Olá, gente. Como vão? Já adianto que o capítulo tá bem visceral, então, fiquem atentos aos alertas de gatilho abaixo.
Alerta de gatilho: menções a violência e automutilação.
A medida que os dias e semanas se passavam, se tornava mais nítido que o trauma de Katsuki não era uma situação superficial ou passageira. Ao menos não algo que pudesse ser resolvido em pouco tempo e sem esforço algum. Ele tinha muitos bloqueios mentais e a terapia o deixava instável quando mexia nesses assuntos.
Isso aumentava a ira de Eijiro. Seu alfa interno o culpava por ter deixado seu companheiro chegar nessa situação e, não mais de uma vez, ele chorou sozinho depois de colocar o filhote para dormir. Os médicos não tinham liberado Katsuki para sair por causa dos surtos psicóticos que vinha experimentando, alguns violentos e perturbadores onde ele acabava se ferindo ou machucando os enfermeiros e médicos, os acusando de serem espiões a mando de Vertigem.
— Podem mandar ele para o inferno, e avisem que eu não vou voltar! — gritou, ensandecido enquanto recuava para um dos cantos da parede.
A intervenção de qualquer outra pessoa que não fosse seu alfa, amigos ou familiares era compreendida por Katsuki como uma tentativa de captura de seu algoz. Normalmente apenas Eijiro conseguia contê-lo, e, dependendo da situação, nem mesmo ele. Alguns surtos eram tão fortes que o ômega de Katsuki não o permitia ver além das ilusões criadas por sua mente fragilizada.
Vê-lo dopado a maior parte do tempo também não era uma situação que agradava ao alfa. Os médicos e especialistas em medicina mental e omeganista, aconselhavam paciência e cautela, pois Katsuki estava sensível aos anos de abuso psicológico e lavagem cerebral. Seus instintos estavam em desordem, e ele tinha dificuldade em os conectar de maneira harmoniosa.
— As medicações vão ajudar ele a se situar melhor e evitar que tenha uma queda.
Eijiro compreendia bem a importância do tratamento e, por mais que machucasse seu coração ver seu companheiro tão fragmentado, ele não iria ceder aos instintos. Em verdade, não fossem seus princípios, teria ido até a prisão onde estavam mantendo Vertigem para retribuir o favor quebrando a cara dele.
Naquela manhã, Katsuki tinha acordado em mais um surto, jurando que Vertigem estava se escondendo em algum lugar do quarto. Ele gritou, se machucou e quebrou todos os itens que estavam mais próximos, tentando ao máximo se defender de uma ameaça invisível. As pulseiras inibidoras de peculiaridade foi o que impediu que todo o prédio voasse pelos ares.
O alfa chegou alguns poucos segundos antes e entrou para o confortar.
Em vão.
A fúria cega de Katsuki o impediu de processar exatamente onde estava e reconhecer quem estava ao seu redor, e suas garras e presas ômega sobressaíram e foram usadas para tentar evitar que alguém se aproximasse. Por estar segurando-o em um abraço, Eijiro aceitou os ferimentos com medo de machucar o esposo nas farpas afiadas que sua pele se tornava ao ativar a própria individualidade.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Fragmentado
Fanfiction[concluído] Por dois anos, Kirishima de alguma maneira conseguiu sobreviver a morte de seu companheiro e seguir em frente sem sucumbir à tristeza e solidão do luto. Isso até Yuto, seu pequeno e único filho lhe perguntar: - Pai, porque só eu tenho v...