Capítulo 7

926 106 91
                                    

Confesso que essa foi a pior cena "triste" que eu escrevi na minha vida. Me desculpem aí :'V


------------------------------------------------------------

P.O.V George (1° pessoa)

- Naquele dia eu prometi que iria me casar com você um dia.

Arregalo os olhos, como essas coisas aconteceram e eu não me lembro de nada? 

- Era um dia bonito, daqueles que dá vontade de deitar na areia e ficar rindo. E era o que estávamos fazendo, deitados na areia e rindo sem parar de alguma palhaçada que eu fiz - vejo um sorriso singelo se formar no canto dos lábios de Clay, que logo se desmancha - mais tarde, dei a ideia de irmos explorar a praia e lá tinha um tipo de caverna, e mesmo você não querendo, eu insisti... 

 Eu não sabia o que pensar, mesmo não sabendo ao certo o que aconteceu, ver a expressão de dor no rosto de Clay estava fazendo meu coração se apertar. Não podia ser realmente a culpa dele, né? 

- Chegando lá, a vista era muito bonita, pois a caverna ficava em cima de uma pequena montanha - o garoto continua - ficamos conversando e em algum momento eu prometi que iríamos nos casar em um lugar com uma vista muito bonita, tipo aquela. 

- Hum - resmungo e ele vira o rosto para o teto, de forma que não me olhasse. Não vou mentir, isso não me fez me sentir muito mais animado. 

- Eu não sei o que aconteceu comigo, mas eu devo ter perdido o equilíbrio quando estávamos voltando de lá, e acabei caindo em cima de você, acabamos descendo rolando o restante da montanha, e lá em baixo eu vi você com... - sua voz falhará - olha, George! Me desculpe, tá? Eu não sabia o que fazer! 

- Fica tranquilo! O que você fez de tão ruim? Me deixou com a cabeça sangrando lá? - pergunto dando uma risada, mas ele me encara sério - você me deixou sozinho com a cabeça sangrando?! - me levanto, mas sinto minha perna doer ao tentar dobrá-la, o que faz Clay se levantar junto. O loiro toca a mão em meu braço, e então eu finalmente percebo. Eu estava chorando. Desde quando? 

- Eu... estava apavorado, sei que não é desculpa, mas eu fiquei com medo de te ver desmaiado. Não era medo de me culparem, e sim de você acordar, me ver e achar que eu era o culpado... mas agora, eu percebo que eu realmente fui o culpado. 

Muita coisa para pouco tempo. Minha cabeça parecia girar. Eu havia sido amigo de Clay e não me lembrava porque perdi a memória? Como ninguém me falou sobre? Nem eu parecia me perguntar o que havia acontecido antes do meus 7 anos... 

Era como se de repente algo se tivesse iluminado em minha cabeça, mesmo não sabendo como havia realmente ocorrido tudo aqui, minha mente projetava tudo com base no que Clay havia dito. Eu sentia vontade de chorar, mas não sabia o motivo. 

- E... e por que nunca mais falou comigo? Me tratou que nem um desgraçado - pergunto um pouco hesitante, mas vejo Clay abaixar a cabeça, como se já esperasse para responder essa pergunta a anos. 

- Eu não sei direito, fui um covarde... não queria que você recobrisse a memória e começasse a me odiar, eu não suportaria - ele se levanta e vai até a carteira, tira alguma coisa e volta para a cama. Ele me entrega e vejo ser uma foto de dois garotos, um ao lado do outro. Eles estavam apontando para a câmera com expressões engraçadas, usavam uma fantasia de dinossauro e o fundo, mesmo que meio desbotado, eu reconhecia ser a casa dos meus pais. Eles não tinham mudado nenhum móvel desde minha infância, diziam sempre que as memórias daquele lugar seriam atrapalhadas por causa disso. 

- E achou que ficar me zoando por aí iria me fazer te amar? - pergunto, com um pouco de arrogância na voz. 

- Não, mas eu achava que assim você pelo menos não iria parar de conversar comigo... - o garoto confessa e sinto sua mão quente tocar a minha, que ainda segurava a foto - se eu tentasse me aproximar como um amigo novamente, tudo o que eu fiz iria ficar martelando em minha cabeça dia após dia... me desculpe.

Eu não estava bravo, nenhum pouco. Eu apenas estava um pouco chocado, mas nada de mais. Clay não havia feito por querer e de certa forma, eu entendia, se eu fosse uma criança teria fugido da mesma forma. E no final, tudo o que ele fez foi para ainda continuar me "protegendo". 

Eu me lembro vagamente de vezes que ele havia ameaçado outros meninos idiotas que me zoavam pelo meu daltonismo, agora eu entendia. Ele fazia isso porque tinha um motivo, os outros garotos não. Mesmo não tendo sido a melhor forma, admito que me senti bem ao lembrar disso. 

- Você não vai se afastar de mim por isso, né? - Clay pergunta e sinto sua mão tremer sobre a minha, então a agarro e olho bem em seus olhos. 

- Vamos nos conhecer melhor, Clay - sorrio e vejo ele arregalar os olhos - como se fosse a primeira vez, okay? 

- Certo! 

- Bem, prazer! Meu nome é George - era engraçado fazer isso, mas não vou mentir, estava me divertindo com a ideia - qual é o seu? 

- Clay... - ele sorri de forma gentil e uma lágrima solitária cai de seus olhos - meu nome é Clay. 



---------------------------


Primeiramente, gostaria de agradecer por todo o apoio de vocês! Passamos de 600 leituras! Aaah, vocês são incríveis <3

E segudamente, peço perdão por ter feito todo aquele drama no último capítulo pra sair isso, kkkk. Juro que vou escrever cenas tristes mais angustiantes que essa (muahahahah).  

Boa noite, Cinderela | Dreamnotfound (HIATUS)Onde histórias criam vida. Descubra agora