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Capítulo 8: Forgive and Forget (Bakugou)

Notas iniciais 

Demorou, mas veio!

Já venho pedindo desculpas, mas a escritora do Katsuki (vulgo eu, @Ailish_) sentiu um pouco (pra caralho) de dificuldades neste capítulo. Esperava muito mais de mim, mas deixo para vocês a avaliação lá no final.

Perdoem também o surto de mais de 20k de coisas escritas, mas foi feito com amor :)

Também é apresentado a gracinha da motocicleta do nosso loirão, vou deixar aqui uma imagem da poderosa Night Rod da Harley Davidson

Capítulo escrito por @AilishFox

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O café estava gelado e esquecido no canto da mesa, enquanto os olhos vermelhos estavam atentos aos anúncios de locações de apartamentos na região central da cidade. Depois de algum tempo estabilizado como herói, Katsuki já possuía capital suficiente para buscar a própria independência, o que também significava deixar de compartilhar a moradia com Shouto.

De alguma forma, sempre soube que isso aconteceria cedo ou tarde, porém a ideia ganhou mais urgência quando houve uma ruptura na dinâmica que estabeleceram nos últimos meses.

Por mais que não houvesse culpados, Katsuki sentiu-se extremamente responsável pelo incidente ao aceitar o pedido extravagante do bicolor. O resultado de sua insegurança combinado com os fantasmas que habitavam a mente de Shouto foi desastroso, lembrando-os do quanto deveriam ser cuidadosos todas as vezes que desejassem seguir pelo caminho mais radical dentro do sexo.

Haviam pontos importantes na relação de dominador e submisso que estavam desalinhados, pelo menos era o que informava os podcasts que ouvia no intervalo de seu turno, que frisava o quanto era fundamental a comunicação e a veracidade das emoções entre os praticantes. Naturalmente, os dois possuíam outros valores bem fundamentados como confiança e respeito, mas não foi o suficiente para a relação manter-se sólida entre eles.

Nunca houve diálogos sobre o que estavam fazendo, apenas algumas regras dentro do "jogo" que escolheram compartilhar embalados pelo tesão e a adrenalina de experimentar algo novo a cada transa. No primeiro instante, foi fácil arquitetar o mundo perfeito, principalmente para Katsuki, que gostava de ditar regras e possuir tudo que Shouto quisesse oferecer para ele, mas como alguns diziam por aí: a vida nem sempre é um mar de rosas.

Quando a merda explodiu sobre eles, o loiro entendeu o quanto estava envolvido e depositando mais emoções do que o bicolor estava disposto a receber. Alguém experiente não estaria infringindo a linha do apego, seria loucura pensar que Todoroki pudesse sentir qualquer outro tipo de sentimento por ele, informação reafirmada quando foi deixado de lado e outra pessoa foi requisitada no seu lugar.

A atitude de procurar um novo lugar para morar poderia ser dramática ou até mesmo exagerada, mas era a melhor solução possível nas atuais condições emocionais que perambulavam pelo seu cérebro. Katsuki cresceu recluso de conselhos e de pessoas que genuinamente zelavam pelo seu bem, nunca foi bom em oferecer aberturas para aproximações, sempre embalado pelo egoísmo e com a necessidade de agir sozinho. Era somente dessa forma que conseguia manter o controle de seus atos, mesmo que muitas vezes fosse mal interpretado por isso.

Desde que começou a interagir em sociedade, nunca foi altruísta de berço, focado apenas nas próprias virtudes e escapando diariamente de toda e qualquer situação que pudesse arruinar o foco da vitória absoluta. Toda a obsessão por poder o transformou em um adulto disfuncional, sobrecarregado de responsabilidade e com o ego frágil.

Não era à toa que Izuku tornou-se uma grande ameaça na época, pois batia fortemente contra todo o sistema de defesa que organizou para si. Isolar-se sempre pareceu muito atrativo, mesmo ciente que poderia estar perdendo pessoas e situações incríveis de sua vida. Porém, a aproximação intensa de Shouto o levou para lugares desconhecidos, deixando-o preso em cima do muro entre afastar-se completamente ou ser engolido pela tempestade de cores vermelho e branco.