Capítulo 13

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Pegamos um táxi, já que Alfonso também não havia ido de carro e chegamos em meu apartamento em menos de 15 minutos. Não havíamos trocado uma palavra se quer, mas nossos olhares não se cansavam, nem por um instante, de se cruzar. Eu abri a porta e deixei minhas chaves no balcão da cozinha americana que dividia a sala.

- Eu vou por algo mais confortável...- falei pra ele que assentiu

- Você está com fome? - eu suspirei depois de ouvir sua pergunta

- Faminta - dei de ombros e o encarei

- Vou pedir comida indiana daquela restaurante que gostamos e preparo uma salada rápida para nós enquanto esperamos. - eu queria dizer não. Queria dizer simplesmente: vamos conversar e depois você vai embora. Mas aquela oferta era tentadora demais. Estar com Alfonso sem gritar e querer pular no pescoço dele era tentador demais. Então eu apenas assenti e dei meia volta - Anahí. - ele me chamou e eu virei para encará-lo mais uma vez. Ele passou a mão nos cabelos e depois em sua própria nuca como seu típico sinal de nervosismo. - se importa de usar esse vestido pra jantarmos? - eu então arqueei uma sobrancelha.

- o que foi, Alfonso? Não vou por uma roupa constrangedora nem nada do tipo...

- Não é isso! É que... - ele desviou o olhar - você está diabolicamente deslumbrante nele. - eu pisquei algumas vezes diante daquela declaração. Nem conseguia me lembrar da última vez que ouvira Alfonso me elogiar daquela maneira. Eu prendi a respiração. Eu não tinha uma resposta para aquilo. Meu rosto corou instintivamente com as palavras dele.

- Tudo bem. Vou só ao banheiro me refrescar... - eu ainda estava incrédula quando o vi assentir e então, após alguns segundos, fiz minhas pernas se mexerem e me levarem até o banheiro de minha suíte. Eu entrei e me encarei no espelho.

O que estava acontecendo comigo? Em um mesmo dia eu tinha gritado para Alfonso como havia me sentido com nossa separação, havíamos passado por um momento de carinho quando estávamos indo embora do pub, eu o tinha trago para o meu apartamento e aceitado jantar com ele e, finalmente, havia corado diante de um elogio do meu ex marido.

Eu apoiei minhas mãos no balcão da pia e abri a torneira. Deixei minha mão cair debaixo da água fria e então a levei para minha nuca. Eu fechei os olhos com a sensação da água gelada na minha pele. Eu estava quente. Aquilo estava errado. Nós estávamos pedindo a separação. E eu tinha decidido hoje mesmo, mais cedo, que caminharia com a minha vida. E aqui estava eu, com meu ex marido e mais do que isso fantasiando sobre os momentos mais intenso que vivemos nesses últimos anos juntos.

Eu respirei fundo e depois de alguns minutos decidi voltar para a sala.

Chegando lá, encontrei Alfonso atrás do balcão da cozinha,cortando algumas verduras com as mangas da camisa dobradas até o cotovelo e sua gravata frouxa. Ele então me encarou rapidamente e voltou ao que estava fazendo. Sua mão foi até o seu pescoço e ele tentou desfazer o nó da gravata inutilmente. Eu suspirei e revirei os olhos. Ele nunca conseguia desfazer os nós de suas gravatas sem a ajuda de um espelho. Eu caminhei até ele e dei a volta no balcão parando em sua frente.

- Posso? - eu apontei para sua camisa e ele então virou de frente para mim, largando a faca no balcão e me dando permissão.

Eu aproximei meu corpo do dele e então comecei a desfazer o nó, calmamente. Sua respiração tocava meu rosto, mas eu fazia de tudo para não olhar para cima e me deparar com aqueles olhos verdes tão perto de mim.

- Você sabe o que isso me lembra, não é? - ele disse e eu prendi o ar.

