𝙪𝙣𝙙𝙚𝙧 𝙩𝙝𝙚 𝙨𝙖𝙢𝙚 𝙨𝙩𝙖𝙧𝙨 - 𝘸𝘢𝘯𝘵𝘢𝘴𝘩𝘢

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Boa leitura, meus amores.

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Existe uma regra implícita de convivência, que em um corredor onde o fluxo de pessoas é muito grande, devemos caminhar à nossa direita, evitando trombadas e eventuais quedas. Ninguém precisou falar isso em voz alta, apenas o bom senso é o suficiente para que todos cumpram essa regra. Claro, todos, com excessão de Wanda Maximoff.

A morena não dava a mínima em que lado do corredor estava caminhando, só queria chegar ao seu destino o mais rápido possível. E no seu atual estado de espírito, ninguém tinha coragem de pedir para a cientista atravessar o corredor do lado correto. O que não impedia de lançarem olhares incriminatórios direcionados em sua direção. Wanda continuou sua caminhada, com as mãos nos bolsos do jaleco e o som de seus saltos ecoando pelo corredor, caminhou com sua habitual confiança sem ao menos olhar para o lado.

Até se chocar contra Peter, que corria pelos corredores para encontrar a morena, à pedido de Visão.

— Parker, olha por onde anda. — Wanda ralhou com o garoto, se apoiando em seus ombros para evitar a queda.

— Desculpa, Sra Maximoff. É que o super chato está te chamando no heliporto, hoje é dia de treinamento em Houston. Lembra? — Peter disse naturalmente, arrancando um meio sorriso de sua tutora.

— Super chato... Suponho que estamos falando do Victor. Não o chame assim, Peter. Você pode acabar falando perto de pessoas que estão apenas esperando essa oportunidade para cortar sua bolsa. E eu não me esqueci. — Wanda aconselhou o mais novo, caminhando devagar ao lado do adolescente em direção ao elevador.

— A pessoa que você ama o sobrenome vai estar lá, sabia? — Peter sussurrou quando os dois entraram no laboratório.

— Por incrível que pareça, eu sabia. — Wanda sussurrou de volta. — Mas não falamos do Bruno no trabalho, Peter.

— Certo, não falamos do Bruno. Faz uma semana que não falamos do Bruno, mas o Bruno estava falando de você com o Clint, se quer saber. — De uma maneira nada discreta, Peter cobriu a boca com o tablet enquanto sussurrava.

— O Bruno estava o que? O que ela disse? — Wanda sentiu seu coração acelerar ao supor o que Natasha havia dito. E se Peter conseguiu ouvir, qualquer pessoa poderia ter ouvido.

— O Bruno estava sussurrando, mas eu sou muito bom em ler lábios e consegui espionar pra você. — Peter sorriu. — Ela disse que você se assustou com um peixe cru e depois bateu a cabeça na lama, o que não fez muito sentido pra mim, mas ela estava bem séria enquanto falava.

— Realmente, você é ótimo em ler lábios. Foi exatamente isso que aconteceu. — Wanda segurou a gargalhada, varrendo o ambiente com os olhos. — Agora vai aprender alguma coisa com o Tony, preciso resolver umas coisas.

Wanda havia se esquecido completamente do treinamento planejado à meses no estado do Texas. E o motivo de seu esquecimento tinha nome e sobrenome. Seria o último treino de ejeção antes do lançamento, o que lhe deixava mais nervosa que o normal. Agradeceu mentalmente por ser organizada (ou ansiosa?)  o suficiente para ter deixado a mala da viagem pronta em sua sala uma semana antes. O completo oposto de Pietro, que apenas separou duas mudas de roupa e jogou em uma mochila na noite anterior.

— Wanda! Bom dia. Deixa eu te ajudar com isso. — Era Steve. O homem viu a clara dificuldade que Wanda estava tendo com sua mala escarlate, e como o bom cavalheiro que sempre foi, se prestou a ajudar a colega de trabalho.

— Bom dia, Capitão Rogers. Sempre chegando na hora certa. — Wanda sorriu, observando a facilidade com que Steve carregava a mala.

— É, já você está atrasada. Fiquei preocupado, geralmente você chega duas horas antes de todo mundo. Aconteceu alguma coisa? Você está diferente nessa última semana. — O loiro disse entrando no elevador ao lado de Wanda.