P.o.v. Marília Mendonça
Como aconselhado, eu não dei nenhuma entrevista naquela semana, continuei a postar stories mas sem comentar nem rebater nada sobre mim e o Gusttavo.
Depois de todo aquele problema nós não nos vimos mais, nem mesmo no hotel. Não sei se o Gusttavo estava me evitando, e isso estava me deixando mais aflita ainda com aquela situação. E não só ele, mas eu também não tinha falado com o Luan. Ele não respondeu as mensagens que eu mandei e nem atendeu as mil ligações que eu fiz pra ele. Estava me sentindo péssima com toda aquela frieza, eu estava literalmente provando do meu veneno já que havia feito o mesmo com ele algumas vezes.
Mas, como tudo que já está ruim pode piorar, eu faria show em São Bernardo do Campo. E sinceramente eu não sabia se era bom ou ruim, mas pelo menos, uma coisa me reconfortava: estar com minhas nanicas. Elas gravariam algum programa de televisão aqui em São Paulo, então estaríamos juntas.
Hoje a Luísa Sonza faria show aqui na cidade e como eu só faria show amanhã, ela convidou a mim e as gêmeas para irmos.
—Acho melhor a gente ficar no camarote. - falo com as gêmeas assim que chegamos no local do evento.
—Marília Mendonça com medo de ver um ex? - a morena me provoca.
—Ele não é meu ex. - enfatizo. Porque todo mundo insistia que a gente tinha alguma coisa?
—Então tá com medo de que? Você não traiu ele, muito menos tem um compromisso, ele que se iludiu sozinho. - talvez eu que tenha me iludido, com algo que nem existiu.
—Não tô com medo. Só não quero problema.
—Então vamos pro camarote.
Fomos para a área VIP, curtindo O show que a Luísa dava. Cantei as músicas em plenos pulmões, mas quando ela cantou Penhasco eu só parei para escutar, mas foi interrompida pelo produtor dela me chamando pra ir cantar com ela.
Subi ao palco assim que me disseram. E cantei "Melhor Sozinha" com ela. No começo da música eu estava inteiramente naquele palco, cantando com a Luísa.
…O amor é uma escolha, não é uma necessidade
Eu gosto de você, eu não preciso de vocêMas na metade dela, assim que eu terminei de dizer isso, eu olhei pro canto do palco encontrando os olhos que eu tanto conhecia, mas era um completo estranho o olhar que ele lançava a mim.
Ei, ninguém
Até sei que você me quer bem
Sei que tu quer me ganhar, meu bem
Sei que eu também não sou de ninguémTu só me ganha no olhar
No jeito de amar, tu ainda canta bem
Sei que sempre que eu chamar, cê vem
Sei que sempre que eu pedir, tu temComo se fosse uma trilha sonora sobre o que eu sentia em relação ao Luan, Luísa cantou as estrofes enquanto eu e ele nos encarávamos.
Mas assim que chegou a minha parte desviei meu olhar dele, me voltando pra frente.
Pra me dar amor logo toda manhã
Baby, me guarda que eu volto amanhã
Você me guarda que eu também te guardo
E me beija com a boca de hortelã
Escreve mais um som que tu é tão bom
Toda vez é pra mim, quero mais um
E eu não sou qualquer uma
Tu não é qualquer umEu sou bem melhor sozinha, sabe
Mas talvez tem um cantinho e cabe
Um pouco, quase nada
Eu não sou de fazer sala
Então pensa, então tenta…Cantando a música, eu senti o que talvez, ele estivesse sentindo. Cantar foi como se eu dissesse em voz alta o que eu pensava, e agora eu estava entendendo um pouco do olhar dele.
Me despeço da Luísa com um abraço apertado. Fazia alguns dias desde a última vez que eu tinha visto ela, mas eu já estava com saudade.
Desço do palco rapidamente tentando ignorar a presença dele ali, mas eu não conseguiria fazer isso.
—É, - ele começou a falar comigo enquanto eu tirava o retorno. - a Luísa mandou muito bem chamando você pra gravar essa música.
—Vai dizer que eu canto mal agora? - pergunto já sem paciência.
—Não, claro que não. - ele cruza os braços e se aproxima de mim. - É que combina com você, parece com você.
—E mesmo eu cantando, você não entendeu que eu sou melhor sozinha. - talvez eu estivesse sendo grossa, mas ele também estava.
—Você me confundiu fingindo estar apaixonada por mim, o que eu poderia fazer? - me aproximo mais dele encarando seus olhos negros.
—Não querer nada sério, como combinamos. Mas você fez ao contrário, e ainda tentou me levar junto… - a essa altura eu já falava alto e as pessoas que estavam envolta se dissipavam.
—Porque você nunca impediu! - ele também diz alto me fazendo ficar em silêncio. - Você nunca negou. - ele diz voltando ao tom normal. - Você me fez acreditar que isso era recíproco. - seus olhos enchem de água. - Você falou comigo por duas semanas, me iludindo todos os dias dizendo que sentia a minha falta. Você. - ele diz com raiva, e agora eram os meus olhos que estavam cobertos de lágrimas, por ouvir as palavras dele.
—Eu só disse uma vez. - mas o meu orgulho falava mais alto não deixando eu me desculpar, me fazendo, entre as lágrimas de arrependimento, falar com uma certa raiva. Mas eu queria ter dito mais vezes.
—Mas disse. Mas eu não devia ter esperado nada, você já tinha outras pessoas, né? - sinto a mágoa em sua fala.
—Eu não tinha e nem tenho ninguém. Eu nunca faria isso com você.
—Fazer o que, Marília? Você mesma dizia que a gente não tinha nada.
—Por quanto tempo você vai continuar batendo nessa tecla? - olho pra baixo tentando segurar a lágrima.
—Até você entender que eu amo você e que eu quero ter algo com você! - acho que ele não pensou pra falar, porque assim que eu olhei novamente pra ele vi sua feição mudar pra desespero.
—Você me ama? - a pergunta saiu da minha boca em um fio de voz, e o medo e a ansiedade que eu esperava da resposta me faziam encará-lo com expectativa e intensidade.
—Olha Marília, eu… - a ansiedade tomou conta de mim, me fazendo agarrar sua nuca e puxa-lo para um beijo desesperado. Eu precisava entender e transmitir o que sentiamos, e eu desconhecia forma melhor de fazer isso.
Na tentativa de aprofundarmos mais o beijo, ele me puxou pela cintura acabando com o espaço entre nós juntando nossos corpos. Encerramos o beijo de forma tão repentina quanto a que começamos. Olhamos nos olhos um do outro, com os corpos colados, totalmente ofegantes, sem dizer nada. Coloquei a mão em seu peito e senti o quanto seu coração estava acelerado, da mesma forma que o meu estava. Até assim tínhamos uma sincronia.
—Eu também amo você. - apesar de nunca terem passado por minha mente, eu sentia como se aquelas palavras fossem a maior certeza que eu tinha.
—Não mente pra mim. - ele tira minha mão de seu peito
afastando-a.—Eu não estou mentindo. - entrelaço nossos dedos. - E eu também não menti da última vez.
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Só eu que tô surtando com a Maraisa vestida de noiva?
As três em São Paulo, o que pode acontecer?
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Fantasma
Fiksi PenggemarDepois de um simples reencontro, as relações de "amizade" que Marília Mendonça acreditava ter mudam. Até porque, ela acreditava, mas não queria que continuasse daquele jeito. Mas quando os sentimentos começam a entrar em conflito entre si, e novos c...