Símbolo Do Medo

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– O que está acontecendo? – a voz de Sorahiko Torino ecoou pelo pátio.

Izuku respirou fundo, enquanto um Katsuki de cara fechada o ajudava a levantar­.

– Vô Torino ... – começou Hana, indicando Izuku, que agora estava de pé, segurando uma das caixas – Precisamos falar com o papai. Esse homem roubou joias de alguém, e está se escondendo. É por isso que está aqui.

Todas as suas coisas estavam ali, naquele momento. Seria complicado, mas ele poderia fugir. Daria tempo e pegar um dos barcos e começar tudo de novo, em outro lugar. Não seria a primeira vez que ele faria isso, de qualquer forma.

Mas o garoto loiro parecia ter entendido a sua linha de raciocínio, e sua presença alta parecia envolvê-lo em um casulo.

– Isso é verdade, Yo? – perguntou Torino, tranquilamente, ao se aproximar das três figuras do pátio central.

O garoto olhou para os próprios pés.

– Não. – ele respondeu – As joias que ela fala ... são da minha mãe. – contou – Não há nada aqui, que não seja realmente meu. – dito isso, Hana soltou um breve riso de deboche.

– Com essas joias? – ela apontou – O filho de alguém que tem esse tipo de coisa não trabalharia em um alojamento como este. – E nisso, ela tinha razão, pensou Katsuki. Ele não entendia muito sobre joias, mas aquelas pareciam estar em um patamar acima do comum.

O tipo de coisa que só alguém muito rico, como Toshinori, poderia comprar. O nerd realmente não parecia ser o tipo de pessoa que seria capaz de roubar algo. Mas seu nome também não era Yo, como claramente apontava aquela carteirinha.

Ele poderia não ter roubado, mas, sim, estava escondendo algo.

Sorahiko encarou "Yo" como se o analisasse, pela primeira vez, muito minuciosamente. Com seu olhar antigo e estreito. Ele havia chego em Yakushima em um dia chuvoso, a muitos anos atrás, sem falar sobre seu passado ou com qualquer parente conhecido por ali, assim como o garoto, que ainda estava parado, de pé, e de cabeça baixa diante do escrutínio de todos.

Por fim, o ancião respirou forte e bateu com a bengala na neve.

– Garoto. – ele começou – junte as suas coisas, e vá guarda-las, sim? Depois vá até a sala de Toshinori. Precisamos conversar direito sem essa gente toda e sem esse frio me incomodando tanto. – Ele virou, claramente mal-humorado para Hana – E você, moça. – Ele disse em alto e bom tom – Termos uma boa conversa sobre esse seu novo hábito de invadir o quarto dos outros e provocar cenas como essa.

– Mas, vovô ...

– Eu não quero falar sobre isso agora. – Ele cortou, apertando a bengala – Você vai para o seu pavilhão, e vai ficar lá até segunda ordem. Você me entendeu? – Ele se virou para "Yo" – Vá guardar suas coisas, garoto. – ele repetiu – Ao menos tenha um pouco de piedade dos meus ossos, nesse frio.

Enquanto Hana, agora se sentindo humilhada por seu avô, diante de todos, partia batendo seus pés, de má vontade e com o rosto tingido de vergonha, o garoto de olhos vermelhos, encarava aquele que naquele momento possuía um destino incerto.

Katsuki pegou rapidamente uma caneta e um papel, rabiscou algo e enfiou nas mãos de Yo.

– Resolva o que tem que resolver. – ele disse em tom baixo e decidido. – E depois me ligue. Se você não me ligar, eu venho atrás de você. – ameaçou, por fim.

Izuku fez um sinal afirmativo, parecendo ainda muito atordoado, enquanto dirigia-se com suas caixas em direção ao seu quarto.

– Hey, garoto. – Torino chamou Katsuki, enquanto esse apenas encarava as costas de Yo, que se afastava. – Você o conhece a quanto tempo?

Cinderella StepbrotherOnde histórias criam vida. Descubra agora