Friday

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— Que falta de vergonha! — A senhora gritava no auge das 5 da manhã, acordando todos os vizinhos curiosos que correram até o apartamento de Chuuya.

O ruivo estava em pé com os braços cruzados observando todo o escândalo que aquela senhora fazia, logo pela manhã.

O síndico, tio de Dazai, tentava a acalmar, mas todas as vezes que se aproximava da mulher, ela batia com um rolo de papel de sei lá onde ela arranjou.

Chuuya sentia sua cabeça doer a ponto de querer pular para fora da janela. Quando fechava os olhos, ela jogava o rolo de papel em seu rosto.

Dazai dormia profundamente em seu quarto, enrolado em seus lençóis roncando e provavelmente babando no colchão.

A neta da senhora barulhenta tentava acordar Osamu, mas sem nenhum progresso.

O síndico empurrava a mulher que xingava em meio a uma possível oração para "libertar" os dois rapazes de qualquer relação.

Os vizinhos fofoqueiros faziam o que sabem fazer de melhor, cochichar no ouvido e rir da situação e estar lá somente para assistir.

—Me deixe! Eles estão possuídos pelo diabo! Você viu, não viu? —Ela gritou batendo o jornal nas costas do homem.

— O que? O que você quer dizer? — Perguntou ele segurando-a pelo braço.

— Você é cego? Eles estavam juntos! Dormindo juntos!!! — Ela exclamou e a vizinha que ajudava o síndico tampou a boca com uma das mãos.

— Juntos? — A outra exclamou. Os outros curiosos ficaram chocados por razão nenhuma. Chuuya suspirou estressado com todo o atormentado que estava passando.

Ele olhou no relógio da sala, já faz tanto tempo que ela insiste com isso que já está prestes a dar 6 da manhã. Ele tinha um compromisso, fazer compras antes de voltar, por volta das 8.

— Expulse ele! Ele causa tantos problemas! — Outro senhor que chegou por último gritou. Todos pararam, e prestaram atenção nele.

— Me expulsar? — Repetiu o Nakahara.

— Exato. Desde sua chegada você veio criando problemas. Quantas madrugadas você acordou pessoas? — O senhor articulou exclamando com um tom grosso e áspero.

Chuuya pode somente escutar o que aquele senhor tinha a dizer. No final, ele havia um bom timming.

— Aconteceu algo? — Perguntou Dazai se intrometendo na conversa. Provavelmente nem ele se tocou que acabou piorando a situação.

A primeira reação não deu em nada, quero dizer, eles não entregaram a Dazai suas vestimentas que trouxeram junto com os remédios.

O moreno simplesmente se jogou nas costas do ruivo, caindo no sono novamente. Prestes a cair, Chuuya acabou o segurando e fazendo-o despertar segundos depois.

— Hum? —

— Acho melhor você voltar a dormir. — Disse Chuuya a Dazai.

— Eu não consigo dormir com pessoas gritando... —

— Eu também não, mas por sua culpa estou tendo que aturar pessoas gritando me impedindo de dormir. —

— Acho melhor você se vestir, Dazai. — Comentou Chuuya o empurrando de volta para o quarto.

— E-Ele... Ele estava...? —

— Não totalmente... —

— Vó? Tire a mão dos meus olhos! —

— ... —

— VOCÊ TRANSOU COM ELE? VOCÊ TRANSOU COM MEU NETO? COMO OUSA? —

— QUE? EU NÃO! —

Dazai perambulava pelo corredor até o quarto quando finalmente se deu conta.

— Oh, estou só de cueca? — Ele se questionou. — Isso faz sentido... —

— DAZAI! SE VISTA E VENHA AQUI AGORA EXPLICAR O QUE ACONTECEU! —

— Eu já não disse? —

— EU NÃO CONFIO EM VOCÊ, ANÃO! —

— Eu pediria para você me respeitar, velho. —

— ELE NÃO É VELHO! RESPEITE ELE! —

— Vó, eu acho que ele é velho sim... —

[...]

Depois de minutos tentando explicar o que aconteceu. Finalmente todos ali conseguiram entender que nunca teve nenhuma relação maliciosa.

A vovó e o vovô saíram arrastando um ao outro para fora do apartamento. Os vizinhos fofoqueiros deram a desculpa de ajudar o casal mais velho a se deslocarem a suas casas.

O tio de Dazai simplesmente entregou as mudas de roupa e abandonou seu sobrinho com Chuuya.

Ele poderia tragar um cigarro ou se embebedar logo pela manhã para relaxar e esquecer, mas o sono era mais além do que isso.

Dazai pegava uma boa parte da cama, isso era irritante até porque ele aparentava ser alguém que se mexia demais enquanto dormia.

Ele o empurrou até onde deu, literalmente até a beira da cama e se confortou em seus lençóis.

— Por que você me empurrou? — Perguntou Dazai quase empurrando Chuuya para fora da cama.

— A cama é minha, preciso de espaço. — Ele rebateu.

— Convidados devem dormir na cama, residentes devem dormir no sofá. —

— Eu sou o convidado, e você o residente. Agora cale a boca e durma! —

"verônica, open the door!"Onde histórias criam vida. Descubra agora