Mesmo sendo um estudante assíduo das áreas artísticas, eu sempre me amarrei em algumas leis do universo.
Dentre todas as outras, a mais adorada por mim, a Teoria do Caos.
A ideia de que múltiplas variáveis num espaço possibilitam inúmeros eventos consequenciais e que uma pequena variação pode causar proporções catastróficas sempre me atiçou e me arrastou para esse pequeno cantinho das exatas.
Onde quero chegar com isso?
Bem, você com certeza já ouviu sobre Efeito Borboleta. Resumidamente explicando, dentro da teoria do caos e de uma forma popular, diz-se que um simples bater de asas de uma borboleta conseguiria provocar um tufão do outro lado do mundo, influenciando o curso natural das coisas.
Uma infinidade de possibilidades que podem acontecer após uma mínima ação inesperada e muitas vezes despercebida, mas que pode mudar completamente o rumo de tudo.
Jimin, inexplicavelmente, se aplica a essa teoria.
Onde eu estaria nesse exato momento se naquele dia, no meio do caos de um trânsito costumeiro da área central da cidade, um desconhecido não tivesse corrido com passos acelerados até mim e me empurrado do foco de um carro desgovernado?
Qual foi seu intuito ao realizar um ato tão significativo, mas ao mesmo tempo tão estúpido?
Colocar sua própria vida em risco por alguém que nunca viu, tocou ou dirigiu a palavra?
Jimin foi o bater de asas que mudou minha vida inteira da noite para o dia. E aqui, sob meu corpo e deitado nessa cama espaçosa com seus fios agora rosados espalhados pelo travesseiro, ele é simplesmente a consequência mais bonita de todas.
O sorriso miúdo e os olhos que me admiram com certeza jamais encararam alguém assim, com tanto sentimento e transparência.
Seu polegar, quase despercebido, me acaricia o cós da bermuda sem pressa alguma, ameaçando adentrar de um jeitinho gostoso e tocar minha pele bem onde a tatuagem de adaga segue caminho.
É tanto carinho que nem parece que vivemos em guerra todos os dias. Uma guerra gostosa, sem motivos complicados e sem uma raiva verdadeira. É sua demonstração de afeto essa pirraça irritante e sua vontade de chamar atenção, e eu sinceramente estou me acostumando.
Difícil mesmo é admitir que quando chego e ele não está, estranho o silêncio que sempre gostei.
Seus monólogos no quarto enquanto se veste e sua voz cantando Harry Styles todas as manhãs no banho simplesmente me cativaram à ponto de me fazer gostar de perder meu sossego.
Mas agora, aqui, é diferente.
Ele não parece hiperativo como o usual, não faz graça e não parece falante. Jimin está, acima de tudo, admirado.
Seus olhos piscam lentamente e suas pupilas parecem enormes ao me olharem. Sua boca entreaberta quer tanto abrir um sorriso mas a euforia momentânea por estarmos dessa forma lhe choca e lhe mantém fascinado.
— O que você tanto olha, projeto de gente? — Eu sussurro deixando um riso soprado escapar, encarando-o sobre seu corpo, apoiando meus cotovelos ao lado da sua cabeça deitada.
— Tudo, Jungkook-ssi. Tudo em você é bonito.
Ainda inseguro em como devo reagir à esse elogio inesperado, encaro seu pescoço e vou descendo até as clavículas, varrendo com os olhos cada pedaço do seu corpo, principalmente os piercings sob o tecido da camisa fina que marca seus mamilos.
É tudo tão erótico quando se trata de Jimin, mas nunca de uma maneira vulgar. É poético, bonito e involuntário, ele nem ao menos se esforça. Seu corpo esculpido se desenrola por meus lençóis e eu mal posso esperar para estarem libertos de cada pedaço de pano.
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HELLISH • jjk x pjm
FanfictionPark Jimin, um rebelde sem causa cansado de viver na aba dos pais endinheirados e na mesmice de sempre, decide partir para Seul em busca de algum tipo de rumo para sua vida. Jeon Jungkook, estudante de Artes e tatuador nas horas vagas, não contava...