[17] nossa paixão é lilás

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JUNGKOOK:

Na última semana, mesmo contra minha vontade, precisei me isolar do mundo ao meu redor.

Sempre foi assim. Eu sempre preferi ficar sozinho e me dedicar em minha arte em momentos de pressão. A exposição na galeria tão importante está finalmente chegando, e a situação na universidade nunca esteve tão caótica.

Sora nunca esteve tão insuportável jogando ameaças desprezíveis em todos os possíveis concorrentes e Changkyun tentou arrumar briga comigo umas três ou quatro vezes como revanche da vez em que esfolei seu nariz.

Spoiler: não conseguiu. Quando estou focado, nada rouba minha atenção.

Dei alguns amassos com Hyunjin no banheiro, mas sua boca definitivamente não tem o mesmo gosto da de Jimin. Isso ter se tornado um problema realmente me deixa enlouquecido.

Eu vou me afastando pouco à pouco, porque quem eu quero beijar de verdade se encontra quietinho em casa, sempre tão respeitoso.

Jimin pode ser implicante pra cacete e talvez meio insuportável, mas se tornou a pessoa mais silenciosa do mundo desde o momento em que avisei que entraria num período extremamente importante e de concentração nesses dias: minha obra está quase pronta, e ela precisa ganhar o lugar principal na galeria.

Ele se manteve na dele, não tentou gracinhas e não cantou alto no chuveiro enquanto faz seu show. Ele também não me fez parar em boates duvidosas e nem me arrastou para jogar videogame durante toda a madrugada.

Isso me faz pensar que, talvez, ele esteja se sentindo extremamente sozinho nos últimos dias.

É por isso que hoje, numa tardezinha gostosa e quente de sábado, permito-me finalmente sair do meu quarto e abandonar os pincéis sujos de tons lilases e acinzentados. Eu quero vê-lo.

Quando saio do quarto limpando as mãos no avental que uso por cima apenas da calça de moletom, sou agraciado pela visão que me tira um suspiro e todo o fôlego.

Jimin, com os cabelos negros que crescem rapidamente presos e a franja caindo pelo rosto, tem o tronco nu e as pernas levemente torneadas cobertas apenas por uma bermuda folgada. Em seu colo, um caderno de brochura repousa enquanto ele admira a cidade pelo vidro da janela e a luz alaranjada cobre sua pele de um jeito quase cruel.

É cruel encara-lo assim, porque mais se parece uma pintura.

Ele não percebe minha presença inicialmente, por isso ganho mais algum tempo para admira-lo secretamente e guardar essa imagem em minhas lembranças. Quando me vê, seus olhos crescem e sua respiração muda drasticamente, eu até consigo enxergar de longe.

Ele fecha o caderno com rapidez e seu sorriso se abre de um jeito adorável.

Talvez imagine que eu tenha saído apenas para comer alguma coisa ou algo do tipo, por isso permanece quietinho e preso em seu mundo.

Mas agora eu quero ficar.

Por isso, quando meus pés descalços passam a sentir a textura gélida do piso nessa caminhada torturante até Jimin, meu corpo se enche de um nervosismo gostoso e seu sorriso vai se fechando gradativamente para que um semblante surpreso se abra.

Cacete. De perto é ainda mais bonito.

Posso facilmente culpar os piercings em seus mamilos ou sua pele dourada sendo banhada pelo sol dessa forma, mas a tatuagem que colore suas costelas é com certeza culpa minha.

HELLISH • jjk x pjmOnde histórias criam vida. Descubra agora