𝙪𝙣𝙙𝙚𝙧 𝙩𝙝𝙚 𝙨𝙖𝙢𝙚 𝙨𝙩𝙖𝙧𝙨 - 𝘸𝘢𝘯𝘵𝘢𝘴𝘩𝘢

5 - "apenas um beijo"

Surtando muito por causa do Sisu, decidi escrever para me ocupar. Desculpa se estiver curtinho, boa leitura chuchus

As novidades da vida de Natasha sempre foram divididas com Clint e Yelena. Tudo que acontecia em sua vida, suas vitórias e suas derrotas, suas quedas e os seus vôos eram relatados com os mínimos detalhes. E claro, desta vez não seria diferente. Com os dois pares de olhos grudados em si, Natasha contou com riqueza de detalhes o que aconteceu na sala de Wanda.

— Eu sou melhor em dar conselhos do que você. — Yelena murmurou vitoriosa para Clint.

— Se eu não tivesse feito a Natasha tratar a Wandinha igual "trapos" — o homem disse parafraseando a morena, fazendo aspas no ar. — o beijo não teria acontecido.

— Não muda o fato de eu ter mais crédito que você. — A loira retrucou.

— Vocês podem dividir, tá bom? Ou melhor, o crédito é todo meu, porque eu não vi nenhum de vocês indo lá me ajudar a beijar a Wanda. — Natasha cessou a briga dos dois, com um sorriso radiante no rosto. Nem as árvores caídas do parque e os tratores trabalhando para retirá-las tirou o seu bom humor.

Clint decidiu que seria uma boa ideia levar os dois filhos para passear no parque um dia após a maior tempestade que a cidade de Washington já registrou no ano. As crianças pulavam por cima das árvores caídas, tentavam brincar com os materiais dos bombeiros e algumas vezes, Natasha pudia jurar que os viu correr com um dos capacetes amarelos nas mãos. Clint apenas ignorava, fingindo não conhecer os filhos para não se responsabilizar por suas travessuras.

— Quando eu tiver um filho eu quero cuidar tão bem quanto você. — Natasha murmurou ao ver um dos bombeiros questionar de quem são aquelas crianças.

— Eu sou um ótimo pai. Olha só. — Clint levou dois dedos até a boca, soltando um assobio estridente. No mesmo instante, as crianças correram até ele. — Vamos pra casa antes que eles façam o papai pagar pelo martelo enterrado.

— Ele adestrou as pestinhas. — Yelena murmurou boquiaberta.

— Meninas, foi ótimo falar com vocês. Até no trabalho, Nat. E até algum dia, Lena. Crianças, se despeçam. — Clint deixou um beijo nas irmãs, exatamente como seus filhos. E como sempre fazia, pegou os dois nos braços e correu até a saída do parque, fazendo os pequenos soltarem sonoras gargalhadas. Ele realmente era um ótimo pai.

— Se eu cuidar dos meus filhos tão bem quanto o Clint eu provavelmente vou ser a mãe mais legal do mundo. — Natasha murmurou com um sorriso bobo no rosto.

— E você tem dúvidas de que vai ser uma boa mãe? — Yelena disse tomando uma das mãos da irmã.

— Digamos que eu não tive um bom exemplo.

— Eu sei. Você também não tinha um bom exemplo de irmã, e mesmo assim conseguiu se sair melhor que encomenda. — Yelena desmontou o seu famoso sarcasmo. — Você vai se sair bem no que se propor a fazer. Até ir pro espaço e ficar longe de mim por alguns meses.

— Se você queria me fazer chorar era mais fácil ter colocado a cena que a avó da Moana morre para eu assistir. — Natasha murmurou se abraçando na irmã, tentando disfarçar as lágrimas no canto de seus olhos. — Eu te amo, Lena.

