12. Conduzido com uma folha no rio.

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Minutos depois de uma música muito lenta, casais rodopiando em tecidos e uma conversa que tinha sido, no mínimo, entediante, Louis percebeu que a melodia tinha feito uma breve pausa com o violino alcançando uma nota aguda responsável pela troca de pares logo em seguida. Ele sorriu para o belo Hech sussurrando um obrigado enquanto ele beijava sua mão, e lhe dava um olhar quente por debaixo dos cílios pesados,. Louis se virou, desajeitado; Garotos bonitos nunca o olhavam daquele jeito, pelo menos, não de maneira tão descarada.

Assustado, ele percebeu que seu próximo par já havia estendido a mão, dedos esguios familiares como os próprios aparecendo em seu campo de visão.

"Louis!" Disse Harry, a voz grave derramando lentamente como mel.

Harry estava usando o terno que eles haviam escolhido na Violet Vinyl, uma loja retrô na Bond Street que Louis amava. Era um Sy Devore todo de tecido escuro, de lapelas simples, forrado por ceda cinza e com botões de madrepérola. Sua máscara era da cor de ônix, negra com espirais brilhantes como mercúrio ao redor de ires verdes impressionantes. Os cabelos haviam sido cortados, dando Lugar ha um elegante topete cor de café, algo que deixava suas maçãs do rosto tão afiadas quanto facas.

Ele parecia a personificação de um deus da noite. Andar lânguido, desenvoltura impecável, um rosto vorazmente belo.

A imagem de Harry o convidando para dançar lançou uma dor pungente de uma memória que ganhara ares míticos como um doce sonho. Saturado de cor, rico de som, repleto de sensações. Algo que Louis queria segurar, mas que insistia em escorrer por seus dedos feito água.

Harry pegou a sua mão. O toque pareceu queimar sua pele em um desejo abrasador, até um pouco obsceno, na verdade. Os dedos de Harry desceram até a sua cintura, colando seus corpos e fazendo Louis sentir o cheiro quente de pimenta rosa e, ainda, algo que ele associava a aquarela, por baixo.

"Você está bonito." Foi sua saudação após algum tempo, seus olhos verdes olhando para longe.

Buscando por alguém? O evitando? Ele queria perguntar, cortar o que os estava ligando ao momento, estraçalhando o presente e montando um futuro melhor para ambos. Um futuro que apagasse o que tinha acontecido, ou que desse respostas melhores para Louis concertar o que quer que estivesse acontecendo.

"Obrigado. Você também está bonito." Louis disse, por fim.

Harry o girou, a cadência de sua respiração mudando para um ritmo cada vez mais rápido, cada vez mais raso. Vermelho coloria sua face, algo notável graças a pele muito branca. Antes que Louis pudesse dizer alguma coisa, Harry o olhou com determinação, pontos de jade iluminados por labaredas vorazes.

"Hech Bazz?" Ele indagou com nojo em cada palavra, o rosto duro como mármore. "Não sabia que os idiotas faziam o seu tipo, Louis."

Ele sentiu a raiva se contorcendo por dentro, um arame farpado querendo se transformar em um chicote; para machucar, para Harry sentir, para ele não se intrometer.

Não, eles não fazem." Ele disse, sarcasmo pingando como veneno. Mas" os arrogantes estão em falta por aqui."

Estranhamente, Harry sorriu. Aquele sorriso prepotente que só garotos que sabem que são muito bonitos te oferecem pelo simples prazer de te ver com os joelhos fracos e o pulso latejando.

"Ok! Essa eu mereci.""ele suspirou, conduzindo Louis suavemente como um rio levando uma folha. "Acredite, o Hech não é o tipo de cara que você quer se... envolver."

Louis o olhou sem saber o que Harry queria dele.

Ele tinha se acostumado ao garoto com ossos elegantes de seu rosto, ao arco gracioso dos seus lábios, ao amor profuso e inquestionável por tintas e papéis. No entanto, ele não tinha se habituado aquele homem conciso, com sombras que pareciam sustentar um segredo terrível.

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