Capítulo 5

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Camila Pov

Massageando minhas têmporas, eu tentava me controlar. Eu já sabia que algo do tipo aconteceria, mas precisava ser agora? Passamos horas conversando com Dylan na noite anterior e fomos dormir bem tarde.

Ele estava feliz com seu trabalho e era visível como KJ se orgulhava dele.

Felizmente ele não era nenhum tirano que obrigava os filhos a seguirem a tradição da família ou que ia contra as suas escolhas.

Até hoje, a única escolha que foi contra, obviamente foi a de Demi. Seu namoro com Liam era algo que KJ não aceitaria de forma alguma. Mas fazia gosto do namoro de Dylan, e a possibilidade do noivado foi assunto por horas.

Mas apesar de quase adentrarmos a madrugada com nossos assuntos, acordamos cedo para que nos reuníssemos na hora do café da manhã. O clima estava leve e descontraído.

Até mesmo Demitria já tinha se esquecido das últimas brigas com o pai e estava mais alegre. Mas todo aquele clima meio festivo durou pouco.

Meu sogro entrou na sala, com o rosto em cólera, sem cumprimentar nem os netos e gritou impropérios para KJ.

Rapidamente Dylan saiu com Demi e Matt, embora a topetuda quisesse ficar. Pelo que ouvi, ela disse que não permitiria que ninguém ofendesse o pai, mesmo que fosse o avô. Tenho certeza que se KJ tivesse ouvido aquilo, Demi já estaria em seu colo sendo paparicada.

Assim que os jovens saíram, viemos os três para o escritório. Alex, Drew e Franco, que entraram correndo logo após a entrada intempestiva de Tupai, também vieram, curiosos com aquela gritaria. Agora, novamente pai e filho se encaravam.

Era triste ver aquela cena. Eu sei que desafiei KJ, mas, no fundo, eu sempre soube qual seria sua reação. Ele prezava os acordos, embora os outros às vezes não fizessem o mesmo. Mas ele tinha palavra.

E a palavra de KJ Apa sempre foi confiável. Por que mudaria agora? Confesso que quando ele se levantou, dizendo ir até aquele puteiro e
começar uma guerra...acreditei que ele ingressaria mesmo no ramo.

Contraditório, eu sei. Mas KJ era imprevisível. Jamais esperei que ele fosse até o bordel e dissesse algumas verdades para a amante de Tupai. No fundo, ela nem tinha culpa, mas KJ estava transtornado demais para pensar coerentemente.

Ou então, talvez ele tivesse mesmo razão em relação a tal Serena.

- Não passa de um petulante, arrogante. Quem te deu o direito de ir lá e falar aquelas barbaridades?

- Tem algo de podre nessa história e agora que me dei conta disso. Alguém quer nos enfiar no meio do fogo cruzado e você burramente não percebe isso.

- Eu ergui isso tudo, KJ. Você apenas herdou os negócios.

- Exatamente. Eu que herdei. Eu que comando. Se quer investir nesse ramo...que vá. Mas deixe meus negócios fora disso. Se não teve competência para fazê-lo antes, não tente tirar de mim agora.

- Veja lá como fala comigo. Eu sou seu pai.

- Você se esqueceu disso quando se envolveu com aquela prostituta. Esqueceu-se disso quando mais uma vez colocou nossa família na linha de tiro.

- Pois saiba que eu farei isso.

- Pois faça! Mas não venha pedir arrego depois. E eu juro, pai...Se algo acontecer a minha família por causa de sua burrice, eu esquecerei quem você é...E acabo com sua vida.

- Vamos ver quem acaba com quem primeiro, moleque.

- Eu deveria ter feito isso. Deveria ter colocado você numa camisa de força e internado num sanatório. Quando vai parar de agir como criança, chamando a atenção de todos? Isso não trará minha mãe de volta. Tessa está morta e nesse momento deve sentir nojo de você.

O Poderoso Apa - KjmilaOnde histórias criam vida. Descubra agora