04 - Coração de Gelo, Vingança Ardente

206 18 6
                                    


Com toda certeza, a Constance High School tinha sido projetada para ser um labirinto de prédios e corredores, Taylor pensou entrando em mais um bloco do Campos e quase gritando em frustração por ter entrado na sala errada mais uma vez. Ela tinha ficado uma grande parte da noite elaborando um plano e chamando Didi de burra, anencéfala e outros insultos semelhantes toda vez que a garota falava alguma coisa. Quando ela se olhou no espelho pela manhã, seus olhos pareciam carregar hematomas de uma luta, o que estava encoberto por camadas de maquiagem e satisfação genuína.

O plano acabara sendo simples, algo brilhante por ser comum, fácil e eficaz. Ela quase já podia sentir o gosto de vitória nos lábios, o que, sinceramente, a estava deixando irritada e impaciente para executa-lo logo.

Por sorte, Taylor sabia muito bem todos os horários de Harry, o que significava que no quarto tempo o jogador tinha uma aula livre. Por azar, Louis também tinha uma aula livre no mesmo dia, levando Harry para todo lado que ele andava . Com as provas chegando, ela tinha a certeza que o Tomlinson tinha levado Harry para a sala de estudos ou para a biblioteca. Dois lugares que ela nunca tinha entrado na vida.

Uma garota de cabelos pretos como nanquim apareceu saindo de uma sala, um livro grosso apertado contra o peito. Taylor pensou que a menina parecia saber onde era a biblioteca, com toda sua postura de nerd, olhos baixos e óculos gigantes.

"Ei, você!!" Taylor a chamou. A garota a olhou assustada e meio hesitante."Onde é a biblioteca?

Ela apontou com o polegar para a porta as suas costas, onde uma placa com letras douradas diziam biblioteca, uma coruja de bronze encarrapitada no umbral da porta pesada. Taylor murmurou um agradecimento enquanto entrava, o cheiro de papel e tinta ao redor se desprendendo como o fedor de bebida e Chanel número cinco que ela tinha se acostumado a sentir todos os dias de manhã. Ela empurrou as imagens de um Louboutin quebrado e garrafas de borbom espalhadas pelo chão para o fundo da sua mente e focou no seu objetivo.

O lugar era grande, com várias estantes de madeira abarrotadas de livros, escadas dispostas aqui e ali intercaladas por mesas onde estudantes se debruçavam em cima de cadernos, Taylor suspeitava que nem todos estudando. Na verdade, enquanto ela caminhava por um dos corredores, ela escutou um som que suspeitosamente parecia um ronco, ou uma doninha engasgada. Talvez, ela tenha se apaixonado um pouco pelo lugar, apesar de não entender o porque.

Em uma das mesas de mogno polido, ela conseguiu os ver. Harry estava sem o paliitó azul do uniforme, a gravata vermelha abandonada por cima da mesa. Seu rosto estava virado para baixo, prestando atenção em alguma coisa que Louis o explicava em um livro. O garoto mais baixo era um contraste enorme contra Harry, cada parte do uniforme devidamente vestido em uma perfeição apresentável como o bom aluno que era.

Louis era ridículo, refletiu Taylor, caminhando até os meninos com uma pontada no coração ao lembrar como Louis a explicava as matérias que não entendia quando menores. Ela ainda pôde escutar Louis dizendo alguma coisa sobre uma tabela periódica, antes que os dois a olhassem.

"Harry, eu posso falar com você?" Taylor perguntou, aplicando o sorriso mais doce que podia oferecer, o que mudou drasticamente quando Louis suspirou audivelmente. "Sabe Louis, eu li que pigmeus como você tem o nível de inteligência proporcional a sua altura." Ela colocou uma mecha pálida de seus cabelos atrás de sua orelha, ampliando ainda mais o sorriso para deixar Louis nervoso. "Não é verdade?"

Louis a olhou. Cílios dourados, olhos da cor de chamas azuis, uma sobrancelha arqueada em poder de arte francesa; um movimento intimidante como o sacar de uma catana de um samurai. Taylor sabia quase com precisão que ele iria acabar com ela com poucas palavras, em um movimento limpo e desdenhoso.

Just seven minutesOnde histórias criam vida. Descubra agora