05 - Sob a Luz do Alvorecer

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O céu de Londres estava pintado de ouro rosa, violeta brilhante e laranja efervescente. O sol que despontava no horizonte era pálido, trazendo uma promessa de um dia menos frio para a cidade. Harry estava deitado de frente a janela francesa do seu quarto, vendo a cidade ganhar cor com um senso de fatalidade cruel. Seus dedos estavam debilmente em volta do celular, esperando a resposta de uma mensagem que tinha mandado à Louis às quatro da manhã.

Ele tinha passado a noite em claro, um desconforto latente em cada ponto do corpo, o que piorava a cada minuto que passava. Louis sempre havia sido o seu pilar em momentos de crise, um porto seguro que lhe era tão familiar quanto a palma da própria mão. Alguém tão entrelaçado nele que as vezes um simples gesto ja dizia tudo que precisava saber. Por isso, não foi surpresa quando ele se descobriu apaixonado pelo melhor amigo, enquanto ele chorava em seus braços e agredia seu coração com cada soluço sofrido. Agora, ele tinha não só que arrancar cada centímetro de Louis de sua vida, como também o machucar de forma que ele mantivesse distância

Não era só cruel, era uma verdadeira tortura.

O celular vibrou em seu estômago, o toque de Louis perfurando seu nervosismo. Ele leu a conversa, alívio derretendo em seus nervos.

"Claro que podemos faltar hj, Has. Tem alguma coisa errada?"

Harry digitou vorazmente enquanto se levantava da cama.

"Só to com a cabeça cheia e queria passar um tempo com vc. Pode ser?"

A resposta foi quase instantânea. O que fez Harry imaginar um Louis de cabelos despenteados, o rosto amassado de sono e um biquinho de concentração que sempre fazia Harry ficar duro em segundos, exatamente, como agora.

"OK! O q vc quer fazer?"

"Vai ser surpresa, Lou." Ele respondeu, pensando se tinha tempo pra dar um jeito na sua ereção ou se um banho gelado seria a solução. Com um foda-se sussurrado, ele caminhou até o banheiro anexo ao seu quarto e pegou o tubo de lubrificante em uma das gavetas do armário.

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Depois de uma longa fantasia envolvendo Louis no seu chuveiro e 30 minutos de trânsito, Harry finalmente tinha chegado a casa dos Tomlinsons. Ao longe ele podia escutar sons de um piano, as notas ficando ainda mais nítidas quando ele atravessou a varanda da casa e se postou a frente da porta.

"Louis." Ele soprou com um sorriso.

Sons de piano vazavam pela fresta da porta, preenchendo o ar com uma melodia cadenciada estranhamente doce, triste e com nuances de esperança tão leves que pareciam absorver tudo em volta. Era bastante agradável, na verdade, cada nota como se ele estivesse ligado ao pianista, quase como se a música fosse uma parte escondida de Louis que ele não conhecia.

Ele tocou a campainha, ansioso para apreciar mais da textura do som que fazia suas veias vibrarem.

Marque Tomlinson atendeu a porta. Ele estava vestido como sempre em dias de folga; com o cabelo um emaranhado escuro na cabeça, óculos de armação fina emoldurando olhos azuis, uma Jeans gasta e camiseta puída. Ele sorriu para Harry, as rugas em volta dos olhos se alastrando como fissuras em rochas de arenito.

"Chegou em boa Hora." Cumprimentou ele. "Hoje é o dia das panquecas especiais do Marque." Ele deu passagem para Harry entrar, bem quando ele escutou uma das garotas falar que as panquecas dela estavam cruas no meio e queimadas nas bordas. "É o meu segredo para o sabor... inigualável."

"Tenho certeza disso, senhor." Harry falou simpaticamente.

Harry entrou na casa, o cheiro de açúcar, café e uma mistura de aromas de cozinha se mesclando no ar assim como o som do piano. Duas coisas que o lembravam de um lar, algo que sua casa nunca fora para ele. Uma vez, ele tinha escutado de Joana que uma família só estava completa se tivessem uma casa que absorvesse um pouco das pessoas que moravam nela. Ele se lembrou de como a mansão Styles era fria, um reflexo fiel de seu pai, e teve que descordar dela.

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