Capítulo 6

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KJ Pov

Ultimamente esse era o modo que todos me encontravam: sentado na cadeira do escritório, cabeça jogada para trás e olhos fechados. Chegou um momento em que para todo lado que olhava...só via merda. Cada uma pior que a outra.

Era a típica expressão: Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come. Como não sou homem de correr de nada, e muito menos ser comido por nada que não fosse minha esposa, levantei disposto a enfrentar a ala pediátrica e acabar de vez com aquele motim despropositado.

Sabiamente eu decidi conversar com cada um deles separadamente. Conhecia as peculiaridades de cada um para saber como desarmá-los, sem que um fosse auxiliado pelo irmão. Não cheguei a sair do lugar e a porta foi aberta.

Camila entrou e eu me sentei, já sabendo que ela pretendia conversar. Enquanto caminhava até mim, eu a olhei de cima a baixo. Segura de si, destemida, às vezes até prepotente demais para o meu gosto.

Ela me olhava diretamente nos olhos.

- Sabe que a culpa disso tudo é sua, não sabe?

Ela parou de repente, surpresa com meu repentino ataque.

- Minha? Eu que tenho esse gênio do cão?- Perguntou, sentando-se sobre a mesa e colocando os pés calçados com botas sobre minha perna.

- A culpada é você. Se não tivesse aparecido na minha vida, eu não teria me casado e gerado esses gremlins do mal.- Ela arqueou a sobrancelha.

- Está arrependido? Já existe divórcio há séculos, sabia disso?

- Você não vive sem mim, baby.- Falei colocando minhas mãos sobre sua panturrilha e apertando levemente.

- Digo o mesmo.

Eu ri e puxei a cadeira mais para perto, abrindo mais as pernas dela e colocando a cabeça em seu colo.

- Sabe que estou brincando, não é? Pelo amor de Deus, não leve a sério o que falei. Eu amo você e meus filhos.

- Sei disso, seu idiota. Mas falando sério, KJ...eles não parecem de brincadeira. O que acha de nós dois conversarmos com eles?

- Eu estava indo fazer isso. Conversar com cada um deles, separadamente.

Camila acariciou meus cabelos, remexendo-se sobre a mesa.

- Lili e Mads me ligaram.

Ergui novamente a cabeça.

- E?

- As duas virão aqui amanhã. Estão ao mesmo tempo chocadas e chateadas com os maridos. Sequer pediram opinião delas e ainda apoiaram a loucura
de Tupai.

- Imaginei que ficariam. Principalmente Mads. Mas elas já deveriam saber que não se casaram com alguém tão legal quanto eu, que dá valor a opinião da esposa.

Camila rolou os olhos e me empurrou, saltando da mesa.

- Estou preocupada. E muito.

- E eu não? Acho que a primeira pedrada na cruz foi dada por mim. Só pode ser isso.

- Ah, com certeza. Deu a primeira pedrada e ainda incentivou o resto a fazer o mesmo.

Eu cruzei os braços diante da piada, encarando-a com a sobrancelha arqueada.

- É isso mesmo? Como se não bastassem seus pivetes me aporrinhando, vem você também?

- Só confirmei sua dúvida. Mas e aí? Falaremos com eles? Ou prefere fazer isso sozinho?

- Eu prefiro ir sozinho. Você passa demais a mão na cabeça deles, sabe disso.

- Não pense que me ofende, porque não. Vou sair porque preciso ver aquele carregamento. A gente se encontra à noite.

O Poderoso Apa - KjmilaOnde histórias criam vida. Descubra agora