Posfácio

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Rufus agora rumava para o esquecimento. Ao menos era isso que mais desejava naquele momento. Não tinha mais a família e sua casa deixara de ser um lar desde aquele dia fatídico. O braço perdido ainda doía sob as ataduras, embora já houvesse cicatrizado e curado de forma excepcional. Houve um rebuliço na cidade enquanto repousava, mas qualquer sinal do Império demorou a chegar, tempo este que foi suficiente para o próprio Rufus realizar o enterro da família, agradecer a hospitalidade na cidade e colocar fogo na própria casa. Não havia razão para que a cidade sofresse retaliação por conta dos atos dele.

Andou sem rumo por meses enquanto o braço ainda sarava, vivendo em condições abaixo da média e fazendo de tudo para ter alguma paz depois de tudo pelo que passara. Em certo momento se encontrava no Leste e ficou sabendo de um monastério onde acolhiam enfermos e esquecidos. Parecia o local perfeito para passar cada um dos dias até que eles se esgotassem. Estava decidido a dedicar seus dias auxiliando os monges e tentando lembrar dos bons dias do passado.

Mais um pouco e chegou ao caminho que levava ao Mosteiro das Velas, praticamente uma fortaleza sobre um morro. No pescoço trazia um medalhão onde guardava um desenho feito por Sofia e também o Colar Forte. Não precisaria mais deste último, então parou no meio do caminho e, com as próprias mãos destituídas daquela comunal força devida ao Material Divino, cavou um buraco onde enterrou aquele fragmento de poder. Mais uma vez aquele objeto sob a terra agora habita. Em um gesto de carinho segurou o medalhão e subiu rumo ao seu destino final. 

Sob a terra agora habitaOnde histórias criam vida. Descubra agora