O QUE DEIXEI PARA TRÁS| Rebecca Costa estava no último ano do ensino médio quando descobriu sua gravidez precoce. Abandonada pelos pais e sozinha no mundo ela teve que se virar só.
Trabalhava como auxiliar de cozinha em um restaurante chique da cap...
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Santos; 2012
Rebecca apressou os passos, a garota de longos cabelos cacheados virou a esquina da sua esquina rapidamente, quase tropeçando nos pés. Ela podia sentir o pedalar da bicicleta de Gabriel a alguns metros dela. Ela não queria de maneira alguma olhar para a cara dele. Por culpa dela os dois tinham levado advertências e agora ela só entrariam na escola acompanhada pela mãe, ela nem mesmo queria imaginar a cara da mãe quando o diretor enxerido disse que ela estava beijando um garoto no meio da quadra de esportes da escola.
Ela suspirou aliviada quando notou que estava a três portões de sua casa. Rebecca morava em um conjunto de kitnets. Ou seja, no lote em que morava existia mais três famílias. E o preço era bom e tinha incluído água e luz, então isso era bom para as despesas.
Ela rapidamente enfiou a mão dentro da mochila vermelha, tirando do fundo dela o molho de chaves para abrir o portão. De repente ela se sentiu em uma perseguição policial.
— Rebecca! — Oh, droga! Sua mente gritou assustada.
Como aquela hora do dia não tinha nenhuma alma viva na rua, Rebecca não poderia fingir que não era com ela. Engoliu seco e virou para trás onde Gabriel se encontrava em cima da bicicleta. Ele vestia o mesmo uniforme na qual estava no jogo, camisa do colégio, short de tactel e a chuteira azul com vermelho. Ele tinha um boné na cabeça e era engraçado que suas bochechas pareciam coradas. Se ele estava com vergonha porque está ali atrás dela?
O coração de Rebecca acelerou no peito e ela teve que se segurar para não sair correndo. Maldita a hora que ela decidiu salvar o coitado, ele nem estava em perigo.
— Oi… — Ela respondeu depois de um grande suspiro.
Gabriel desceu da bicicleta encostando no muro ao lado do portão dela. Rebecca olhou para as duas direções da rua com medo de aparecer alguém conhecido que pudesse contar a sua mãe que ela estava enrolando com um garoto no portão de casa. Gabriel parou a sua frente e olhou para ela coçando a cabeça em um gesto envergonhado.
— É… — Rebecca sentiu suas mãos soar quando ele engoliu seco e focou o olhar em sua boca. — Você está bravo comigo?
Ela perguntou secando as mãos na calça jeans de lavagem escura que vestia, ela segurou a risada quando ele mexeu as sobrancelhas de um modo estranho. Ela amaria ter uma pinça para tirar todo aquele acesso de pelo ali, seria tão satisfatório. Gabriel mordeu o lábio inferior e se aproximou dela como um lobo se aproximou da presa. Mesmo assim ela continuou no mesmo lugar parada sem ao menos conseguir se mexer.
— Não estou com raiva, na verdade estou surpreso… — Gabriel sabia que não era o mais bonito da escola, na verdade ele nem era bonito. O bullying era algo normal na escola, as meninas sempre o chamavam de Ciclope ou no caso de Rock Lee do futebol, por causa das enormes sobrancelhas. Nenhuma garota tinha coragem de ficar com ele, elas diziam que era horroroso. Porém, Rebecca foi diferente o beijou na frente de todos e de repente ele era o cara.