Para Morrer de Amor

[ 20 ] exício de amor

Via-se no reflexo do espelho e seus olhos percorriam-se pelas pedrarias do vestido branco quase bege, tinha em seu cabelo uma tiara linda dourada, como de uma princesa e também um véu espetado no coque do cabelo. Em seu rosto a maquiagem clara e um batom rosa em seus lábios, havia um colar de ametista num formato de coração pousado em seu peito, seu vestido era de mangas longas e todo desenhado em pedras brancas, acompanhado de uma calda extensa que deixava o vestido ainda mais bonito e gracioso.

Girou-se para se ver de costas, e de fato, o vestido lhe caia bem. Arrumou em seus ombros as mangas que escorriam pôr seus braços. Não havia tanto busto para manter o vestido grudado como devia ser ao corpo. Voltou a encarar-se pelo reflexo do espelho.

Sua vida com Michael passou como um foguete em sua cabeça que não se lembrava mais o motivo de estar casando com aquele rapaz. Não sabia ao certo se era para provar para si mesma que ainda o amava, ou que amava ainda Tiffany Valentine e que não pudera dar trégua para esse amor por conta de seu ego, de sua auto sabotagem.

O fato era que, era aquele dia para ser o mais feliz de sua vida, mas não era. Não havia felicidade alguma em seu peito e tudo que queria era fugir dali, ir para um lugar que ninguém pudesse ocupar sua mente, um lugar para que ela tivesse tempo de pensar e não se sentir mais sufocada por não saber o que fazer, por não saber como amar, por não aguentar sentir tanto amor por aquela mulher que seu peito ardia, queimava, doía. Queria um lugar para sentar-se comigo e entender o que de fato se passava dentro de sua cabeça. Por que ainda se importava tanto com Michael se não sabia se mais o amava? Por que ainda amava Tiffany se não confiava na mulher?

Sua cabeça pesou como se tivesse levado um murro duramente na cara, precisou sentar-se no sofá que havia no quarto e tentou acalmar sua respiração que se acelerou ao pensar no futuro tão incerto, porém tão próximo que viveria.

Seus olhos estavam presos agora nas pedras que haviam nas mangas do vestido e sua mente criou um lindo cenário onde no lugar de Michael a loira estaria a sua espera, com um vestido tão lindo quanto o seu, de tomara-que-caia realçando seus seios, a cintura bem marcada e em seus lábios um batom vermelho.

Conseguia ver Tiffany a sua espera porque, no fundo, era o que ela desejava de todo seu coração. Via-se colocando a aliança no dedo da mulher que amava e dedicando todo seu amor a ela com um beijo apaixonado.

Suspirou em seu devaneio, mas fora brigada a voltar a sua realidade quando sua irmã entrou no quarto segurando o buquê.

— Que cara é essa? — indagou Barbara colocando as flores num vaso com pouco água, o suficiente para não murcharem.

— Não consigo fazer isso, Barbara. — fora completamente honesta com a irmã, apesar de não conseguir expor tudo que queria.

— Oi? Como assim? — Barbara se aproximou de Nica, sentando se ao lado dela, seu rosto tinha a testa enrugada de preocupação.

— Não posso fazer isso, não posso...

— E por que não pode? Quer passar o resto da sua vida com medo de ser feliz?

— Não...

— Então! Se casará sim, você será feliz, tenho certeza Muito mais do que eu sou com aquele traste que arrumei de marido. Michael te ama de verdade, você sabe disso! Ele não vai ser como o Gregory, tenho total certeza.

Nica prestava atenção no que a irmã dizia, entretanto, não trocou olhares com ela, não tinha argumentos suficientes para provar a irmã que a questão não era Michael e sim, ela não o amor como ele a ama.

Sentada e vendo o vestido em seu corpo, todo aquele exagero matrimonial ao seu redor não parecia fazer sentido mais para ela.

Amava Tiffany Valentine.