🌌coração ardente🌌

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Céu branco e azul...nuvens densas e um ar gélido...
Os dias no santuário de Atena eram as vezes meio confusos, confusos de mais para um jovem recém chegado, que como treinamento, teria de suportar acima do tempo, imensas dores diárias em preparação ao seu corpo para guerras.
Ele nunca questionou exatamente o que se passava ali, mas sabia o que queria.

Desde que presenciou determinadas injustiças no meio em que vivia, Orfeu quis por vontade própria, se submeter aos treinos para ser um cavaleiro.
Seu primeiro contato foi com o lendário Ranuhi de Lira, um cavaleiro de prata que ia até o castelo onde vivia a família de Orfeu, e tocava sua lira á pedido do rei Emederos, o pai de Orfeu.

Orfeu se encantava sempre que Ranuhi aparecia, pois não bastasse tamanha habilidade para acalmar os corações de todos ali, ele também era um homem de boa índole e que sempre prezava por tudo que era íntegro aos olhos de Atena.

Certa vez, Orfeu foi sozinho até as vendas ao redor do castelo na Grécia, e presenciou algo terrível, ainda mais por jamais crer que alguém da guarda real faria aquilo.

Um vendedor estava sendo segurado por um dos guardas do castelo, atrás de um espesso pilar, enquanto outro lhe fazia cobranças:

- vamos! A taxa de comerciante para o rei Emederos, agora mesmo! - gritava um dos guardas, apontando uma espada para o comerciante.

- senhor, as economias que juntei não são o suficiente para pagar o rei, perdoe-me mas preciso comer e...

O guarda que o segurava, apertava os braços do comerciante com muita força, ele passou a gritar de dor.

- cale a boca, insolente!! - dizia o outro - se recusa a pagar, será executado como os seus outros amigos!!

Orfeu olhava tudo aquilo de trás de uma árvore próxima que ali estava; perplexo com tudo aquilo, seu coração o mandava agir mas seu cérebro dizia para ser calmo, e mesmo assim ele o fez.

- parem já com isso, é uma ordem!! - exclamou o filho do rei com uma expressão de fúria inegável em sua face que de serena, passava um ar de raiva.

- vejam só se não é o pequeno príncipe, Orfeu. - dizia o guarda que empunha a espada - vá embora garoto! Não queremos que se machuque, estamos aqui á negócios!

- o meu pai mandou vocês fazerem isso? - questiona.

- sempre taxamos os comerciantes, meu pequeno, é assim que o reino se mantém! - responde o guarda, dessa vez, apontando a espada pra Orfeu.

Nesse momento, alguém surge dentre as sombras.
Um brilho metálico reluz por entre eles, e com um cosmo ameaçador, lá estava Ranuhi.

- Orfeu, vá, volte para o castelo, eu me vejo com esses aqui, creio que você e o rei Emederos, tem muito o que conversar. - dizia.

- está indo contra as ordens de vosso senhor, hein Ranuhi?! Gritou o guarda que segurava o comerciante, o largando no chão, a ponto do mesmo se ferir de leve em uma pedra, havia batido sua perna mas foi um dano superficial.

- hum. Indo contra as ordens de quem? Até onde sei, servir á Atena é evitar que a injustiça não paire sob a terra uma vez que aqui estamos para combate-la, e vejam só, vocês e a corte ameaçando um reino á fora em circunstâncias desproporcionais de valores! Acham isso certo?! - questionava os soldados

- não vamos discutir com você os princípios do império, vamos te aniquilar por blasfemar contra o rei! Aaaahhhh !!! - ambos avançaram em direção a Ranuhi.

Porém, Ranuhi se manteve imóvel, apenas olhava para a lira em suas mãos.
Tocou alguns acordes, ao ressonar de uma melodia hipnotizante, a voz do mesmo se escutou conjurando:

"Serenata da viagem da morte"!

Os soldados iam ficando cada vez mais lentos, como se dormissem enquanto corriam, ambos desmaiaram um em cima do outro.

Orfeu ainda estava ali, e viu toda aquela cena. O cavaleiro de armadura prateada nem se quer se moveu, muito menos agrediu fisicamente os soldados, mas com sua música, os fez cair em um sono profundo, talvez, um sono o qual nunca mais voltassem em vida.

- "O que foi isso que eu vi?!" - pensava o jovem Orfeu á respeito do imenso poder do cavaleiro.

- vamos Orfeu, vamos questionar Emederos sobre o que houve - dizia Ranuhi, ajudando o mercador a se levantar, e curando sua perna com o seu cosmo.

No caminho para o castelo, Ranuhi estava silencioso, preferia nada dizer, talvez, para não muito explicar para Orfeu.

Nesse momento, as árvores ao redor começaram a se mover de uma forma estranha, e um galho enorme em forma de serpente, amarrou os pés do pequeno Orfeu, o pendurando de cabeça para baixo.

- aaaahh me tira daqui!!! - gritava desesperado

- não se mova, ou ele morre!! Dizia uma voz não muito distante.

Um homem alto de cabelos escuros e olhar assassino surgia em meio ao bosque. Tinha uma armadura também de prata mas com um tom metálico de azul-escuro.

- sou Anklur de Sagita, o guarda-costas pessoal do rei. Estou a mando de capturar quem está indo contra as ordens do reino e evitando a paz na Grécia, e desta vez, não sairá impune, Ranuhi! - dizia o mesmo apontando para Ranuhi.

- o cavaleiro de prata de Sagita, um dos estrategistas do santuário... Não vê que Emedoros está agindo de baixo do nariz de Atena e do grande mestre? - ele dizia preparando a sua lira.

- lamento, Ranuhi, mas depois de achar dois guardas abatidos, jamais poderei crer em suas palavras! - dizia o mesmo usando sua cosmo energia para manipular mais galhos, criando soldados de madeira e fazendo todos irem em direção a Ranuhi - não pode me vencer pois aqui é o meu território, Lira!! - gritava Anklur

Os seres estavam também armados mas com espadas e machados, Ranuhi tentava se esquivar o quanto podia. Orfeu mal conseguia ver o que estava ocorrendo devido os movimentos na velocidade do som, mas ainda sim, de alguma forma, ele os acompanhava.

Ao tentar tocar algum acorde, Ranuhi notou algo: seu braço direito foi atingido por uma flecha dourada, que penetrava a cada segundo causando muita dor.

- mas o quê?! Aaargh

- ha ha ha! Experimente a minha "flexa fantasma", seu traidor, somente o grande mestre pode removê-la! Ela irá se fixar até perder o braço! E sem ele, sua lira será inútil contra meus golens de madeira!! - dizia Anklur.

O cavaleiro de lira começa a apanhar dos golens, até que são destruídos por um cosmo ainda maior que o de Ranuhi.
Lá estava Orfeu, furioso, o mesmo olhava para Anklur:

- DEIXA ELE EM PAZ! - emanava uma energia inacreditável, algo inexplicável para um garoto de tal idade e que nunca havia entrado em combate até então.

- possui um cosmo formidável, garoto, mas seu pai também havia pedido para lhe deter!! - disse Anklur, atacando Orfeu com um soco em seu estômago e o mandando para baixo de um desfiladeiro.
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Orfeu e Eurídice: canções de amorOnde histórias criam vida. Descubra agora