Deu tudo certo!

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Sérgio descia a escadaria com pressa levando em seus braços um alguém que havia se tornado algo imenso em sua vida, quem ele jamais esperava ver naquela situação. O seu bem mais precioso agora cada vez mais pálidas e desnorteada junto ao seu peito. O ferimento jorrava um sangue vivido e quente. Alícia seguía ele com a nada costumeira sensação de que poderia perder sua irmã a qualquer momento. Palermo ultrapassou na frente de todos para que chegasse primeiro à saída onde guardas famintos os esperariam e foi chamado a atenção de Sérgio

- Palermo! - Sérgio o chamou

- Está tudo bem, apenas venham no meu sinal! - Ele intimou aos amigos que apenas assentiram temerosos

Ele encheu o peito de ar e toda a coragem que sabia que detinha e saiu de mãos ao alto até o lado de fora do portão principal. Os demais amigos suspiraram de alívio quando não ouviram sequer um tiro e logo Palermo indicou que corressem

Helsinki sabia que de algo serviria o carro de oito lugares cujos bancos adicionais haviam sido retirados, e assim a ferida e todos os outros 5 couberam dentro do carro. Sérgio passou pela porta com Raquel nos braços. Alícia tinha uma arma e duas mãos ao alto, olhou os seguranças demostrando que não reagiria enquanto os via sedentos de descarregarem todas suas armas nela e nos amigos

Helsinki gritou para que entrasse e a ruiva finalmente saiu dos olhares dos seguranças e entrou no carro. Alícia tateou o teto do veículo para que pudesse ligar a luz da parte de trás. Quando conseguiu, seus olhos captaram uma cena que ela jamais se esqueceria, por mais que vivesse por mil anos

Sua melhor amiga perdia tanto sangue que ela mal podia acreditar

- Segure aqui! Pressione e mantenha a calma! - Palermo aconselhou a Sérgio enquanto o instruía a pressionar um pano fortemente contra o peito de uma Raquel cada vez mais pálida em seus braços

- Sérgio... - A voz fraca de Raquel o chamou entre seus braços e ele pararia o mundo somente para ouvi-la agora

- Meu amor, nós já estamos chegando. Tudo ficará bem, apenas fique aqui comigo. Por favor. Tudo ficará bem, eu prometo. - Ele pediu enquanto tateava o rosto de Raquel com as mãos ensanguentadas e pressionava o ferimento da amava sentindo o pano cada vez mais molhado pelo sangue de Raquel

- Meu amor. Me ouça. Eu realmente não sei se consigo. Mas... por favor, preciso que você prometa que ficará bem... - Ela dizia com a voz acasa vez mais cansada e fraca - Preciso que fique bem e vivo... viva para lembrar de mim. Do nosso amor. Preciso saber que você ficará bem, meu amor.

Ela tossiu um pouco e Sérgio não conseguia reagir a nada mais que não fosse chorar desesperadamente a vendo naquele estado sem poder fazer qualquer coisa. O carro se movia com toda pressa que Helsinki conseguia ao volante e eles eram jogados as laterais do veículo a todo instante. Alícia ao fundo chorava e gritava incessantemente sendo segurada aos surtos por Andrés. Os veículos buzinavam as infrações cometidas e ainda assim Raquel parecia serena como a própria personificação de paz. Parecia que encarava seu fim com bravura e serenidade

- Preciso que prometa que tentará ser feliz. Que não vai desistir de ser feliz. Por que você merece tanto, meu amor... Me prometa, cariño, me prometa... Hoje é somente o primeiro dia da sua nova vida, Sérgio. E você precisa vivê-la. - Os olhos de Raquel já estavam semicerrados. Ela não parecia triste, contudo, apenas exalava calmaria e satisfação

- Como eu vou continuar sem você, Raquel? Você... Você... Eu preciso de você, meu amor. Eu preciso de você, Raquel. Por favor, não me deixe... - Sérgio a implorou a vendo cada vez mais débil, porém complacente como alguém que se vai sem ressentimentos, dívidas ou frustrações algumas

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