🌌vontade escarlate🌌

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Sem sombra de dúvidas, o golpe de Anklur foi algo terrivelmente mortal ao pequeno Orfeu, Ranuhi apesar de furioso, já não conseguia mais se mover devido aos golpes dos golens, e da quantidade absurda de sangue que estava perdendo.

Ele se ergue aos poucos, e ao expelir uma energia absurda, destrói todos os golens presentes.

- jamais irei perdoa-lo pelo que fez á aquele garoto de coração puro! - o cosmo de Ranuhi destruía quaisquer monstro que seu oponente criava.

Apesar de não poder tocar a lira, ele estava deixando a batalha bem equilibrada, até notar que havia outra flecha, mas dessa vez, em seu peito esquerdo. Ao sentir que não poderia mais sair com vida daquele combate, o mesmo começou a queimar todo o resto de energia que tinha, provavelmente, para desferir um último golpe.

- desista seu idiota! Já não pode fazer nada mais contra mim! - gritava o cavaleiro de Sagita.

Mas, algo ali os surpreendera:
Diante deles, próximo á beira do desfiladeiro, surgia a mão pequena e machucada do jovem Orfeu, sim, isso mesmo, ele havia escalado o lugar durante o combate dos dois cavaleiros de prata.
Orfeu estava com feridas pela face e nos braços, sangrava pela boca, mas ainda sim emanava uma energia inacreditável para alguém tão jovem.

- " como pode, ele deveria estar morto a essa altura, seria isso um milagre?" - pensava impressionado o cavaleiro de Sagita.

Orfeu mal conseguia andar, mas levantava seus punhos cerrados como se quisesse lutar contra Anklur.

- garoto, preste bem atenção no que vou dizer - Ranuhi olhava para Orfeu, dessa vez, seu semblante mudava para alguém sereno e compreensivo - terminarei esse combate, e saiba que breve, a missão de ter em mãos a proteção deste mundo, ficará com você e os demais que lutarão verdadeiramente por Atena; no entanto, o cavaleiro de prata de Sagita e o rei Emederos, traíram o santuário, e quero que você passe esta mensagem para o grande mestre, que a justiça seja feita! - Orfeu também não entendia de onde vinha tanta determinação do guerreiro que ali falava, mas sabia o que devia ser feito.

Correu o quanto podia, estava determinado a chegar no santuário e acabar com o que acreditava estar cada vez pior por entre os arredores do vilarejo de Rondôrio.

Um forte clarão se avistava ao longe, vindo da direção de onde estava Anklur e Ranuhi, e seguido de um estrondo assustador, o coração de Orfeu se abalava a cada passo.

Ele finalmente chegava próximo ao santuário, quando desmaia, devido ao esforço que fez.
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Dois anos se passaram após o evento, o grande mestre havia se certificado de que Emederos agia por baixo do nariz de Atena, e que Anklur abandonou sua honra uma vez que acreditou na lei dos homens contra a vontade da justiça da deusa e de seus reais seguidores.

Pedras, pedras, e mais pedras. Parecia que os braços de Orfeu não iriam mais aguentar de tanto levantar pequenas rochas e depois arremessá-las contra uma enorme parede de titanium, a qual também servia para treinar movimento corpo a corpo.

- somente dezoito? Eu esperava mais daquele que irá herdar a sagrada armadura de lira! - dizia uma voz firme, de alguém que observava Orfeu cair no chão esgotado pelo treinamento, olhando o céu azul em um calor escaldante.

- eu não aguento mais, acho que vou desistir mestre Milo! - respondia Orfeu para o homem alto de cabelos compridos, ele vestia uma roupa escura por cima de uma camisa vermelha.

- não diga bobagens! Não é hora para se lamentar! Vamos, levanta daí e volte a quebrar mais algumas rochas! - ele falava de forma impulsiva, mas com determinação.

Após o treino, toda noite, Orfeu costumava descer ao vilarejo próximo as doze casas, e ir até um antigo pilar derrubado, próximo a um jardim, onde o mesmo sentava, e ficava observando o céu.
Havia obtido práticas músicas com um professor que teve, pouco tempo depois do falecimento de Ranuhi. Orfeu queria levar a justiça não apenas pelos punhos, mas também através da alma.
Sua pequena lira era improvisada de madeira e cordas de nylon.

- esse som é muito bonito, me impressiona alguém tão jovem e tão habilidoso. - dizia uma voz tranquila que surgia a luz do luar, era um homem alto e loiro, com um bindi na testa ( símbolo indiano). Ele não abria os olhos, mas parecia ver cada detalhe de tudo ao seu redor. Possua um manto branco por entre suas roupas.

- oh, Shaka!! O cavaleiro de ouro de virgem!! obrigado, mas ainda falta muito para que eu possa atingir as notas necessárias da lira do Ranuhi. - responde Orfeu, surpreso com presença de Shaka mas ainda desanimado com o progresso.

- se preocupa mesmo em ter notas perfeitas, isso é bom, mas experimente ver o além disso tudo - dizia Shaka.

- além da perfeição? Se deu conta de que o meu mestre é o Milo de escorpião? Os meus dias de treino tem sido um inferno - responde Orfeu.

- ha ha, não seja rude consigo mesmo. Milo e eu somos apenas alguns anos mais velho que você, e acredito que ele é a pessoa ideal para transformar você em um cavaleiro, devido a fatores os quais o mesmo se interligaria ao Ranuhi e também em certas técnicas letais. Uma veze questionei o motivo de ser ele a lhe treinar, e isso ficou claro por conta da missão que enchergo em você, mas é claro, o fim de tudo isso vai ser de acordo com a sua vontade, meu caro Orfeu, veja além da perfeição, veja o amor. - dizia o cavaleiro de virgem.

Orfeu apenas olhava pro céu nesse momento enquanto escutava as palavras de Shaka, aquele mar de estrelas, pareciam preencher os seus olhos, como se o vento noturno sussurrasse canções da noite, as quais só poderiam ser escutadas pelo próprio Orfeu.

Meses após meses se passaram, e Orfeu estava cada vez mais habilidoso tanto com sua lira improvisada, como também com o seu cosmo.
Era uma manhã de vento seco, e Milo havia ordenado o mesmo para lhe encontrar em um dos bosques perto de Rondorio.
O lugar escolhido era rejeitado até mesmo pelos animais, motivo era que a caverna ali próxima, era habitada por uma criatura terrível, a mesma já demonstrava tamanha ferocidade com seus rugidos ao sentir a presença de Milo e Orfeu.

- muito bem, o seu último objetivo para se tornar um cavaleiro, está logo ali, Orfeu... - dizia Milo, olhando para a entrada da caverna.

Orfeu olhava com os olhos arregalados, imaginando ter de lutar contra o ser.
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Orfeu e Eurídice: canções de amorOnde histórias criam vida. Descubra agora