Eu sabia exatamente do que ele estava falando. Seu perfume entrava por meu nariz e me deixava tonta, assim como sua voz rouca. Eu precisava me concentrar em outro coisa. Nó da gravata, vamos lá.

- Não. - menti e ele sorriu daquela maneira cafajeste que só ele sabia fazer.

- Quer dizer que não se lembra nem por um minuto que toda vez que queria transar comigo, você me recebia ao chegar do trabalho e fazia questão de desfazer o nó da minha gravata e me beijar loucamente? - eu fechei os olhos e segurei fortemente no pedaço de pano que estava em minha mão.

Eu me lembrava perfeitamente. Era a minha maneira nada sutil de dizer que estava louca por ele e não esperaria um só segundo a mais para transarmos.

- Alfonso...por favor. - eu falei de forma baixa. Quase que como uma suplica. Eu tirei sua gravata do colarinho.

- Olha pra mim. - ele falou daquela forma autoritária e mandona que eu odiava, mas que não conseguia deixar de obedecer. Eu então o encarei. - agora me diz o que eu fazia quando você chegava do trabalho depois de mim e eu precisava de você...- eu pisquei diante de suas palavras e mordi meu lábio inferior.

- Eu não me lembro... - ele riu de forma rouca e eu fechei os olhos para depois tornar a abri-los. - qual o sentido disso, Alfonso? - ele então passou suas mãos em meu quadril e me puxou para mais perto.

- Me diz,Anahí.- eu engoli em seco com nossa proximidade.

- Você se abaixava em minha frente e tirava meus sapatos. Depois de acariciar minhas pernas, você me pegava no colo e me fazia se enroscar em você enquanto me beijava... - meu corpo estremeceu por completo com aquela lembrança.

Eu senti suas mãos que estavam em meus quadris percorrerem meu bumbum suavemente. Instintivamente, ao sentir aquele toque, eu pressionei minhas mãos em seu peitoral sentindo toda a sua rigidez.

- Nós podíamos ter todos os problemas do mundo, Anahí. Mas na cama sempre fomos os melhores. Você sabe disso... - e eu sabia muito bem. Eu não podia negar por um só segundo meu desejo avassalador por Alfonso.

Meu corpo pedia ele a todo momento. Parecia que meu corpo havia sido feito sob medida para o de Alfonso. Eu lambi meus lábios com todas as lembranças de nossos momentos mais íntimos e deliciosos. Uma de suas mãos subiu por minhas costas e parou em minha nuca. Nós nos encarávamos intensamente e não havia um só pelo em meu corpo que não estivesse arrepiado e completamente excitado com aquela situação.

Ele sorriu e então eu o vi descer lentamente. Passando por meus seios, minha barriga, e, finalmente, agachando em minha frente. Ele então levantou um pé meu e tirou meu sapato. Logo em seguida fez o mesmo com o outro pé os deixando jogados no chão da cozinha. Não contente, ele encostou sua boca em uma de minhas pernas e a arrastou até chegar em minha coxa.

Sua gravata que antes estava em minha mão foi parar no chão para que assim eu pudesse tocar em seus cabelos negros. Suas mãos começaram a percorrer minhas pernas e foram subindo até alcançar meu bumbum novamente. Ele o apertou deliciosamente com seu toque suave e selvagem ao mesmo tempo. Eu prendi a respiração e mordi meu lábio tentando me conter, mas tenho certeza que soltei o suspiro mais gemido de todos os tempos, porque consegui abrir meus olhos e ver Alfonso com o sorriso mais vitorioso e safado do mundo. Ele voltou a se levantar e me encarou por alguns segundos.

- O que você vai fazer agora? - ele sussurrou em minha boca e eu o encarei.

- Você sabe muito bem... - e não precisamos dizer mais nada.

Eu pulei em seu colo e ele me agarrou pelo quadril e pelas coxas, me erguendo e me fazendo vivenciar aquilo que tinha lembrado há alguns segundos atrás.


Até logo...Onde histórias criam vida. Descubra agora