Capítulo XI

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Quando Raven acordou naquela manhã, ela sentiu sua cabeça pesada. Sentando-se na cama ela notou que vestia o mesmo vestido bonito de ontem, mas não estava com as sandálias. Ela bocejou, se espreguiçando e virando-se para o lado para sair da cama. Quando ela deu de cara com um objeto que chamou sua atenção. No criado-mudo havia um livro de dimensões pequenas, de capa vermelha rubi. Ela estendeu a mão e pegou o livro. Sua capa possuía um emblema de um lobo e de uma rosa. Ela abriu o livro que tinha as páginas amareladas, mas ainda conservava seu caráter luxuoso.

A porta se abriu e Raven olhou imediatamente para o outro lado.

- Bom dia, senhorita. – As duas criadas disseram em uníssono. A de cabelos curtos e pele morena trazia um carrinho com uma bandeja em cima.

- Trouxemos sua comida para você. A princesa disse que seria muito bom se dormisse mais um pouco para ter um tempo para se preparar para seu juramento para o príncipe.

Então, a realidade bateu em cheio em Raven e ela se lembrou da noite anterior. A vergonha que sentiu foi tanta que ela pensou em se esconder debaixo das cobertas novamente. Ela se lembrou então de Damian Al Ghul, de estar em seus braços e de ter apagado neles. Ela escondeu o rosto nas mãos, sentindo-se extremamente vulnerável e ridícula. As criadas arrumaram a mesinha e então Raven se levantou e comeu. Quando terminou, ela estava se sentindo melhor da tontura, mas não do sentimento de vergonha.

Já despida e dentro da banheira cheia de bolhas, elas deixaram Raven relaxar enquanto cuidavam de suas unhas e lhe massageavam o couro cabeludo. Seus pés também foram mais uma vez cuidados e então depois de ter os cabelos lavados e desembaraçados, enrolaram um roupão em sua cintura e a levaram para o quarto de vestir. Um robe de seda branca, da mesma cor de suas pulseiras, foi tudo o que ela vestiu, assim como sapatilhas de tecido macio e fofo de cor branca. Elas pentearam milhares de vezes seus cabelos e depois fizeram uma trança única não muito apertada.

- Nós iremos servir seu almoço aqui também e logo mais de noite iremos a arruma-la.

Raven assentiu timidamente, presa em seus pensamentos.

- Descanse, senhorita. – Disse a criada enquanto repousava uma mão em seu ombro e lhe indicava a cama. Raven foi e se sentou no colchão macio.

- A senhorita Talia pediu para que déssemos esse chá para você, ela disse que irá lhe fazer bem.

As duas serviram um chá para Raven, que levou o nariz até a xícara de conteúdo morno. Ela então deu uma pequena golada, sentindo o sabor intenso e amargo de boldo. Raven não conteve a careta e as duas criadas riram timidamente.

- Tome tudo, senhorita. Essas são as ordens da princesa.

Raven se encheu de coragem e tomou toda o liquido de uma vez, limpando a boca molhada com as costas das mãos quando terminou. A xícara foi retirada de suas mãos e as criadas ajeitaram-na cama, puxando o lençol fino sobre suas coxas e barriga. Quando a porta se fechou, Raven virou para o lado e pegou o livro em mãos novamente.

Ela o analisou, o cheirou e depois de longos minutos observando sua capa, ela o abriu e começou a ler. Porém, enquanto lia, ela não pode deixar de sentir o cansaço acumulado da semana pedindo para que fechasse um pouco as pálpebras e então, com isso, ela cedeu ao ímpeto e fechou os olhos, com a intenção de os descansar por apenas alguns minutos.







Quando acordou, a primeira coisa que sentiu foi a fronha molhada do travesseiro contra sua bochecha. Ela sabia que era de sua baba e então fechou a boca e se virou, sentando-se. O quarto estava totalmente escuro. O sol já havia se posto e ela se sentia bem, apesar de frustrada por ter dormido um dia inteiro. Suspirando, ela se espreguiçou e então colocou os dois pés para fora da cama, se impulsionando para frente e levantando-se.

Montanhas de AzarathOnde histórias criam vida. Descubra agora