13 - Estilhaços

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Olá, gente. Como vão? Já adianto que o capítulo tá bem visceral, então, fiquem atentos aos alertas de gatilho abaixo.

Alerta de gatilho: menções a violência e automutilação. 

A medida que os dias e semanas se passavam, se tornava mais nítido que o trauma de Katsuki não era uma situação superficial ou passageira

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A medida que os dias e semanas se passavam, se tornava mais nítido que o trauma de Katsuki não era uma situação superficial ou passageira. Ao menos não algo que pudesse ser resolvido em pouco tempo e sem esforço algum. Ele tinha muitos bloqueios mentais e a terapia o deixava instável quando mexia nesses assuntos.

Isso aumentava a ira de Eijiro. Seu alfa interno o culpava por ter deixado seu companheiro chegar nessa situação e, não mais de uma vez, ele chorou sozinho depois de colocar o filhote para dormir. Os médicos não tinham liberado Katsuki para sair por causa dos surtos psicóticos que vinha experimentando, alguns violentos e perturbadores onde ele acabava se ferindo ou machucando os enfermeiros e médicos, os acusando de serem espiões a mando de Vertigem.

— Podem mandar ele para o inferno, e avisem que eu não vou voltar! — gritou, ensandecido enquanto recuava para um dos cantos da parede.

A intervenção de qualquer outra pessoa que não fosse seu alfa, amigos ou familiares era compreendida por Katsuki como uma tentativa de captura de seu algoz. Normalmente apenas Eijiro conseguia contê-lo, e, dependendo da situação, nem mesmo ele. Alguns surtos eram tão fortes que o ômega de Katsuki não o permitia ver além das ilusões criadas por sua mente fragilizada.

Vê-lo dopado a maior parte do tempo também não era uma situação que agradava ao alfa. Os médicos e especialistas em medicina mental e omeganista, aconselhavam paciência e cautela, pois Katsuki estava sensível aos anos de abuso psicológico e lavagem cerebral. Seus instintos estavam em desordem, e ele tinha dificuldade em os conectar de maneira harmoniosa.

— As medicações vão ajudar ele a se situar melhor e evitar que tenha uma queda. 

Eijiro compreendia bem a importância do tratamento e, por mais que machucasse seu coração ver seu companheiro tão fragmentado, ele não iria ceder aos instintos. Em verdade, não fossem seus princípios, teria ido até a prisão onde estavam mantendo Vertigem para retribuir o favor quebrando a cara dele. 

Naquela manhã, Katsuki tinha acordado em mais um surto, jurando que Vertigem estava se escondendo em algum lugar do quarto. Ele gritou, se machucou e quebrou todos os itens que estavam mais próximos, tentando ao máximo se defender de uma ameaça invisível. As pulseiras inibidoras de peculiaridade foi o que impediu que todo o prédio voasse pelos ares. 

O alfa chegou alguns poucos segundos antes e entrou para o confortar. 

Em vão. 

A fúria cega de Katsuki o impediu de processar exatamente onde estava e reconhecer quem estava ao seu redor, e suas garras e presas ômega sobressaíram e foram usadas para tentar evitar que alguém se aproximasse. Por estar segurando-o em um abraço, Eijiro aceitou os ferimentos com medo de machucar o esposo nas farpas afiadas que sua pele se tornava ao ativar a própria individualidade. 

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