🌌uma casa chamada "amor"🌌

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Todas as noites, eles se encontravam ali, contavam sobre seus dias, ela contava o quão árduo estava os treinos de levantamento de peso, e também as artes marciais, mas sempre trazia algum tipo de prato para Orfeu. Ele contava sobre a demora da audiência sobre a armadura, e que não sabia se iria receber a mesma. Mas a noite sempre acabava com uma canção, e os olhares que entrelaçavam um ao outro, se abraçando através da alma.

Ironicamente, no dia seguinte após esses tais dias, o mestre do santuário solicitou a presença de Orfeu.
O mesmo foi até o salão do grande mestre, durante a subida na última escadaria que dava acesso ao salão do grande mestre, ele podia olhar para trás e ver as doze casas, a imagem da montanha acompanhada de pequenos templos, era simplesmente magnífica.

Ao chegar lá, vinha ele, usava uma máscara dourada onde dava para ver apenas algumas partes de seu rosto, praticamente um elmo sob a cabeça, usava um manto branco, ele se mostrava como um ser que inspirava a paz por onde passava, além da sabedoria.

Emanava uma energia incrível, mas não ameaçadora, segundo os sentimentos de Orfeu, aquele era digno de ser o porta voz de Atena.
Ali de joelhos para receber a armadura, estava Orfeu ao reverenciar Shion, o antigo cavaleiro de ouro da constelação de Áries.
Era um momento único, pois lá estava a sua recompensa por ser o guerreiro formidável que sempre foi: o grande mestre, Shion lhe entregou a armadura de lira.

Orfeu, ao tocar na urna que guarda a armadura, pode sentir uma energia grandiosa, como se algo emanasse e envolvesse todo o seu corpo e alma, Orfeu era agora oficialmente o cavaleiro de prata da constelação de lira.
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Ao se virar, notou a presença dos doze cavaleiros de ouro.
Isso mesmo, Shion havia solicitado uma reunião para a cerimônia de promoção de Orfeu.

- meu caro Orfeu, agora digno da armadura, gostaria que nos agrqciasse com o som de sua Lira. - fazia uma solicitação solene, o grande mestre.

- sim senhor, grande mestre. - e assim o fez, a canção escolhida por Orfeu, inspirava os guerreiros e colocava além de coragem, amor em seus corações, até mesmo aqueles mais ríspidos não se contiam perante as melodias da lira.
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Após a apresentação, ele teve seu trabalho concluído, e o grande mestre o deixou para aproveitar a noite, e como de costume, lá ele foi para observar a noite.

Euridice estava lá, esperando o mesmo como anteriormente.

- Orfeu!! Fiquei muito feliz com o que ocorreu!! Parabéns por conquistar a armadura de lira!

- obrigado, Eurídice. - respondia tentando respirar mediante ao braço caloroso de Eurídice.

- Orfeu, eu... Eu preciso ir... - estranhamente, ela disse essas palavras, estava agitada, com pressa e uma expressão de angústia pairava por aquele rosto que vivia sorrindo, deixando Orfeu apenas com um beijo em seu rosto, e um bilhete em suas mãos.
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Ali, sob a luz do luar e das estrelas, Orfeu passou a ler o tal bilhete:

"Meu amado Orfeu, venho por meio dessas palavras, me despedir de você, pois não sei se irei aguentar os treinos aqui no santuário.
Ontem estive a ponto de morrer, e mesmo com um sorriso, esse que é causado por sua presença, eu não conseguirei suportar, não sei o que mais seria suficiente para mim, apenas espero que compreenda, caso um dia venha até o campo, e eu não esteja..."

A leitura foi interrompida por lágrimas. Desde que abandonou sua família real e se adequou as missões do santuário, Orfeu passou a pedir desculpas para si mesmo, buscando aprovação além da justiça, devido ao fado de ter ao seu redor, a maldade recolhida nas sombras.
Apesar de se garantir como um guerreiro da esperança, Orfeu se sentia sozinho, e cada vez que abria seus olhos de manhã, ele se questionava mais e mais, de onde vinha tal vazio.

Durante aquelas noites, eles contaram suas ambições, seus sonhos, compartilharam medos e angústias, Eurídice se sentia amparada ao lado de Orfeu, e ele cada vez mais humano perto dela.

Ao encontrar Eurídice, talvez, ele viu nela um significado tão grande quanto o amor pela justiça: o amor pela vida além de um sorriso, uma alma que se faz um com o coração.

Ele suspirou apertando o papel, dessa vez, era ele quem não iria suportar mais, ali, sem a sua amada.
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Orfeu e Eurídice: canções de amorOnde histórias criam vida. Descubra agora