[ 04 ] cerejas, morangos e cigarros

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Despertou-se com o barulho atormentador que vinha do telefone. Procurou-o pela mesa de cabeceira, não havendo sucesso em procurar ainda com os olhos fechados acaba se rendendo e ergue sua cabeça para desligar o alarme.

— Merda! — esbravejou irritada por querer dormir por mais um pouco. Se levanta da cama e espreguiça em seguida, tentando tirar do seu corpo aquele sono pesado que se encontrava em estado mórbido dentro dela.

— Bom dia, coisa linda... — Sussurra Michael, seu namorado.

Ela se vira e abre um sorriso, encantada. Debruça seu corpo por cima do corpo do homem e beija sua têmpora.

— Bom dia, querido! — ela sorri.

— Detesto quando me chama de querido, Nica. Você sabe.

Nica revira os olhos saindo da cama. Calça seus chinelos e veste seu robe.

— Se você não é querido... É o que então?

— Não digo nesse sentido, Nica. Poderia me chamar de amor. Amor é bem-vindo!

Ela ri balançando a cabeça com tamanho do drama que seu namorado fazia.

— Tudo bem, meu amor.

— Sem ironias, por favor.

— Não estou sendo irônica, mas você exagera às vezes, querido.

— Nica! — Repreendeu ele a ouvindo chamar novamente de querido.

Ela ri alto e caminha para fora do quarto. Foi até o banheiro onde cuidou de sua higiene pessoal. Naquele dia não teria muito o que fazer além de ir para Faculdade. Estava com preguiça de ter que viver aquela sexta-feira. Queria pular logo para sábado onde seria sua despedida de solteira, estava entusiasmada para saber o que suas amigas estavam preparando para ela.

Antes de sair de casa decidira não comer nada, Michael faltaria a primeira aula do dia pelo simples fato de que voltara a dormir e Nica recusou-se em acordá-lo por saber como seu noivo trabalhou duro na noite anterior. Michael além de estudar psicologia com Nica — onde fora que ambos se conheceram e iniciaram o namoro — também trabalhava com seu pai em uma oficina da família. Michael era um homem simples, até mais do que a própria Nica. Ambos era um casal simples, mas ela acreditava que a simplicidade era sinônimo de felicidade.

Resolveu ligar para Tiffany, havia ficado preocupada com a forma que a mulher saira da aula como se estivesse escondendo algo. Procurou nome dela em sua lista de contato e ligou. Ouviu o celular chamando e não obteve resposta. Tentou mais uma vez quando por fim fora atendida.

"Alô?" A voz era rouca e sonolenta.

— Bom dia, minha futura pianista! Acordei você?

Ouviu uma risada baixa vindo do outro lado da linha.

"Não, na verdade, acabei de acordar, só ainda não criei coragem para sair da cama. Não achei ainda um bom motivo para isso."

— Então eu te darei um ótimo motivo para isso.

"Ah é? E qual seria?"

— Você e eu. Starbucks. Tomando café juntas. O que me diz?

Ouviu Tiffany bocejar e rir em seguida.

"Bom, não foi dos melhores motivos, mas sou incapaz de recusar um café. Então, estarei lá!"

— Que ótimo! Leve sombrinha o dia parece que vai chover.

***

Chegando no local marcado Nica procura um lugar para ambas poderem se sentarem. Encontra uma mesinha escondida quase não visível se não estiver procurando um lugar para se sentar. Pensou que Tiffany não a encontraria. Então mandou a ela uma mensagem.

Para Morrer de AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora