panic

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╰•★★ ʂıƙıʑų ★★•╯

O loirinho andava, tropeçando e pensando. Ele já estava com um biquinho de choro quase chegando em casa.

Andar estava sendo difícil. Respirar não estava fácil. Pensar era complicado, ou ele não pensava em nada e batia o desespero, ou sua mente pensava em tantas coisas ao mesmo tempo que sua vontade de chorar só aumentava a cada segundo que se passava.

Sua mente girava e ele não fazia ideia de como ainda estava de pé, muito menos como fez o caminho certo até sua residência.

Na frente da porta, ele tentava colocar a chave no buraquinho da fechadura, mas sua mão tremia de uma forma completamente descontrolada. Era frustrante, ele começou a chorar, mas segurou os barulhos altos que queria fazer. Ele não queria nem imaginar que havia alguém vendo ele naquela situação.

A chave finalmente entrou e ele girou com rapidez, entrando e apenas fechando a porta. Ele jogou as coisas no chão de qualquer jeito, e apenas alguns passos tentando alcançar o sofá foram suficientes para que suas pernas ficassem fracas, ele desabou no chão num grito e se arrastou para perto do sofá, agora chorando alto e com os lábios esticados.

Ele apoiou as costas no sofá e tampou o rosto com as mãos, as pernas encolhidas e os sons de choro que mal eram abafados pelas mãozinhas pequenas, ecoava em toda a sala. Ele estava despejando todo o desespero que sentiu no momento que recebeu aquela ligação.

Ele pretendia desabafar com Jisung, pois sabia que este sempre tinha as reações mais carinhosas. E por enquanto queria encontrar conforto com o esquilo.

Ele odiava estar sozinho nesses momentos, ele precisava de algum calor lhe abraçando. Precisava de um carinho nas costas e beijinhos no topo da cabeça.

Ele precisava do carinho que nunca recebeu quando era menor... e agora ele não sabia lidar quando não tinha esse carinho.

Ele não estava aguentando. Não queria se machucar... ele prometeu. Prometeu a si e aos seus amigos. Então ele engatinhou devagar e sem forças até sua mochila, procurando o celular.

Ele pegou o aparelho com as mãos trêmulas, quase o deixando cair. Com dificuldade em clicar corretamente nos botões por conta dos olhinhos inchados e cheios de lágrimas, e suas mãos que não paravam quietas, ele buscou o contato de Hyunjin e clicou no botãozinho de ligação. Colocando no viva voz e largando o objeto no chão enquanto voltava a se encolher e chorar.

Ele nem percebeu quando Hyunjin atendeu e só escutou o choro do loirinho, a chamada foi encerrada e Felix nem percebeu isso. Mas quando se lembrou e olhou para o celular, pensou que Hyun não havia o atendido.

Isso o deixou mais aflito, voltando a chorar e tremer dos pés a cabeça. Respirar já estava difícil, e toda vez que ele inspirava um pouquinho mais, seu peito doía como se uma facada tivesse atingido seu coração.

Um estrondo veio da entrada e o loirinho pôde ver alguém se aproximar, mas as lágrimas não permitiam que ele tivesse a consciência de quem estava ali.

Ele se assustou e empurrou a si para trás conforme a pessoa se aproximava. As mãos tentaram impedir que o outro se aproximasse, enquanto o loirinho gritava num choro de desespero.

Nem ele entendia o que estava acontecendo. Ele só estava apavorado. O medo e o pânico evidente tomaram conta da mente frágil e desestabilizada pelas lembranças inúteis que insistiam em voltar.

— FELIX — Hyunjin gritou tentando chamar a atenção do menino e fazer ele perceber que estava tentando ajudar — FELIX — ele gritou novamente quando não obteve uma reação boa, ou vamos dizer, melhor.

𝐫𝐚𝐢𝐧𝐛𝐨𝐰𝐬 ♥ 𝐜𝐡𝐚𝐧𝐠𝐡𝐲𝐮𝐧𝐥𝐢𝐱Onde histórias criam vida. Descubra agora