Capítulo 2

264 24 25
                                    

KJ Pov

Nunca vi uma pessoa tão propensa a fazer merda quanto eu. Deveria ter ficado quieto em casa, deitado em minha cama, mesmo que estivesse louco de vontade de dar uns bons tapas na Demitria.

Mas não, eu tinha que sair. Tinha que me enfiar naquele bordel como se isso fosse mesmo me ajudar a relaxar. Ganhei foi uma bela dor de cabeça, com certeza resultado do uísque barato que me foi servido.

Acabei de crer que apenas Camila tinha o poder de me deixar relaxado e relativamente mais calmo. Já eram quase seis da manhã quando finalmente cheguei em casa.

Estacionei o carro e ao passar pela janela do meu quarto, vi as cortinas abertas, o que indicava que Camila já estava de pé. Já estava mais do que acostumada a acordar cedo comigo.

Entrei e já encontrei Yonta colocando a mesa do café.

- Bom dia, dinda.

- Bom dia menino. Está chegando agora? A menina Camila estava preocupada.

- Bobeira dela. Sabe que notícia ruim chega rápido.

- Está tudo bem?

- Poderia estar melhor.

- Descanse um pouco filho. Daqui a pouco seu pai chegará.

- Mais essa.- Resmunguei e subi as escadas.

Ouvi a movimentação no quarto de Demitria e no quarto do Matt, mas não entrei para falar com nenhum dos dois.

Ao entrar em meu quarto, encontrei Camila sentada na cama, ainda de roupão, os cabelos úmidos soltos e os pés descalços. Linda como sempre.

- Oi.

- Você demorou.

- Precisava me distrair. Vou tomar um banho.

Eu precisava realmente de um banho. Não me sentaria ao lado da minha mulher com aquele cheiro de cigarro, bebida e perfume barato.

Merda.Parecia que essa droga estava impregnada em minha pele.

Peguei a esponja e esfreguei com força em meu corpo. Lavei meus cabelos até sentir que todo aquele cheiro enjoativo saía de mim.

Quando voltei ao quarto, apenas com a toalha em volta da cintura, Camila ainda permanecia na mesma posição.

- Seu pai já deve estar chegando.

Dei de ombros e me sentei na poltrona em frente a ela. Apenas abri meus braços e ela imediatamente se levantou e sentou em meu colo.

Enfiou seus dedos em meus cabelos, massageando, me fazendo fechar os
olhos. Ela suspirou e esperou até que eu voltasse a abrir os olhos.

- Já cansei de te dizer que trabalho não faz você relaxar. Nunca fez. No mínimo faz você se esquecer de coisas desagradáveis por alguns momentos.

- Acho que preciso ouvir você mais às vezes.

- Também penso isso.

- E Demitria?

- Chorou até dormir. Está com medo do que você possa fazer contra o namorado.

- Namorado porra nenhuma. Imagine só se minha menina, nessa idade, vai namorar um homem na idade dele.

- Falaremos sobre isso depois, ok? Agora...você foi ao bordel, não foi?

Bufei. Minha mulher sempre estava alerta a tudo. Às vezes ela parecia saber dos meus passos antes mesmo que eu agisse. E eu adorava isso.

- Estive.

- E?

- Eu não quero isso, Camila.

- É tão ruim assim?

O Poderoso Apa - KjmilaOnde histórias criam vida. Descubra agora