5 - Aroma

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Nah, eu consegui vir hoje, amores. Vamos aproveitar.

Os dias após o incidente das explosões foram difíceis para Eijiro

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Os dias após o incidente das explosões foram difíceis para Eijiro. Por mais que tentasse conter os surtos, eles vieram, em crises cada vez mais potentes até que ele finalmente se rendesse ao desespero e vazio dentro de si. 

Os amigos se revezaram entre cuidar de Yuto e estar ao seu lado. Até mesmo os sogros vieram o confortar sem muito sucesso, bem como suas mães. Não adiantava, tudo o que ele queria era poder beijar e estar com seu ômega, ser abraçado e acalentado por ele, ninguém mais. Apenas seu filhote podia fazê-lo parar de chorar, mas ele não queria que ele o visse daquele jeito miserável. 

Arrastando-se pelo apartamento, ele visitou as fotos antigas que mantinha guardadas, sufocando em lágrimas e soluços enquanto perguntava ao silêncio o porquê de ter que passar por tudo aquilo. 

Por quê o destino tinha que ser tão cruel e roubar de si seu único companheiro. Eijiro morreria mil vezes no lugar dele. 

No quinto dia, após muito chorar e se arrastar pelo apartamento vazio, ele decidiu que era hora de se reerguer. Havia uma vida a ser vivida e ele não podia se dar ao luxo de parar toda a rotina por tanto tempo. 

Lentamente ele limpou a casa, lutando contra a vontade de apenas sentar e permanecer no mesmo lugar sem se mover. Queria ver Yuto e não podia recebê-lo em um lugar sujo ou parecendo tão miserável. 

Ao chegar na lavanderia, ele pegou o uniforme e, antes de jogar na maquina, paralisou com o aroma que sentiu. Pensando ser apenas imaginação de sua mente magoada, ele arriscou aproximar a peça do nariz e farejou. Debaixo do odor do próprio suor e fuligem, havia o de caramelo. Seu coração palpitou mais forte e ele aspirou com mais vigor, ansioso para constatar que não era ilusão. 

Ele jogou a peça na máquina e se afastou, balançando a cabeça negativamente. Não podia ser, era impossível que aquele aroma fosse realmente real.

Mas e se...

Eijiro pegou novamente a peça de roupa e aspirou, dessa vez concentrado em cada detalhe. O aroma doce, levemente picante do jeito que sua memória se recusava a esquecer. Tão único e pessoal.

O aroma de Katsuki.

Seus dedos tremiam e ele debateu consigo mesmo sobre a possibilidade durante cinco segundos antes de decidir que precisava colocar aquela teoria à prova.

Mesmo sem saber o que esperar, ele saiu correndo do apartamento carregando a peça de roupa nas mãos e esmurrou a porta de Kaminari sem nem mesmo verificar se ele estava em casa. O beta resmungou e abriu a porta sonolento. 

— Bro! — ele exclamou feliz ao perceber a presença do alfa — Você está melhor!

Ansioso, o alfa não registrou as palavras do amigo, entrando no apartamento. 

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