Wednesday

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Chuuya pensou que havia se livrado e teria uma noite calma para repor a turbulenta de dois dias atrás.

Eu sabia que não, mas mesmo assim enganou a si próprio para dormir tranquilamente.

Mais uma vez, o bêbado batia em sua porta. Ele gritava algumas palavras inaudíveis, a língua enrolava muito a cada palavra que deveria ser dita, se aquilo pelo menos pudesse ser considerado palavras.

Chegou a um ponto que ele socou a porta. Desta vez, ele não estava sozinho.

Chuuya encarava o teto juntamente com suas olheiras que imploravam para dormir, entretanto, ele era sensível demais para simplesmente dormir.

Ele se levantou casualmente até a cozinha beber água, em seguida foi olhar pelo olho mágico quem estaria fazendo par com o bêbado.

— Hum? — Ele se indagou. Não havia ninguém no outro lado. O ruivo pensou que estava finalmente livre e poderia dormir, mas um breve déjà vu da noite anterior passou por sua mente.

Em segundos outro olho se encontrou com o seu através do olho mágico. Seu corpo se arrepiou e ele pulou para trás por conta do susto.

Sua respiração ficou desregulada pelo susto. Ele não podia dizer sequer de quem era aqueles olhos. Olhar para a íris imediatamente foi mais assustador que os trabalhos que recebia.

Perdido pelo susto, o som da chave rodando tentando destrancar por fora. A maçaneta foi girada e a porta aberta.
Era o mesmo bêbado de sempre e...

— O que o senhor está fazendo aqui? — Perguntou Chuuya e foi deixado no vácuo pelo síndico.

Um bêbado e o outro aparentemente sonâmbulo. Perfeito, a dupla está aqui para perturbar sua noite. Ele estava cansado o suficiente para não chutar os dois.

Dazai simplesmente se jogou no chão igual da última vez e murmurou o nome da tal Verônica mais uma vez. O síndico pelo contrário, ficou em pé na porta e não deu nenhum passo a frente.

Síndico dormia inocentemente em pé enquanto o outro estava desmaiado, babando em seu tapete.

Chuuya levou a mão até o rosto e cobriu com uma certa vergonha e um tanto confuso sobre o que vai fazer sobre os dois.

Até a cozinha, ele fez café e ligou para o guarda do saguão. Parece que ele também caiu em sono profundo e ninguém atendeu a ligação.

As luzes dos vizinhos estavam todas desligadas, provavelmente dormindo em um belo e confortável sono que o ruivo invejava.

Ele bebia seu café em uma xícara clara lendo o livro de poemas que ganhou e começou sua leitura na segunda passada. Era um belo livro que o ajudava a se acalmar pelo menos.

— Ei, posso tomar um pouco de café aí também? — Alguém sussurrou a ele.

O susto repentino o fez derrubar uma gota do café quente em seu próprio pé e isso o fez pular para tentar se livrar.

Dazai o encarava com seus olhos fundos e escuros e olheiras mais profundas ainda. Seu cabelo estava bagunçado e havia saliva escorrendo por sua boca. Ele fedia a álcool.

Chuuya se acalmou e o encarou durante alguns segundos. Mesmo que se rosto parecia meio escuro, dava pra notar que ele realmente queria. O homem ruivo suspirou e colocou café na xícara para o rapaz mais alto.

— Merda, eu bebi pra caralho... — Ele murmurou antes de dar um gole da bebida quente que queimou brevemente seus lábios.

— Se é fraco para bebida, não beba e não me traga problemas! — Chuuya reclamou acabando com o café em sua xícara. Ele vai a procura de algum tipo de lenço para limpar o café que caiu em seu pé que grudava contra o chão do apartamento.

"verônica, open the door!"Onde histórias criam vida. Descubra agora