🌌o céu em seus olhos🌌

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Milo apenas se apoiou em um tronco que estava ali perto, e observou o nervosismo de Orfeu. O mesmo parecia bem calmo em relação á criatura que ali estava, resolveu dar uma dica:

- essa criatura é famosa por ter um temperamento que vai além da compreensão de qualquer guerreiro, sugiro não agir como ele, ou vai acabar igual a todos que o desafiaram!

Orfeu sabia que as palavras do seu mestre não eram em vão, pois o mesmo já tinha muita experiência de outros combates, árduos e tenebrosos ao que contavam sobre as missões em que os cavaleiros de ouro eram ordenados pelo santuário.

Deu dois passos para a frente, sentia o chão tremer, dava pra notar pequenas pedras no solo, saltarem devido ao impacto dos pisões da criatura, mesmo dentro da caverna.

O monstro rugia muito alto, e dessa vez, o som estava cada vez mais próximo, cada vez mais medonho.

Ele segurava sua lira improvisada, nesse momento, foi repreendido por Milo:

- o que pensa que está fazendo, Orfeu? A criatura não quer ouvir uma lira, ela quer se alimentar de você!!

O ser se revela. Era um enorme tigre que possuia olhos flamegantes e garras douradas, seu pelo também reluzia contra o sol, dando um ar medonho e ao mesmo tempo belo, como uma divindade; Lá estava ele, o espírito da floresta que vaga por entre as matas, e caçava os mal feitores: o grande Stigini, o espírito protetor.

Tal descrição foi lida uma vez pelo próprio Orfeu, que encontrou o livro em uma pequena biblioteca em Rondorio, estava sendo lido por uma moça ruiva chamada Marin, onde a capa do livro chamara a atenção, nisso, Orfeu se interessou e descobriu sobre o "monstro".

" Então este é o grande Stigini? É muito bonito para um assassino tão cruel, mas creio que apenas está cumprindo com sua função na cadeia alimentar." - refletia Orfeu.

Ao notar Orfeu ali, parado e imóvel, o ser sai por completo da caverna, e avança em direção ao Orfeu, onde o mesmo também contrariava e surpreendia seu mestre ao mesmo tempo.

Ele apenas respirou e fechou os olhos, tocou um acordo de fá menor onde os tons iam reunindo uma melodia a qual chamara a atenção daquela terrível besta, era como se o tempo parasse para todos, como se o por do sol chegasse mais rápido e o ar seco fizesse parte de um sentimento o qual faria o tigre cair em uma imensidão de paz, a respiração de Orfeu era quase nula, apenas seus braços e mãos trabalhavam em constantes acordes para criarem uma segunda alma para o monstro, uma alma que o acolhesse de um mundo tão frio.

O monstro adormece antes mesmo de se aproximar de Orfeu.

- em um intervalo de tempo tão curto, conseguiu amansar essa besta...tal feito só poderia ser realizado por alguém que foi além dos princípios de um guerreiro comum, e provou ter um coração acima da dor e do medo...Orfeu, eu te parabenizo pois além de Ranuhi, você foi o único dentre dezessete jovens que não foi devorado por esse monstro! - dizia Milo com um sorriso no rosto.

- eu...eu estou com medo sim! Ma...mas acho que cumpri o meu papel aqui...- dizia Orfeu suando ainda pelo combate não iniciado.

- fique calmo, vamos comer algo e depois te guiarei até o altar da urna.
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Milo e Orfeu estavam em uma barraca tomando algo que parecia ser suco, Orfeu demonstrava seu contentamento agradecendo seu mestre diversas vezes, claro que esquentado como era, Milo reclamava mas ria em seguida.

Uma moça loira de com expressões alegres, não muito alta, com um vestido branco se aproximou do balcão, do outro lado:

- senhor Milo, deseja mais alguma coisa? - perguntou a jovem, tinha uma voz doce e chamativa, além do perfume que lembrava os lírios de um dos vales em que os cavaleiros iam colher frutos.

Orfeu não pode deixar de notar a jovem, por um momento, parecia que tudo ao seu redor perdia o sentido, como se somente o sorriso dela fizesse parte do seu mundo, um mundo de guerras e decisões, que agora se tornara algo de magnífico querer, algo que ele jamais desprezaria por um simples querer.

Orfeu não pode deixar de notar a jovem, por um momento, parecia que tudo ao seu redor perdia o sentido, como se somente o sorriso dela fizesse parte do seu mundo, um mundo de guerras e decisões, que agora se tornara algo de magnífico querer, algo ...

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- hey, algum problema, ou é o que estou pensando? - disse Milo

- oh, não é nada... - respondeu como se tivesse saído de um transe.
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Era noite, e ele se encontrava no mesmo lugar que ia sempre para tocar sua lira.
Refletia sobre todos os seus afazeres, e sabia que a partir de então, teria a responsabilidade de tocar lira para o grande mestre do santuário, e junto a isso, outras missões que passariam a custar sua vida; todavia, Orfeu era um homem de propósito, havia crescido antes que pudesse imaginar.

Suspirava, pensando, quando escutou uma voz:

- se importa se eu me aproximar?

Olhou para trás, e as batidas de seu coração passaram a errar novamente, pois lá estava ela...
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Orfeu e Eurídice: canções de amorOnde histórias criam vida. Descubra agora