Epílogo

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Marshall Aldrin Vamps:

Três anos depois...

Eu estava absorto, observando a pequena roda de crianças reunidas no centro de bem-estar. Utilizei minha audição aguçada para captar cada palavra que ecoava naquele espaço.

Uma menina de nove anos, com seus grandes olhos vermelhos, desafiou as suspeitas de todos com determinação. Ela irradiava beleza com sua aparência de pequena princesa das fadas, seus olhos repletos de lágrimas a tornavam ainda mais cativante.

Enquanto todos ao seu redor a encaravam com desdém e hostilidade, ela se sentiu profundamente injustiçada e lutou para conter as lágrimas enquanto tentava se explicar:

— Eu não sou uma ladra! —  ela exclamou com veemência —  Essa jade... é minha! Minha mãe a deixou para mim! Eu... eu não sou uma ladra!

Eu, que observava a cena, sabia a verdade e me aproximei do grupo, ansioso por esclarecer o equívoco que pairava no ar.

De pé em frente a ela, estava outra garota da mesma idade. Inclinando a cabeça, a garota a olhou com frieza antes de se virar e sorrir inocentemente para as outras crianças. Comparada a ela, a menina parecia doce e altiva, como se fosse uma pequena princesa banhada pelo amor de todos.

Assim que a garota falou, as crianças ao redor imediatamente saíram em sua defesa, formando uma barreira de desconfiança em torno da menina que chorava:

— Você está obviamente mentindo! Como a Rochelle poderia ser uma ladra?—

— Claro, isso é impossível! Por que a Rochelle roubaria suas coisas? Claramente, foi você quem roubou dela!

Diante de todas essas acusações e questionamentos, a menina não conseguiu dar explicações convincentes para se defender. Absolutamente magoada, ela esfregou os olhos amargamente e desatou a chorar:

— Esse é realmente o meu jade! Por favor, devolva...

Eu me coloquei ao lado das crianças ao mesmo tempo em que a tal Rochelle olhou triunfante para a menina e virou— se para falar com todos:

— Está claro para todos! Diana é a ladra! Não brinquem mais com ela! Os ladrões são maus!

Com um tom de indignação, respondi enquanto pegava o colar de jade da mão da garotinha:

— Eu vi tudo com meus próprios olhos, como você pode mentir tão descaradamente?

Um silêncio solene se instalou no nosso entorno enquanto eu olhava para Diana, gentilmente enxugando suas lágrimas.

— Não ligue para essas crianças — murmurei calmamente para ela. — Eu acredito em você.

Os olhos da garotinha se iluminaram e ela chorou ainda mais, chamando a atenção da responsável pelo centro, que olhou para as crianças paralisadas.

— O que está acontecendo, Senhor Aldrin? —  ela perguntou, desesperada. Meu avô era um grande contribuinte desta instituição e sempre me via participando de suas atividades.

— Essas crianças estão acusando a menina que está chorando de ladra, quando na verdade foi a tal Rochelle que mentiu e roubou o colar dela —  expliquei, e a atenção rapidamente se voltou para nós. — Se me lembro bem, há câmeras por todo o prédio.

A expressão da diretora ficou envergonhada quando pedi acesso às câmeras, e elas foram trazidas imediatamente. As imagens deixaram claro o que realmente aconteceu.

Olhei para as crianças, que encolheram— se, exceto Diana, que permanecia ao meu lado, segurando minha mão.

— Isso é prova suficiente! —  declarei com calma, virando-me para a diretora.

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