Ethel virou a sua cara para o lado, pois sentia no ar os pensamentos do humano chamado Eric que ela seguia há algumas horas atrás. Ele estava enfurecido com o suposto irmão. E aquela dor que surgiu no seu peito nos últimos tempos não era algo comum em alguém tão jovem. Quer dizer, alguns jovens costumam ter uma dor semelhante a que chamam de ansiedade, que muitas vezes está associada a esta dor. Essa é demasiado forte para ser só um ataque de ansiedade.
Mas, havia algo mais.
Outro ser não humano algures a espreita.
Groove que esteve com ela a seguir tudo o que ela fazia, levantou uma sobrancelha inquisidor.
O tempo para os Deuses passa de forma diferente. Horas para um humano pode ser apenas algumas frações de segundos no espaço de tempo dos Deuses.
-O que se passa na mente da pequena Ethel? - divagou alto.
- Groove, não posso falar agora. Tenho coisas mais importantes para fazer do que estar aqui contigo a conversar.
- Mas… segundo a reunião dos Deuses feita há um milênio atrás, eu tenho que ficar contigo alguns anos humanos. E, seguir de perto tudo o que fazes.
- Agora não é o melhor momento para discutirmos a respeito disso.
- Então quando será? - perguntou
- No dia de *são nunca à tarde, obviamente.
Dito isso, Ethel parou, e escutou o silêncio que só era quebrado pelo som calmo do vento. Era possível sentir a dor no corpo do humano e a morte iminente à espreita. Não era suposto estar a acontecer aquilo. Não estava nos planos da Ethel perder o humano que ela observava tão cautelosamente há anos. Minuciosamente, ela farejou o ar e procurou pelo rastro do ser que estivera algures perto daquele humano. E, sem pensar duas vezes, ao pressentir a inconsciência do Eric, ela sumiu do campo de visão de Groove e reapareceu no exato momento em que aquele pobre jovem caía no chão. Apanhou-o a centímetros de se esbarrar com a calçada. Fazendo-o flutuar pelo ar até si, o examinou minuciosamente. E não se distraiu da presença constante do ser que provinha ao seu redor.Alguém a observava.
- Não se acanhe, aproxima-se. - Ethel falou demonstrando não temer quem aí estava escondido entre a luz e a escuridão da noite.
Um riso suave preencheu o silêncio daquela noite fria e um ser de aspecto humano apareceu do seu esconderijo. O seu olhar se intensificou e transformou-se em puro sangue. O vermelho intenso brilhou que nem um rubi na noite. E, uma marca de um anjo expulso da órbita dos Deuses se viu por entre as pálpebras. Era a tatuagem que recebiam ao se rebelar contra os Deuses.- Uma Deusa por aqui? - perguntou o indivíduo que abriu um sorriso ainda maior. - E ainda por cima agarrada a um simples humano.
Ethel recuou e colocou-se à frente do corpo inerte do Eric. Com o olhar penetrante no do anjo a sua frente, ela parou e deixou que o silêncio tomasse conta do ambiente. Esperava saber em instantes o que aquele ser angelical queria de si. Baixou os seus braços, e deixou-os inertes junto ao corpo.Abriu as pernas numa posição óbvia de que estava preparada para lutar. Venceria a luta ou não se chamaria de Ethel a Deusa do universo Etheliana. O seu olhar brilhou e os olhos negros transformaram-se em algo dourado e relâmpagos surgiram ao seu redor tomando conta do seu corpo. As suas mãos fechadas em punho foram colocadas à frente do seu corpo e cruzou-as sobre o peito numa posição de protecção. O seu cabelo esvoaçante transformou-se em cobras brancas que contorciam ao seu redor, enquanto aumentavam de tamanho.
Ela estava pronta;
- Então, diga-me, o que procura por aqui?
- Digamos que eu não vim até aqui à procura de uma amizade.
Ethel soube de imediato o que ele queria assim que o anjo deu mais um passo na sua direção. Com certeza não queria fazer amizades com uma Deusa, mas sim tomar o seu lugar. Mas para isso, ele teria que a vencer numa luta.Quem irá vencer a batalha?
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Ascensão De Ethel: Caminhantes do Ontem
Fantasy"Caminhantes na terra nem sempre são os humanos. Existe muito mais do que a que enxergamos por aí a caminhar. Tudo pode passar de uma simples miragem que alguém criou para nos manter na total ignorância acerca da realidade por trás da nossa verdadei...