que já ficou comigo. E não sei como me redimir.

Por quê aquela vadia tinha que aparecer justo agora! Com esse papo de que precisa de grana, que está passando dificuldade é que e a mãe do meu filho. No final era só para complicar mais minha vida.

Paloma volta do banheiro uns quinze minutos depois e ela continua agindo normal.

Paloma: vou esquentar algo pra comer, vai querer? — pergunta quando já está usando uma blusa larga.

Dom: não estou com fome, vou só tomar um banho.

Paloma: ok — deu de ombros e saiu do quarto.

•••
CINCO DIAS DEPOIS

O clima com a Paloma continua o mesmo, ela finge que nada aconteceu, mas não o bastante para deixar que eu toque nela.
É como se fosse aqueles casamentos de fachada das novelas. "A gente está bem, mas nada de sexo".
Porra, como ela quer que eu não fique com outras mulheres. Recebo fotos das partes íntimas de mulheres todos os dias, e todo o dia tem uma vadia indo se mostrar disponível na boca.

Beto: o Pezão falou que eles estão vindo já — informa.

Dom: tá legal. — respondo e termino a ligação.

É dia dos chefes do comando vermelho virem buscar a grana do mês. Com a droga nova da Colômbia, faturamos mais que o normal. E o deles é 150mil, 50 mil pra mim e 50mil para dividir pelos que trabalham pra mim.
Fizemos 250 mil reais nessa porra. A grana já está separada e guardada.

Dom: tô indo — falo pra Paloma que está arrumando o Enzo pra escolinha.

Paloma: ok — é o único que ela fala ultimamente, tudo bem, ok, tá, que seja. Não que eu a culpe, estou mais que ciente da merda que fiz.

Saio com a moto, todos no morro me cumprimentam, crianças, adultos e idosos. Esse é o poder que muitos matariam para ter. E mesmo que meu pai tenha sido dono antes de mim, sei que muitos não estão contentes e na primeira oportunidade farão de tudo para foder comigo.
Não seria a primeira vez, e não me assusto. Quem se mete comigo eu tiro de circulação. Essa porra é meu império. X9, gente querendo dar golpe, traidores, eu mato com minhas próprias mãos, e na frente de todo o morro, para que aprendam que me respeitar não é uma opção.

Quando chego na boca, Pezão e mais alguns alguns homens dele estão na espera.
Pezão era dono do Alemão, mas agora está na frente do Comando Vermelho, ele e eu nunca nos demos muito bem. Na verdade ele já quis me ferrar uma vez, mas isso é história antiga.

Dom: cheguei — falo animado — A droga nova da Colômbia foi um sucesso — Falo directamente para o Russo.

Pezão: tem novo carregamento para próxima semana.

Dom: Beto, bora lá pegar a grana — saio andando até minha salinha e Beto vem logo depois, fecho a porta. Não confio em ninguém nessa porra além dele.

Dom: pega aí a bolsa — falo abrindo espaço na mesa para separar a grana.

Beto: cara... — fala baixo.

Dom: que foi?? Nunca viu tanta grana junta é? — pergunto rindo enquanto me sento.

Beto: a grana sumiu — na mesma hora dou um pulo da cadeira, viu até o local onde guardamos o dinheiro e afasto ele.

Dom: Puta que pariu — falo dando um soco no ar.

Olho para o Beto, ele é o único que sabe da grana, é o único que sabia onde estava. Porra caralho, sei que nessa merda ninguém é de confiança. Mas ele é meu irmão.

Dom: tu não pegou né?

Beto: vai te foder caralho, tu sabe que se a gente não pagar, eu rodo tanto quanto você — e ele está certo.

Dom: mas só nós dois sabíamos da grana.

Beto: a gente não sabe quem entra aqui na nossa ausência cara. Esses viciados de merda podem ter roubado a grana, merda.

Suspiro e vou até a porta. O filho da puta do Pezão não vai pensar duas vezes antes de me ferrar.

Pezão: tavam se comendo é? Demoraram demais caralho. — ele olha para mim depois pro Beto — Cadê a grana?

Dom: a gente teve um problema — ele me olha de cima pra baixo — Roubaram a grana.

Pezão: tá dizendo que tu não vai poder pagar? A gente te deu drogas de qualidade directamente da Colômbia e tu fala que não pode pagar caralho? — nesse momento ele e os homens dele já estão com as armas apontadas pra mim.

Dom: não foi o que eu disse — falo firme — Preciso de uma semana, consigo a grana.

Pezão: tá achando o quê Dom?

Dom: qual é cara? Tu sabe que eu não faria essa besteira, alguém pegou a grana. E em uma semana eu consigo.

Pezão: dois dias — fala e eles abaixam as armas — Tem muita gente que pode assumir teu lugar — ameaça.

Filho da puta.

__________________

Rogério Costa (Pezão), 34 anos

Rogério Costa (Pezão), 34 anos

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Você leu todos os capítulos publicados.

⏰ Última atualização: Feb 23, 2022 ⏰

Adicione esta história à sua Biblioteca e seja notificado quando novos capítulos chegarem!

Mulher De Traficante [LIVRO 2]Onde histórias criam vida. Descubra agora