Capítulo 22 - Duas francesas é demais

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"Improvise, olhe nos meus olhos e minta para mim."

- This Could Be Us, Rae Sremmurd.

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Dois dias depois, Megan chegava da escola cansada. Passou direto pelo pai que estava na sala, só queria chegar em seu quarto o mais rápido possível.

- Ei, mocinha - chamou ele. - Não vai me contar como foi seu dia hoje?

Ela bufou e se virou.

- Oi, pai - disse. - Onde está a mamãe?

Não sabia por que perguntava, ela sabia muito bem onde estava a mãe.

- No escritório desenhando algumas peças - touché. - Como foi hoje na escola?

- Normal - respondeu ela.

- E a banda? - Perguntou ele.

Megan deu de ombros.

- Bem também - ela se lembrou do aniversário do Nick. - Olha, pai... esse final de semana vai acontecer um aniversário de um amigo meu em Walthamstow Wetlands - indagou. - E eu gostaria de ir.

Thomas semicerrou os olhos.

- Walthamstow Wetlands? É um pouco longe - respondeu.

- Eu sei...

O homem cruzou os braços.

- Quem vai estar lá?

- Elisa, Hanna, Austin...

O pai da garota sorriu ao ouvir o último nome.

- Ok, pode ir - se jogou no sofá.

Então era assim? Tão simples?

- Só isso? - Perguntou ela, desconfiada.

- Você quer que eu mude de ideia? - Megan negou. - Ótimo. E eu também acho que você já é bem grandinha para saber o que faz.

Aquilo sim que era uma evolução, o pai confiando nela? Talvez nem fosse tão surpreendente assim vindo do pai. Mas e a mãe?

- O senhor não vai comunicar a mamãe primeiro? - Perguntou ela.

Thomas lhe lançou um sorriso cúmplice.

- Querida, nós dois sabemos que tudo que a sua mãe mais quer é ver você bem e com amigos - era verdade. - E eu também.

Megan odiava aquele sentimento de gratidão e alguma-coisa-a-mais que deixava-a parecer tão frágil. Deu um sorriso calmo e subiu para o quarto, não precisava dizer mais nada; o pai entendia.

Algumas horas depois, alguém bate no quarto da adolescente. Ela editava algumas fotos da banda na sua câmera fotográfica enquanto pensava em como as coisas podiam mudar tão rapidamente. Há algumas semanas atrás, ela odiava Austin mais que tudo. Bem, ela ainda não se considerava amiga dele, eles estavam em trégua. E ela não sentia nada por ele além de compaixão por namorar com Natasha. Nada.

- Pode entrar - gritou.

Sua mãe não haveria de ser, ela nunca batia. Os gêmeos? Muito menos. Talvez fosse seu pai. Mas o que ele iria querer? Será que havia mudado de ideia?

Quem apareceu na porta não era sua mãe tampouco seu pai. Anne estava parada com um sorriso no rosto tão largo que podia rasgar suas bochechas. Tinha uma boina enterrada nos cabelos louros e vestia um sobretudo marrom por cima de um vestido cinza. Em Paris deveria estar muito frio ou Anne havia se tornado uma empresária.

Se Você Fosse MúsicaOnde histórias criam vida. Descubra agora