Pela primeira vez que seus olhos puderam capturar sendo cuidado com delicadeza foi dias antes de perde-la. Ele consegue se lembrar dos fios castanhos balançando entre a ventania, antes do pior acontecer e nunca mais se verem.
Por ser seu sonho e motivação, ela nunca argumentou contra, somente o ajudou a perseverar a ideia doentia aos olhos dos outros. Eles tentaram avisar, mas ela pedia para esquece-los e continuar com seu projeto.
Eles se beijaram e despediram um do outro. Ela o empurrou no limbo e se agraciou da morte sonhada por ele, sozinha.
Ele ficou em uma situação terrível, mas a mágoa se tornou sua nova motivação para ir em busca e refazer, corrigir seu erro do passado. Infelizmente, ele ficou famoso, seria difícil encontrar outra pessoa.
Ela levou seus sentimentos ao túmulo, e o entregou um trauma e maldição de pensar em mais ninguém além dela até encontrar um sentimento maior que sua forma física e espiritual. Isso era impossível. Ele via ela em todos os lugares, pessoas e até mesmo o devorando através dos espelhos.
Ele tentava amenizar sua dor psicológica com coisas pontudas que o cortavam e o aliviavam e derramavam lágrimas.
Mesmo depois de tanto tempo, a sensação de que ela se tornou seu maior medo não desapareceu até conhecer outro jovem com uma diferença imensa de tamanho que usava um chapéu feio. Ela está longe agora, pela primeira vez. Por favor, não me diga que você vai me abandonar de novo?
Dazai estendia sua mão para o nada. Chuuya o chamava, mas ele parecia incosciente ou surdo. Algo o impedia de voltar, ele murmurando palavras estranhas e enrolando a língua já era insuportavél.
Ele segurou a mão a deriva com cuidado. Estava gelada. Ele sentiu um reflexo agarrar forte sua mão e se forçar contra ela.
Agora Dazai apertava sua mão extremamente forte e tossia como se estivesse se afogando, ele recuperava o ar de uma forma assustadora. Chuuya tentou se levantar para trazer um copo d'água porém Dazai agarrou seu braço o impedindo de sair dali.
Ele parou de tossir até sua garganta doer. Agora Chuuya pôde se levantar e pegar um copo de água. Ao ir a cozinha, ele ligou para o tio do jovem que por sorte ainda estava acordado e traria roupas e viria verificar o sobrinho.
O ruivo voltou com o copo e entregou ao moreno que abraçava as próprias pernas evitando olhar até mesmo a mão com o copo. Ele pegou e bebeu relutante. Era somente água, sem nenhum remédio ou ansiolítico. Era água pura.
Ele entregou o copo seco sem nenhuma gota sequer pingava fora. Chuuya deixou encima do criado mudo e voltou a atenção do rapaz que se escondia com o rosto abaixado.
Ao tocar na testa com dificuldade, ele sentiu que tremia.
— Sua febre diminuiu. Seu tio vem aqui daqui a alguns minutos. — Disse Chuuya puxando o lençol para perto de Dazai que olhou minimamente.
— Você quer que eu durma aqui? — Ele perguntou e Chuuya acenou com a cabeça um 'sim' silencioso. O rapaz suspirou.
— Sinceramente, por que de todas as pessoas para cair eu justamente caí na sua porta? — Ele resmungou puxando o lençol da cama até seus ombros e se confortando em alguma boa posição para dormir.
— Se você tivesse caído na casa de qualquer outra pessoa, eles teriam tido o mesmo trabalho que eu? — Indagou o ruivo prendendo seu cabelo em um rabo de cavalo baixo.
— Eu acredito que sim, afinal eles te conhecem e te dariam conselhos e maneiras de abandonar seus pensamentos para que em seguida você esqueça todos eles. —
— Aonde você quer chegar? —
— Em lugar nenhum. Eu só tenho uma teoria sobre isso, eu queria perguntar sobre mas vou esperar você se recuperar. —
— Eu... posso pedir algo? —
— Dependendo do que seja. —
— Ahem... Sabe, eu só consigo dormir agarrado com coisas, então... —
— Há outro travesseiro atrás de você. —
— Oh... Onde você vai dormir? —
—Na sala?— Chuuya fez uma pausa.
— Por acaso você está me chamando para dormir com você? Você é muito rápido. —
— Pense antes de falar! Eu não curto o que você pensa, muito pelo contrário! Eu só preciso abraçar alguém durante a noite. —
— Não parece. —
— Somente venha aqui e seja meu travesseiro! —
[...]
O homem caminhava pelos corredores juntamente com outra senhora e sua neta. Uma muda de roupas, remédios e alimentos para um corpo fraco.
Quando estava se preparando para dormir, Nakahara o liga e avisa que seu sobrinho está desacordado após beber mais que o normal. Ele ficou em choque e chamou sua antiga amiga que era como uma mãe ao seu sobrinho e sua neta que possuía um certo interesse questionável.
Ao chegar no apartamento, a porta estava somente encostada, e assim entraram de uma vez.
— Dazai? Senhor Nakahara? — Ele perguntou a ponto de gritar. Ele estava nervoso, já faz muito tempo desde a última vez que isso aconteceu. Desde quando os caminhos dela com os dele se separaram.
— ... Eu achei ele. — A adolescente falou na frente do quarto do Nakahara. O tio e a senhora praticamente voaram até o quarto.
Quando o homem mais velho começaria um discurso melancólico para o sobrinho, piscou algumas vezes ao perceber que era seu próprio sobrinho dormido agarrado com o rapaz ruivo que o alertou o acontecimento
— OSAMU DAZAI!! —
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"verônica, open the door!"
FanfictionNakahara Chuuya passou uma semana turbulenta sendo atormentado por um homem que todas as madrugadas gritava o nome de uma mulher. soukoku.