Dazai contava sua história de romance que na verdade foi uma tragédia traumatizante. Mas acontece que, enquanto contava, sua língua foi enrolando. O álcool foi fazendo efeito de acordo com o que explicava.
Chuuya percebeu que o moreno chegou a roubar um de seus litros que deveria ter guardado com mais segurança para viajem.
Osamu estava quase caindo para lado vago da janela, prestes a se encontrar com Verônica mais uma vez.
Suas palavras eram tão contorcidas, a única coisa que Nakahara pode entender foi a frase final.
Ele podia sentir a verdade através delas, mas resolveu ignorar e fingir que nunca as escutou na vida. Era algo meloso dedicado a ele.
O ruivo nunca teve a intenção de salvar alguém assim, mas algo o deixou com uma pulga atrás da orelha.
Qual seria o motivo no qual Verônica fez isso? Por que tão de repente? Ele se perguntava bebendo seu vinho.
Ele segurava Dazai pelo pulso para que não acabe caindo da janela e morra. Cansado de ficar tomando de conta de um jovem alcoólatra, ele o arrastou até sua cama e o deixou dormindo esparramado.
Chuuya se banharia para se livrar do cheiro da bebida e do cigarro, logo em seguida sairia em uma caminhada para esvaziar sua mente após a história contada a ele.
E assim fez. Não havia tantas pessoas na rua. Era ótimo mas também péssimo. Com poucas pessoas, era algo calmo; Sem várias pessoas ele seria uma vítima fácil para um possível assalto.
Ele balançou sua cabeça para esquecer o pensamentos ruins e saiu do apartamento.
Dazai sempre anda com as chaves de todos, com isso em mente eu conseguiu a chave do portão de fora que o permite ir até a calçada.
Ele saiu e caminhou calmamente do lado de fora.
A esperança de se esquecer do que foi feito foi abandonada pelo seu senso curioso.
Nakahara era apenas um residente temporário, ele não poderia sair perguntando o que aconteceu para qualquer um.
Confiar em Dazai não é uma escolha, ele é apenas um bebum que desmaia ao se entregar demais ao álcool, quem dirá se ele está falando a verdade?
Isso o deixava com sinais de interrogação em cima de sua cabeça, completamente confuso sobre o que fazer.
Além de não ter tempo o suficiente de descobrir, amanhã pela tarde ele estará partindo desta cidade para voltar a sua querida e única Yokohama.
Seu corpo estava suado e sujo de tanto correr pelos lados, sua garganta também ardia por ter sido exposta ao frio durante a caminhada.
Depois de longas corridas, ele retornou. Alguém vestido com uma blusa longa cor de areia, cabelo castanho escuro e pupilas da mesma cor o esperavam.
Chuuya queria ignora-lo, mas este puxou seu braço e o abraçou na frente do prédio.
Chuuya ficou confuso mais uma vez. Dazai Osamu é pior que um enigma nunca respondido, somente teorias sobre ele existem.
— Que caralho? — Murmurou o ruivo, todavia o rapaz apertou o abraço e descansou seu queixo na dobra de Chuuya.
— Você me escutou. Dificilmente alguém me escuta. Obrigado. — Ele agradeceu. Chuuya estava quase o empurrando na parede, estava tão apertado que ele estava ficando vermelho ou quase roxo pela falta de ar.
— Certo, agora me solte! — Exigiu Chuuya e Dazai o soltou de forma ignorante sorrindo sarcástico.
— Eu não deveria, você roubou uma das minhas chaves! — Iniciou o moreno.
— Oh, então você veio aqui para me cobrar? Aqui estão. — Respondeu Chuuya descendo sua mão até seu bolso onde pôs as chaves. Elas não estavam ali.
O ruivo se desesperou por segundos até o som delas entrando em choque uma com a outro soou em seu ouvido.
Osamu girava elas em seu dedo indicador prestes a gargalhar. Era cedo da manhã, Chuuya não acharia legal receber outro sermão pela manhã.
Chuuya tampou a boca de Dazai o impedindo de fazer um som sequer. O ruivo o puxou para dentro e o fez fechar o portão de volta.
— Você tem mãos pequenas. —
— ...? —
— São fofas. Você me deixa beijar sua mão? —
— Não, obrigado. —
— Apenas dessa vez! —
— Não. —
[...]
Chuuya acabou carregando o rapaz no colo pelas escadas até seu apartamento. Onde seu tio repousava durante o trabalho estava trancado, e ele estava provavelmente dormindo.
Nenhum quis atrapalha-lo, então sobrou para que ele dormisse em seu apartamento mais uma vez, pela última vez.
Chuuya tomou outro banho para se livrar da sujeira e suor. Dazai o questionava atrás da porta do banheiro trancado o porquê de tomar mais de um banho por dia, além de um tão cedo quando vai e volta.
Eles jantaram, ou tomaram café da manhã mais uma vez e foram descansar na cama. Dazai no chão, Chuuya na cama finalizando seu livro de poemas, que conseguiu de volta, pela primeira vez.
Quando acabou, ele o deixaria no criado mudo e pela manhã guardaria em sua mala, porém Dazai confiscou novamente e disse que isso era uma memória do ruivo para ele.
A forma em que Dazai acredita ter sido salvo por Chuuya é completamente diferente da forma que Chuuya acha isso como uma história barata de um bêbado.
Enquanto o que Dazai sente é verdadeiro, Chuuya pensa que é somente uma encenação para roubar seus vinhos e cigarros, como ele fez durante seu banho.
Chuuya começou a pensar, O que Dazai fará quando eu for embora?
Ele bateu a mão em seu rosto com um som de estalo, Dazai se questionou isso enquanto estralava seus dedos finos e branquelos.
— Você se bateu ou eu me quebrei? — Ele perguntou em um tom inocente se sentando na beira da cama, na possível tentativa de se deitar ao lado do ruivo.
— Não importa... —
[...]
Dazai soltava piadinhas sem graça para Chuuya a cada 10 minutos exatamente contados.
Chuuya não aguentava mais escutar ou ver este ser correndo por sua casa, bagunçando e agindo como uma criança livre.
O ruivo deve confessar, era até interessante o sentimento de liberdade que possivelmente ele trouxe para o moreno, e esperava que ficasse.
Dazai sabe que Chuuya irá embora amanhã, e por isso que está se embreagando e exigindo toda a atenção somente para si.
Chuuya gostaria de passar o último dia finalmente dormindo tranquilamente, porém aparentemente nem isso conseguirá por conta do rapaz energético.
Enquanto Nakahara raramente caía no sono e cochilava, Osamu o deixava dormir com a cabeça em seu colo enquanto fazia tranças em seu cabelo.
Suas atitudes são vindas de algum tipo de desejo que gostaria de ter cumprido com a garota que o deixou sem nenhum aviso.
Durante essas brincadeiras, ambos caíram finalmente no sono e dormiram em uma péssima posição. No final, acabaram dormindo agarrados um no outro por conta do frio e preguiça de procurar os lençóis.
Amanhã é o último dia que veria o ruivo, e um pouco doloroso. Principalmente para Dazai.
VOCÊ ESTÁ LENDO
"verônica, open the door!"
FanfictionNakahara Chuuya passou uma semana turbulenta sendo atormentado por um homem que todas as madrugadas gritava o nome de uma mulher. soukoku.