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“ Mergulhei nas águas do equívoco assim que seus olhos se encontraram com os meus. ”

Hoje é dia de fogueira, ou seja, vai ter várias lendas sobre nossa terra natal e músicas horríveis que inventamos na hora

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Hoje é dia de fogueira, ou seja, vai ter várias lendas sobre nossa terra natal e músicas horríveis que inventamos na hora. Literalmente todos os nativos da região vêm para escutar as cantigas e estórias, muitas das vezes até trazemos visitantes para que nossa memória e cultura não acabe morrendo. Por exemplo, hoje eu convidei o Eren para vir desfrutar de nossos costumes.

— Então você veio. — Me aproximei do surfista de olhos verdes que piscou em resposta, estava todo arrumadinho para participar da fogueira. — Vou te apresentar minha galera, vamos?

— Vamos. — Ele concordou se distanciando do pilar de madeira e começando a caminhar comigo pela praia. — Está bonita.

— Você até que está arrumadinho, mais um pouco e chega no meu nível. — Brinco fazendo-o rir baixo, acho que estamos nos dando bem. — Animado para a fogueira?

— Nunca participei de uma fogueira desse tipo, então estou bastante ansioso. — Ele dá de ombros levantando seu olhar para o céu estrelado, como ele pode ter ficado tão bonito simplesmente olhando para cima? Isso deveria ser considerado um crime.

— O quê?! Você é surfista e nunca participou de uma fogueira? — Parei bruscamente ficando na frente dele que estava com uma sobrancelha arqueada e um sorrisinho divertido, só pode estar zoando. — Tá de sacanagem com a minha cara, né?!

— Estou apenas dizendo a verdade. — Ele levanta ambas as mãos em rendição.

— Aham, sei. — Endireitei a postura observando o mar e senti uma sensação de nostalgia automaticamente, tenho essa emoção estranha todos os dias desde a época que eu surfava com meu irmão.

— Tem saudades do mar?

— Muita saudade, a pequena sereia não sabia a sorte que tinha antes de virar humana. — Levei minhas mãos até meu cabelo juntando meus dreads coloridos num coque alto, só então voltei a olhar para o moreno que me encarava meio curioso. — Pode.

— Pode? Pode o quê?

— Pode perguntar sobre meu trauma, sei que você quer saber só por essa expressão se cachorrinho sem dono.

— Tem certeza que quer falar sobre isso? Não é muito bom falar de traumas, falo por experiência própria.

— Eu sinceramente não me importo, até que desabafar me deixa mais leve e com menos medo do mar. — Dei de ombros e ele apenas concordou.

— Então sou todo ouvidos.

— Sendo direta, foi um dia de tempestade. Minha família tentou me impedir de ir surfar, mas eu ignorei e fui assim mesmo. — Percebo um grupo de pessoas ao redor de um monte de pedaços de madeira, vou chegar antes da fogueira estar acessa pela primeira vez em meses. — Meu irmão tentou me salvar e acabou morrendo afogado, desde esse dia nunca mais entrei no mar.

— Compartilhamos a mesma dor.

— Como assim?

— Aconteceu exatamente isso comigo, entretanto, foi minha mãe e não meu irmão. — Ele me deu um sorriso triste que me fez ficar com pena instantaneamente, eu sei exatamente o quê ele sente. — Só não parei de surfar pois o sonho dela era que eu viajasse o mundo surfando e viajando assim como planejamos quando eu era pequeno, estou tentando honrar o último desejo dela.

— Isso é bem nobre. — Falei meio sem jeito.

— Seu irmão tinha algum sonho? — Eren ergueu sua sobrancelha que continha dois piercings, eu apenas concordei positivamente.

— Ele queria que eu ganhasse o torneio solo de Paradis e levasse o troféu para o memorial da nossa família, assim como nossos antepassados.

— Deveria tentar, se você quiser é claro. — Disse meio avoado coçando a própria nuca enquanto encarava o céu, as nuvens pareciam algodão doce colorido já que o por do sol chegou. — Se quiser, eu posso te ajudar com seu medo assim como eu enfrentei o meu.

— Não sei se funcionária...

— Não vai saber se não tentar.

— Chegaram cedo hein, venham me ajudar aqui. — Zoe jogou um saco de marshmallows na minha direção e por sorte eu peguei antes que acertasse meu rosto, digamos que eu seja boa no vôlei e na queimada.

— Se for me deixar com a comida eu venho até dois dias mais cedo, isso aqui é perfeito. — Tento abrir o pacote mas a mais velha me interrompe com um gritinho. — Que berro é esse mulher?!

— Você só vai comer na hora, sua missão é deixar os lanches longe da Sasha, da Annie e da Mikasa, aquelas três mortas de fome.

— Sim capitã! — Bato continência e logo me sento numa cadeira de praia do lado da pilha de comida.

— Ótimo recruta. — Ela ri colocando ambas as mãos na própria cintura e logo cumprimentou o Eren com um aceno de cabeça. — Ou grandão, pode ajudar com a lenha?

— Claro. — Ele me dá um sorrisinho antes de seguir a minha maravilhosa prima até aonde eles estavam catando lenha.

Minutos depois várias pessoas chegaram, inclusive meu melhor amigo que estava profundamente indignado. Logo ele veio com um papo estranho de pegação para o meu lado, ao que parece começou á shippar o novato comigo. Achei isso meio bizarro por mal nos conhecermos, mas nunca seria maluca de refutar o Armin, esse daí surta se dizer que ele está errado. Afinal, noventa e nove por cento das vezes ele está certo.

— Sirenna querida, você gostou dele e isso é óbvio. — O loiro cruzou as pernas ajeitando seus óculos de sol.

— Gostou de quem? — Jean aparece segurando uma bola de vôlei, que provavelmente furtou de um dos turistas.

— Essa daí gamou no Eren. — Armin afirma convicto.

— Quê? Não! Mal nos conhecemos. — Tento me defender e ele revira os olhos.

— Eren? Sou mais eu. — O moreno diz convencido como sempre, nunca perde uma oportunidade para dizer que é bonito.

— Em vez de estragar meu shipp que tal correr atrás da Mikasa ou de algum brotinho por aí? — Arlert sorri para o outro que de repente se assusta.

— Você disse Mikasa? — Jean arruma o cabelo com pressa e sai andando dali, deve ter ido caçar a garota pela praia.

— Você não presta Armin. — Ri fazendo-o dar de ombros com um sorriso maroto.

— Presto sim.

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𝑺𝒆𝒓𝒆𝒏𝒂𝒕𝒂 → ᴇʀᴇɴ ʏᴇᴀɢᴇʀ' ʰᵒᵗOnde histórias criam vida. Descubra agora