Querendo ou não, Suhyeok achou perfeito que suas últimas lembranças antes de desmaiar foi de Cheongsan o olhando bem pertinho. Com as mãos envolta do seu rosto, suas sobrancelhas levantadas indicando que ele estava assustado e aquela carinha linda de preocupado. Fazia valer a pena cada murro e chute que ele levou daqueles caras.
Embora ele tenha aguentado andar só um pouco, suas pernas não aguentaram muito depois disso, pareciam gelatina. Sua cabeça estava girando, e ele sentia seu rosto e corpo doendo muito.
Quando sua visão veio voltar ele já não estava naquela construção inacabada e suja, e sim em um hospital. Parecia que ele tinha sido atropelado por um caminhão, ele quase não sentia nada, provavelmente tinha sido dopado.
Ele tentou se mover um pouco chamando a atenção de quem estava no quarto ao seu lado.
– Ei seu idiota, não é para você se mexer muito. – a voz da pessoa ao seu lado fez Suhyeok deixar de tentar. Era a voz do Cheongsan, seu colega.
Ele olhou para ele encontrando o menor com uma roupa diferente da do colégio, era uma roupa casual, ele estava segurando uma colherzinha e um pote de gelatina na mão. Seu sorriso abriu ao ver ele, era tão bom ouvir a voz de Cheongsan.
– O que aconteceu? Como eu vim parar aqui? – ele tentou se ajeitar na cama para poder se sentar. Ele notou que tinha um prato de comida de hospital na sua frente, mas alguns pratinhos estavam vazios – Essa gelatina era para ser minha Cheongsan!
– Ah nem vem, você tava dormindo e nem ia comer, e as coisas nesse hospital são muito caras para o meu bolso – Ele ignorou a pergunta de Suhyeok continuando a comer sua comida.
– Foi você quem me trouxe até aqui?– Suhyeok não conseguia ficar irritado por ele está comendo sua comida, era Cheongsan, ele poderia lhe matar e Suhyeok não ligaria.
Começando a olhar o quarto ele percebeu que não era um hospital comum, e sim um particular, provavelmente um dos bem caros. Seus pais devem ter o trazido para cá, nem era de se estranhar.
– Não, eu te levei para o que tinha perto da escola, mas ai chegou uns caras e te transferiram, eles deixaram eu ficar aqui te fazendo companhia – ele se aproximou tirando uma colherada de gelatina para enfiar na boca de Suhyeok, quase fazendo o outro engasgar de tão fundo.
– Eles deveriam ter te expulsado, você é mais provável de terminar de me matar – o sorrisinho sacana de Cheongsan mostrou que o ato foi de propósito.
Ele puxou o prato na sua frente, não parecia muito agradável, mas estava lhe dando água na boca. Cheongsan parecia ter comido tudo que tinha de bom, deixando apenas vegetais e sopa para ele.
Ele começou a comer sentindo um par de olhos o encarando. Cheongsan não era nada discreto, e ele estava se acostumando com aquilo, ele até gostava de quase sempre ter aqueles olhares em si.
– Os meninos vieram te ver, todos ficaram preocupados quando souberam – O mais baixo falou com um tom sério, deixando o potinho vazio de gelatina do lado do seu prato. – A Onjo também, ela trouxe uns chocolates para você.
Suhyeok levantou o olhar pelo quarto procurando a caixa, encontrou ela no lixeiro vazia. Ele voltou seu olhar para o de Cheongsan, que não parecia carregar nem um pouco de culpa.
– Ela está bem? – ele perguntou observando a mudança de expressão de Cheongsan. Parecia que aquilo ainda era um assunto delicado.
– Ela está. Ela me contou tudo que aconteceu quando você já estava sendo atendido – Ele se sentou na poltrona ao lado de Suhyeok, respirando fundo – Eu não deveria ter deixado ela sozinha, se não fosse por você eu não saberia como encará-la novamente.
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Azar no amor, sorte em porcaria nenhuma
RomansaSu-hyeok gostaria de saber o que exatamente ele fez para merecer um romance tão clichê e triste como o seu. Inspiração da série All Of Us Are Dead da netflix/ romance gay/ todo mundo está morto