Capítulo V

130 16 0
                                    


Raven ficou tensa no lugar, ela não sabia o que fazer. Nunca uma alma viva estaria de pé por tanto tempo assim para subir aquela terceira montanha, e nem eram eles bem-vindos naquele lugar. A voz a quem lhe chamava era masculina então não poderia ser Madame Xanadu, já que era uma mulher. Ela se virou. Um homem todo vestido de preto a olhava pela fresta que uma máscara preta deixava os olhos de fora. Ele levava duas katanas nas costas e não vestia nada além no macacão preto que lhe cobria o corpo inteiro.

Mesmo estando a apenas algumas árvores de distância, Raven sabia que ele era mais alto que ela. Tinha algo na tonalidade de seus olhos, que contrastava com o preto da roupa e o branco da neve, que a deixava incomodada pela a maneira como a olhava. Quando ele deu um passo em direção a Raven ela então se lembrou de qual era seu papel como última herdeira da magia de Azarath e a quem pertenciam àquelas montanhas.

- Essas montanhas não aceitam visitantes, já lhe aviso. Por favor, eu peço que se retire imediatamente. – O homem apenas continuou a observando e então pronunciou:

- Não creio que irei sair antes que escute o que eu tenha a dizer.

- Então o diga e vá. Aqui é uma área restrita.

- Venho através do rei Ra's Al Ghul convocar a sua presença, pois ele gostaria de conhece-la e oferecer uma oportunidade para que trabalhe para ele. - O homem inclinou a cabeça e então andou para o lado. Raven fez exatamente o oposto, enquanto ele dava um passo para esquerda, ela dava um passo para a direita.

-Ra's quem? De que reino é esse que eu nunca ouvi falar? – O homem parou por um momento e soltou uma risada.

- Não cabe a mim responder. Você está convocada imediatamente pelas ordens do rei, peço que venha conosco, não precisará levar seus pertences. Despeça-se de sua casa e família e partiremos agora.

Raven acabou parando do outro lado de onde havia chegado inicialmente e agora o desconhecido ficara exatamente entre ela e a trilha para sua casa. Ela queria muito apenas sumir com o homem, porém, era seu dever ser educada e pedir para que não voltasse, pois, se o fizesse, haveriam consequências.

- Bem, eu agradeço muitíssimo a oferta de seu rei, mesmo não sabendo quem ele é ou como chegou a descobrir minha pessoa, porém, eu terei que rejeitar a proposta.

O homem a encarou por vários segundo antes de dizer: - Não há rejeição para o rei, você vem conosco.

Raven franziu as sobrancelhas e então entendeu que aquele sujeito estava ali para buscar a ela e não iria embora não importasse o que fosse. Ele começou a andar em sua direção e então disparou para cima dela. Raven não teve nem tempo de pensar pois seus poderes se acenderam na mesma hora e ela jogou um raio negro para conter o homem. Mas como a pontaria de Raven estava mais que enferrujada, visto que ela não treinava e nem tinha motivos para treinar, o arco de luz negra voou para o outro lado sem nem tocar o homem. O mesmo deu uma rápida corrida e quase pegou seus cabelos se Raven não tivesse se jogado para o lado, o medo bombeando sangue para seu coração e tornando mais rápido seus reflexos.

Ela se jogou para trás de uma árvore e levantou-se de novo, porém, quando ela olhou rapidamente ao redor ela não encontrou a figura de preto. Foi quando Raven sentiu uma pressão por trás e duas mãos prenderam seus braços, Raven deu um grito agudo de surpresa e espanto e medo. Mas ela não era burra e então moveu-se freneticamente o que não mudou muita coisa visto que era menor em tamanho e força, mas foi o suficiente para que ele pegasse o pano que que matinha guardado em uma parte do macacão para dopa-la, e, para, Raven soltar um braço e estica-lo em direção a mascara negra. Em questão de segundos que dependiam de sua vida, ela roçou um dedo por debaixo da fenda de tecido que cobria sua cabeça e lançou um feitiço que conhecia muito bem.

A luz preta foi pequena o suficiente, mas o raio negro que ela lançou para dentro dele foi tão grande que o homem tremeu por inteiro antes de cair no chão se convulsionando. Ofegante, Raven correu para o lado oposto imediatamente não esperando o homem se levantar ou qualquer outra coisa ocorrer. Ela estava chegando quase na entrada para a cratera quando ouviu alguém gritar.

- Jinx! – E então antes que pudesse raciocinar e como que numa ironia do destino ela sentiu um choque tão grande e que a fez ficar estática no mesmo instante, e com o corpo rígido e os músculos em espasmos ela caiu dura no chão. A última coisa que se lembra de ter visto e sentindo era a de ser virada e tocada por uma mulher que tinha algo de rosa sobre si, e então a escuridão a tomou por inteiro.

Montanhas de AzarathOnde histórias criam vida. Descubra agora