— Não, você sabe que eu colocaria a cena que a Anna ficou congelada 'pra salvar a Elsa do Hans. — Yelena disse sorrindo, deixando um beijo no topo dos cabelos da irmã. — Eu também te amo, Nat. Agora vamos, que esse assunto começou a ficar sentimental demais pro meu gosto.

Do outro lado da cidade, o clima era o completo oposto. Wanda estava surtando, contando de maneira afobada o que havia acontecido no dia anterior. Pietro, que havia acabado de acordar, tentava acompanhar o raciocínio acelerado da irmã. Seus fios platinados estavam desgrenhados, e seus olhos sonolentos mal acompanhavam a irmã andar de um lado para o outro em seu quarto.

— Wanda. — Pietro tentou chamar a atenção da irmã. — Wanda!

— Não grita comigo. — a morena disse choramingando.

— Desculpa. Deixa eu ver se eu entendi. — O platinado bocejou, tentando colocar em ordem cronológica os fatos jogados por Wanda. — Você não abriu o seu e-mail, e foi para o trabalho mesmo tendo um dia de folga. Não aguentou ficar sozinha no escuro por 50 segundos e se trancou na sua sala nesse meio tempo. — Pietro não conseguiu conter o pequeno sorriso que se formou no canto de seus lábios.

— Para de rir, você sabe que eu tenho trauma. — Wanda ralhou, parando em sua frente com as mãos na cintura.

— Desculpa. Continuando. — Pietro se recompôs, voltando a narrar os acontecimentos. — Você contou como hackear a segurança da NASA pra sua paixonite, e ainda por cima que a sua senha é One direction. — mais uma vez o platinado zombou da irmã, que dessa vez nem tentou se defender. — E depois começou um festival de ofensas gratuitas, até você colocar a ruivinha contra a parede, literalmente.

Nessa altura, as bochechas de Wanda estavam mais vermelhas que um pimentão. Odiava expor sua privacidade, mesmo que com o seu irmão. Na verdade, falar disso com o irmão era um tópico ainda mais sensível para a morena.

— Pietro, pára de repetir esses detalhes. — Wanda ralhou, se jogando na cama ao lado do irmão enquanto encarava o teto.

— Desculpa. — Pietro olhou de soslaio para a irmã e continuou. — E depois de você ter... Enfim. Ela te beijou, e o empata foda chegou. Não gosto desse cara, sabia? Não confio em gente muito alta. Mas por que você está surtando, Wand?

— Pi, você não está entendendo. Eu fiz isso no trabalho. O meu lugar sagrado, onde você sabe que até você perde os laços sanguíneos comigo. — Wanda se virou para o irmão, que repetiu o gesto da irmã.

— Você não precisa entrar de mãos dadas com ela, Wanda. Você mesma disse que é ótima em separar a vida pessoal do trabalho. Mas me diz uma coisa... Você gostou?

— Não vem ao caso agora. Mas sim, ela é bonita, interessante e a companhia dela me faz bem. — Wanda sorriu involuntariamente.

— Então pronto. Para de se pressionar, Wanda. Foi só um beijo, e eu tenho certeza de que se você não quiser, não vai voltar a acontecer. — Pietro era um ótimo conselheiro amoroso, apesar de sua vida amorosa se resumir em encontros de duas noites, no máximo três.

— Obrigada, Pi. Agora vai escovar os dentes que você está com um bafo horrível. — Wanda disse se virando para o lado oposto.

— Em minha defesa, você que invadiu a minha casa. — O platinado reclamou, mas fez o que irmã pediu (lê-se "mandou").

E sozinha no quarto do irmão, wanda repassou mais uma vez o conselho de Pirtro. Sim, ele estava certo. Foi apenas um beijo, ela poderia lidar com isso da mesma forma que lida com o assédio quase que imperceptível de Visão. E com esse pensamento, Wanda foi até o seu apartamento se afundar em trabalho. Afinal, o projeto de sua vida não poderia ser atrapalhado por um simples beijo