Tsundere

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A negritude da noite traz desconforto para certas pessoas. Apesar de simbolizar o fim de mais um árduo dia de trabalho e o início de um momento de descanso em família, assim que o Sol se põe a escuridão começa o seu reinado de terror. Alguns nunca precisaram sentir isto, mas muitos passam a temer a presença dos onis quando a Lua coloca-se no alto do céu.

Essas criaturas diabólicas atacam suas vítimas quando a luz solar é inexistente. Sem dar uma chance sequer para que possam se defender, elas ceifam as vidas dos humanos de maneira cruel e sangrenta. Suas garras rompem o silêncio com gritos de desespero, e suas presas mancham a calmaria da noite com um tom vermelho-vivo. Quase não há espaço para a esperança quando a Lua é tingida de sangue.

Quase.

Apesar da face amedrontadora dos onis, havia, de fato, aqueles que ousavam colocar-se contra essas terríveis criaturas para proteger a humanidade. Eles não possuíam garras, uma regeneração rápida, ou presas. Simplesmente erguiam suas lâminas e usavam da coragem em seus corações para permanecerem de pé e lutarem para algum dia conseguirem livrar o mundo dessa enorme ameaça.

E esses guerreiros são denominados de caçadores de onis.

カラスの息
Karasu no Kokyuu
(Respiração do Corvo)

2番目の形式
Ni no kata:
(Segunda forma)

夜の飛行鳥
Yankan Hikō no Tori
(Ave do Voo Noturno)

Quase como se desafiasse a vantagem que a escuridão da noite trazia para os demônios, um ataque aparentemente mortal foi bloqueado por um redemoinho de penas tão negras quanto o céu. Aquela tempestade de escamas negras caíram no chão como se não fossem nada.

Mas uma daquelas escamas afiadas atravessou suas defesas e cortou de raspão o braço da espadachim.

A oni recuou. Como a parte inferior do seu corpo era como a de uma cobra, coberta de escamas negras, a criatura enrolou-se em um tronco de árvore. O torso quase humano inclinou-se um pouco em direção à espadachim, sibilou de raiva, mostrou uma comprida língua bifurcada por entre dentes longos e pontudos, e desapareceu por entre os galhos mais altos.

A jovem humana encarou o ponto em que a oni havia desaparecido com a expressão quase tão fria quanto a lâmina que segurava. Quem iria esperar que aquela serpente iria usar o tempo da Respiração para fugir?

Ela segurou a nichirin com um pouco mais de força e começou a seguir a sua presa, ignorando a dor no braço. O haori branco com penas negras nas pontas farfalhava a medida que avançava por entre as árvores e começava a ficar manchado de vermelho a medida que o corte sangrava.

Novamente ignorando seu ferimento, refletiu brevemente sobre como cortar seu cabelo castanho na altura dos ombros havia sido uma boa decisão, já que não atrapalhava tanto assim na hora de lutar.

A espadachim não estava nem um pouco nervosa por ter a deixado escapar, mas estava um pouco irritada por ter se machucado por um motivo tão bobo.

Felizmente, sabia muito bem que era mais rápida, mesmo que a oni também seja extremamente ágil para alguém com um corpo tão grande. E ainda havia seu parceiro de missão, que estava em algum lugar por aí. Os dois haviam se separado para aumentar o campo de busca, mas sabia que ele viria correndo no momento em que percebesse os menores sinais de que a batalha havia começado.

E falando nele, a garota conseguiu o notar logo a frente, com a espada posicionada para frear o avanço da oni que fugia. Resolvendo deixar esse trabalho com ele, a jovem passou a se concentrar no que faria a seguir. Portanto, resolveu diminuir um pouco o passo.

Imagine - Kimetsu no Yaiba [PEDIDOS FECHADOS]Onde histórias criam vida. Descubra agora