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Capítulo 4: Blind Trust (Bakugou)

Notas iniciais:

Sem notas adicionais nesse capítulo.

Capítulo escrito por @Ailishfox

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O celular de Katsuki sempre estava dentro dos bolsos, mas desta vez o aparelho se encontrava na mão, observando o aplicativo instalado por Shouto naquela manhã. Era quase inacreditável pensar que com apenas alguns toques, poderia desmontar o colega de quarto, a ponto de fazê-lo gaguejar na sala de reuniões, na frente de vários heróis, incluindo Endeavor.

Se havia algo que adorava, era manter o controle sobre as coisas, não importava se era no campo de batalhas ou em afazeres simples do cotidiano. O loiro sabia que essa era uma característica que servia para o bem ou para o mal, e a pessoa que aproveitava com propriedade de suas fraquezas e forças era o bicolor. Era difícil de admitir, mas desde a U.A. o garoto possuía um estranho magnetismo sobre si, muito diferente do que Deku ou Kirishima despertavam com suas manias pegajosas de abraços e palavras de companheirismo.

Shouto era guerra e campo de paz, inferno e céu, quente e frio.

Katsuki gostava do que era ofertado, de desvendar o obscuro que havia na mente do outro herói. Aos poucos, era guiado por aquela dança hipnótica de duas cores, que bradava desafios e conforto onde não havia nenhuma palavra. Eles eram assim dentro e fora da cama, seria mentira dizer que o explosivo não estava gostando daquela interação que optaram por não classificar com nomes.

O polegar correu pelo visor do aparelho de forma lenta, lembrando-se do que o outro sussurrou ao pé do ouvido antes de entrar na reunião. Shouto era um fodido masoquista, que estava o guiando para a própria morte, deixando-o sem estruturas até mesmo numa sala com mais de vinte pessoas. Ele pressionou o polegar sem cerimônias, ciente que o toque podia cruzar a sala, invadir fundo e preciso o íntimo do meio ruivo, como já havia feito algumas vezes desde a missão da boate.

Lembrou-se da imagem do garoto de rosto corado e corpo entregue, emoldurado pelos longos cabelos dispersos sobre os lençóis. Katsuki sempre foi deslumbrado pela potência de Shouto, com seus poderes de gelo e fogo, e agora no sexo.

O loiro queria apoderar-se de tudo, dos sussurros aos orgasmos, uma necessidade quase obsessiva sobre o outro herói. Ele queria provar que era o melhor nas coisas que fazia, que poderia fazê-lo chorar de prazer sob seu aperto. Acreditava que era o único capaz de dissolver os fantasmas que acompanhavam Shouto, não importava onde ou quando, nada seria capaz de detê-lo. Ele o faria porque era assim que funcionava Katsuki Bakugou.

Pensar na bela obra-prima que era o bicolor no meio daquela conferência, também trazia na memória Enji Todoroki e sua cara de pau, que persistia em interagir com o filho em público. O olhar inflamado que direcionou para o homem seria capaz de explodir não só ele, mas o quarteirão inteiro com a raiva que despertava formigamentos nas pontas dos dedos carentes de destruição. E para o controle de Katsuki, nada melhor do que observar Shouto choramingando internamente, necessitado de sua presença.

O explosivo obrigou-se a morder o interior da bochecha para não rir do desconforto do herói na cadeira, que também foi observado por alguns integrantes da mesa, mais especificamente pelo ruivo que permaneceu com os olhos fixos no bicolor. Katsuki fingiu indiferença, mas estava estourando de dentro para fora com aquela cena patética, coisa que Enji tinha o dom de fazer acontecer quando envolvia algum dos filhos.

— Você está se sentindo bem, Shouto?

Quantos níveis de filha da putagem Endeavor poderia subir só naquele diálogo? Se dependesse de Bakugou, mostraria sobre aquela mesa o quanto poderia proteger Todoroki, fazê-lo gritar e gemer no meio da papelada estúpida do ex-herói nº1.