Capítulo 30 - Beijos e esquilos

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"Você que decide, querida
Eu só quero ser seu."

- I Wanna Be Yours, Arctic Monkeys.

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Austin se sentia nas nuvens desde o dia da festa de Nick. Sua irmã e nem seus pais entendiam, presumiam que havia sido o término com Natasha que havia lhe causado aquilo. Poderia até ser, mas ele não parava de pensar em Megan. Ele e a sua família jantariam na sua casa naquela noite, e ele ficava em êxtase só de pensar em ficar perto dela novamente. Nunca acreditou nessa baboseira de amor, apesar de ver a felicidade dos pais ao estarem juntos, acreditava que nunca seria capaz de amar. Não sabia o que estava sentindo. Mas sabia que o que sentia poderia faze-lo matar ou morrer em desequilíbrio. Era assustador.

Por isso naquela tarde ele estava animado. Entrou na cozinha cantarolando e viu sua mãe cortando algo no balcão. Se aproximou dela e lhe deu um beijo na bochecha. Ela se enrubesceu e sorriu, surpresa com a atitude do filho.

- O que está te deixando tão contente? - Perguntou ela, parando de fazer o que estava fazendo. - Há dias que você está assim.

Austin caminhou até a geladeira e pegou um energético. O sorriso no rosto da mãe o deixava envergonhado de tão genuíno que era. Austin nunca quis causar problemas aos pais, mas também não estava acostumado em ser motivo de orgulho.

- Nada demais - se sentou do outro lado do balcão, bebendo o energético.

- Nada demais, é? - Indagou Danica. - Você nem parece que caminha, e sim flutua. Também percebi que parou de fumar. Isso é bom.

Era mesmo bom não se sentir tão estressado. Fazia tempo que Austin não se sentia daquela forma.

- É mesmo.

Danica levantou os olhos.

- Você não vai me contar mesmo, não é? - Sorria com os olhos. - Seu pai acha que o motivo é o término com a Natasha. Eu acredito que seja algo mais do que isso.

Ela voltou a cortar os brócolis. Austin engoliu seco.

- Bem, existe... uma garota.

A mulher sorriu.

- Eu sabia! - Respondeu. - Quem é, querido? Eu a conheço?

Austin nunca se sentia envergonhado, acreditava que era sínico o suficiente para não sentir tão emoção. Estava enganado.

- Ainda não posso dizer, mãe - disse ele. - Mas prometo que se der tudo certo... você será a primeira a saber.

Eu espero que dê tudo certo.

- Tudo bem - Danica estava radiante. O forno apitou. - Não se esqueça de tratar essa garota muito bem, meu filho. Lembre-se que poderia ser a sua irmã.

Ele assentiu. Iria tratar Megan perfeitamente bem, só não sabia se ela seria recíproca.

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Às sete e quinze Austin se olhava no espelho pela última vez. Vestia um smoking cinza de gravata preta. Nunca havia se preocupado tanto com a aparência como naqueles últimos dias.

Às sete e trinta, a campainha toca. Ele desce as escadas correndo para abrir a porta, mas sua irmã já havia feito isso. Thomas segurava um vinho nas mãos. Os gêmeos, Erik e Esther, vestiam roupas da mesma cor e pareciam animados como sempre. Melione continuava com o mesmo sorriso gentil. Os olhos de Austin não alcançavam Megan. Será que ela não teria ido? Uma onda de frustração inundou Austin.

Se Você Fosse MúsicaOnde histórias criam vida. Descubra agora