🌌um mundo sozinho🌌

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- é...er...po...pode! - ele gaguejou, claramente se notava o nervosismo, onde o mesmo sentia toda aquela ansiedade de estar próximo de alguém que passou a muito desejar presencialmente, onde basta um olhar para que tudo perca o significado ao seu redor, menos o brilho que passaria a ter nos olhos de quem a vê.

- está um pouco inquieto, gosta de vir aqui para compor ou algo do tipo? - perguntava a moça, fazendo menção a lira. Sim, era ela, a mesma moça da venda, estava ali, bem ao lado de Orfeu.

- o céu. - dizia desta vez, com mais tranquilidade - o céu negro me traz tanta paz, é como se ele cantasse para mim, e sua voz surgisse através da lira... - dizia olhando atentamente para as estrelas, mas retorna - me desculpe, eu sou Orfeu!

- nos vimos mais cedo! Prazer, me chamo Eurídice! Era eu na venda, você é o aluno do senhor Milo, e ao que ouvi dizer, o único capaz de vestir a armadura de prata de lira do herói Ranuhi, não é? - perguntava ao se apresentar.

- " herói...que bom que é assim que eles te veem, Ranuhi, você merece" - ele pensou, pois nesse momento, uma leve saudade apertava seu peito.

- está tudo bem? - Eurídice pergunta.

- oh sim, está, e seu nome, é muito bonito, Eurídice, ele faz uma ótima companhia com sua face angelical - não se conteve ao elogiar.

- ah... - ela corava após o comentário - em alguns dias, minha face estará com cicatrizes, pois eu vim para a Grécia para me tornar uma amazona, apesar de não me sentir preparada nenhum pouco.

- você está determinada a fazer isso, sente que é o que realmente quer? - questiona Orfeu, não escondendo o seu interesse na face de anjo de Eurídice.

- sim!! - é, sabe, Orfeu...meus pais se foram em combates contra a antiga guarda da fronteira, e eu prometi ser uma salvadora e evitar esse tipo de coisa.

O coração de Orfeu se expandia a cada som da voz dela, mesmo a mesma não fazendo muito para que isso acontecesse, mas bastou dizer o motivo pelo qual ela quer se tornar uma mulher cavaleiro, para deixar Orfeu convencido de que o amor de sua vida pairava sob aquele céu noturno junto ao mesmo.

- é uma atitude nobre, saiba que eu me decidi tornar um cavaleiro para combater a injustiça, e trazer paz ao coração das pessoas também... - dizia.

- é de longe a melhor atitude, Orfeu! - respondia animada - e você poderia tocar um pouco de sua lira para mim? - pedia com um jeito singelo, ela costumava olhar fundo nos olhos de Orfeu, e por as duas mãos no queixo as vezes, após um pequeno e bonito sorriso.

- claro que posso - ele o fez.

Os campos de flores por ali pareciam mais vivos, o vento seco da noite se tornava uma brisa fresca, como essas que presenteiam uma boa noite após uma tempestade; o céu se tornava único com o brilho no olhar de Eurídice, e a melodia da lira induzia as estrelas a criarem o figurativo perfeito, pois ali, naquele dia, ele pudera sentir que havia uma moradia chamada "coração", e uma vez que o fizesse, jamais estaria congelado em um mundo sozinho, em um lugar onde a frieza é sinal de poder.

Ela estava próxima a Orfeu, e deitou sua cabeça no ombro do mesmo, enquanto a música terminava.
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Orfeu e Eurídice: canções de amorOnde histórias criam vida. Descubra agora