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╰•★★ ʂıƙıʑų ★★•╯

— O que houve, meu amor?

— Ji — ele não conseguia falar nada mais.

Só entortou os lábios para baixo e fechava os olhos ainda segurando boa parte do choro. As lágrimas caíam sem parar pelo rosto pálido enquanto sua mão apertava com tanta força o celular, e com a outra a barra de seu paletó, que seus dedos ficaram brancos, as articulações doíam, mas ele não conseguia parar de apertar com toda a sua força.

— Venha, vamos para dentro — Jisung o puxou devagarinho, acompanhando seus passos.

Era mais um dia de semana em que seus pais trabalhavam e sua irmã ia para a escolinha. Só voltariam daqui uma hora.

O mais novo o levou até o quarto e pegou uma muda de roupa de moletom, um look confortável para deixá-lo mais tranquilo.

— Consegue se vestir sozinho, amor? — ele entregou as roupas nas mãos trêmulas e notou que seria difícil aquilo acontecer, e recebeu uma maior confirmação quando ele acenou que não e começou a chorar um pouco mais alto, ele ainda não tinha liberado todo o choro — Tudo bem, tudo bem. Não tem problema. Senta aqui que eu te ajudo, neném — Jisung percebeu as ações diferentes dele e preferiu ir aos pouquinhos deixando que ele soubesse que poderia ficar neném.

Jisung o ajudou a se vestir aos pouquinhos, peça por peça, etapa por etapa. E logo ele já estava prontinho com a roupa limpinha e cheirosinha.

Sua camiseta e toda a roupa que vestia anteriormente, estava estendida na cadeira do canto, e os sapatos no chão, arrumadinhos.

Mas ele ainda fungava e tinha leves espasmos. Minho ainda não conseguiu chorar tudo. Não era suficiente para o neném. Precisava chorar, e não lembrava a última vez que fizera isso de novo.

— Venha comigo anjinho — Jisung pegou a mão fechadinha de Minho e a abriu aos poucos para encaixar com a sua.

Ele conduziu o mais velho até a cozinha e o deixou sentado na cadeira, com os olhinhos baixos e o peito subindo e descendo de forma totalmente desregulada. Deixando todo o choro ir. Ir embora com as lágrimas rolando pelas bochechas.

Jisung procurou as coisinhas que precisava e preparou um leite quente na mamadeira.

Ter uma irmã pequena tinha suas vantagens. Mas ela nem usava maia aquela mamadeira, estava lá porque Jisung disse que queria guardar para seus futuros filhos... De certa forma, mentira não era.

E ele usava a mesma desculpa para os brinquedos e coisas mais infantis que tinha no seu quarto. Mas seus pais realmente não ligavam para aquilo, achava até legal que ele ainda tinha interesse em coisas "velhas".

Mas, por fim, ele levou Minho de volta para o quarto, o guiando com cuidado e fazendo sempre um carinho em sua mão.

Quando chegaram, ele sentou na cama e puxou devagarinho na cintura do mais velho, apenas para se aproximar. E quando percebeu que seria para ganhar colo, ele juntou as mãos e dobrou os cotovelos, dando um passo meio suspeito para trás.

— Está tudo bem, Minni — ele segurou sua mão de novo, dessa vez sem puxar — Eu só vou te dar colo, um abraço e o leitinho pra te deixar calminho. Tá tudo bem, amor.

Minho fez menção de chorar novamente, mas se aproximou, aceitando o carinho e deitando com as pernas para um lado e a cabeça no peito de Jisung.

O pequeno olhava para seus dedinhos, sentindo um misto de vergonha pelo momento carinhoso e todos os outros sentimentos ruins que ainda passavam igualmente por todo seu corpo e mente.

𝐫𝐚𝐢𝐧𝐛𝐨𝐰𝐬 ♥ 𝐜𝐡𝐚𝐧𝐠𝐡𝐲𝐮𝐧𝐥𝐢𝐱Onde histórias criam vida. Descubra agora