Não foi dessa vez

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JENNIE

Eu nunca fui boa em esconder minhas emoções ou em disfarçar qualquer coisa que eu estivesse pensando, então no momento em que o policial mostrou aquela arma, a mesma arma que eu vi na gaveta do depósito do restaurante, eu não consegui ter nenhuma reação além de ficar chocada.

Como isso foi parar no meu quarto? Não faz sentido, eu nem ao menos encostei naquilo. Mas aqui estamos nós. Aqui estava a arma.

Meus pensamentos e batimentos cardíacos estão competindo para decidir quem corre mais rápido. Eu diria que há um empate até o momento em que meu coração erra uma batida quando aquele policial arrogante está perto o suficiente de mim, com algemas em mãos.

Olho para o objeto em questão e depois para ele, mas em seguida, Jisoo está na minha frente, tentando me proteger de algo. Demoro alguns segundos para conseguir entender sobre o que estão falando e é como se eu tivesse voltado para a realidade.

- Vocês não têm um maldito mandado de prisão, vocês não podem levar Jennie assim. - o tom agressivo de Jisoo é algo novo para mim.

- A arma foi encontrada no quarto dela, em uma das gavetas, isso é mais do que suficiente para conseguirmos um papel. - o oficial arrogante diz.

- A arma pode ter sido plantada. - Jisoo aumenta o tom de voz - Ou então arrume o pedaço de papel, mas sem uma ordem de prisão, Jennie não saíra daqui.

Observo os policiais trocarem olhares, como se conversassem por telepatia, e consigo sentir o quanto Jisoo está tensa.

- Certo, voltaremos com o papel assinado. - ele dá um sorriso sarcástico - É melhor não sair da cidade e querer se tornar uma fugitiva, Jennie.

- É melhor você tomar cuidado com o que diz se não quiser ser exonerado por abuso de poder. - Jisoo se aproxima dele e diz quase em um rosnado, me fazendo arrepiar.

Os policiais suspiram e saem do escritório, nos deixando a sós. Quando ouvimos o barulho da porta de entrada sendo fechada, Jisoo pega o telefone sem fio e disca alguns números. Me deixo cair na enorme cadeira atrás da mesa e começo a chorar, sem nem saber o motivo.

Poucos minutos depois, Jisoo finaliza a ligação e joga o telefone em cima da mesa, se ajoelhando na minha frente e pegando minhas mãos. Ela aperta com tanta força e me encara com tanto carinho, contribuindo para minhas lágrimas caírem em um volume maior ainda.

- Jen - Jisoo diz com cuidado, depois de vários minutos - Você sabe por que aquela arma estava no seu quarto?

- Espere, você não pode estar pensando que eu o matei. - rapidamente enxugo minhas lágrimas.

- Óbvio que não, Jennie! Mas você ficou pálida quando o policial mostrou aquela pistola. - Jisoo suspira.

- Chahee, Kai e eu vimos aquela arma em uma das gavetas do depósito do restaurante. Nós nem chegamos a encostar nela.

- Como isso aconteceu? - ela acaricia meu joelho e se levanta, encostando na mesa e ficando de frente a mim.

- Fomos buscar alguns itens para a decoração da mesa de frios do evento, eu estava pegando alguns castiçais quando Kai praticamente gritou. - respiro fundo, tentando me lembrar exatamente de como tudo aconteceu - A gaveta estava aberta e aquela arma estava lá dentro, se não era aquela, era uma parecida. Eu disse a ele para fechar a gaveta, só iríamos pegar o que precisávamos e no outro dia resolveríamos aquilo.

- Você não conhece ninguém que possa ser o dono? - Jisoo está pensativa e eu nego com a cabeça - Eu liguei para Sehun. Ele disse que iria se arrumar e viria para cá, mas ele disse que se não tiver alguma digital sua na arma, eles não podem te prender.

- O que foi? - digo depois que o silêncio se instala entre nós. Jisoo fica me encarando por tanto tempo que eu me remexo na cadeira, me sentindo desconfortável.

- Estão armando para você. - ela passa a mão no rosto - Mas quem? Quem não gosta de você a ponto de armar algo assim?

- Eu não sei. - solto um suspiro pesado - Jisoo, se isso for verdade, se alguém está jogando a culpa em mim, eu preciso que você me prometa algo. - me levanto, pegando as mãos dela.

- Sim, Jendeukie, qualquer coisa. - ela me encara.

- Cuide de Lia, por favor, não deixe que o serviço social a leve embora. - meus olhos começam a ficar marejados - Eu posso aguentar a prisão, mas não posso suportar a ideia da minha filha sofrendo na mão de qualquer pessoa. Se ela ficar com você, sei que você vai cuidar bem dela.

- Jennie! Eu nunca vou abandonar você e muito menos Lia, nós somos uma família agora. - Jisoo me puxa para um abraço apertado. - Nem que eu gaste tudo o que temos, eu vou mover céus e terras para descobrir quem está fazendo isso com você, não vou permitir essa injustiça.

- Eu estou com tanto medo, Chu. - digo baixinho e respiro fundo, tentando conter as lágrimas.

- Eu sei, minha Jendeukie, meu amor, mas você não fez nada de errado. - Jisoo me aperta mais contra si, com os braços em volta dos meus ombros e eu passo os braços em sua cintura.

Aqueles policiais estão tão determinados a me prender... me afasto um pouco de Jisoo e ela fica com as mãos em meus braços, acariciando suavemente.

Observo a expressão preocupada de Jisoo. Talvez eu nem passe a noite aqui, talvez esse seja nosso último dia juntas.

Coloco as mãos no rosto dela e a beijo com o máximo de intensidade que consigo, deslizando as mãos até sua nuca e me pressionando contra ela. Parece que a peguei de surpresa e Jisoo aperta meus braços, descendo as mãos até minha cintura.

Mordo seu lábio inferior, o prendendo entre meus dentes, soltando devagar. Vou deslizando a boca pelo maxilar dela, em direção a seu pescoço e Jisoo solta um suspiro baixo.

- O que está fazendo, Jen? - ela sussurra baixinho e eu começo a tentar abrir seu roupão.

- Talvez tenhamos poucas horas juntas, não quero desperdiça-las me preocupando e chorando, quero usar essas horas as aproveitando com você. - sussurro no ouvido dela e vejo Jisoo se arrepiar em resposta.

Ela coloca as mãos no cos da minha calça, abrindo o botão rapidamente e nos girando, me empurrando contra a mesa e olho para ela surpresa. 

- O que? - Jisoo questiona enquanto abre o zíper da minha calça e a puxa para baixo. 

- Você está mais ousada. - dou um sorriso malicioso quando ela puxa minha blusa para cima, jogando a peça de roupa no chão. 

- Eu tive uma ótima professora. - Jisoo pisca para mim e desabotoa meu sutiã, me apresso em tira-lo e logo as mãos quentes dela estão massageando meus seios, os polegares pressionando e provocando os mamilos. Jogo a cabeça para trás ao sentir a boca de Jisoo trilhar um caminho por meu ombro, descendo em direção a um dos meus seios. 

- Eu soube que você é uma ótima aluna. - digo baixinho e respiro fundo, meu estômago se retorcendo em ansiedade e expectativa. 

- Temos que nos ap... - a campainha toca e Jisoo aperta meus seios com força em reflexo, ela pragueja baixinho e suspira - Esqueci que Sehun estava vindo para cá. - ela faz um beicinho adorável. Coloco a mão em seu queixo e puxo seu rosto em minha direção, dando um beijo rápido naqueles lábios em formato de coração. 


Acidental - JensooOnde histórias criam vida. Descubra agora