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O sol esquenta a minha face pelas brechas dos galhos das árvores, sinto minhas bochechas ficarem ardidas mas preciso terminar de lavar essas roupas, Deus que cansaço. Voltar a morar por essas bandas foi uma escolha perigosa, não me arrependo mas foi arriscado. Poderia ter ido para casa que recebi como indenização do Senhor Montenegro, ainda achei um pouco descabido ter recebido esse imóvel mas entendi o porque ele queria tanto se redimir comigo. Senhor Montenegro era um homem sério, justo mas com um temperamento terrível e quando a doença começou a corroê-lo apenas tolerava a mim, aos meus meninos e ao cão encarnado do Patrício, seu filho. O tanto que sofri nesses últimos meses, o tanto que Patrício me assustou e me perseguiu, o tanto que ele tentou me humilhar, para seu azar eu não era mais a menina boba e ele só conheceu a Raíssa arredia e rebelde, minha pior versão. Aquele homem odioso me queria e eu queria ele era longe de mim, tenho asco daquele ser horripilante.
O encardido até tentava aproximar-se das crianças para ver se conseguia me ganhar mas nenhum deles gostavam da proximidade forçada e eu não aguentava mais dispensa-lo repetidas vezes. Insistente, inconveniente, esnobe, irritante ! Eu sou casada, mesmo que não more com meu marido, pelas leis do céu e dos homens eu era casada e mesmo deixando isso bem claro ele não parava de insistir, faltando com respeito a mim e ao meu matrimônio. Suas insinuações absurdas e suas tentativas descabidas de tocar-me me enojavam muito. Os poucos meses que eu passei naquela casa foram horríveis, o trabalho não era pesado mas viver com Patrício era a pior coisa que podia acontecer. Senhor Montenegro brigava com ele, se desgastava, gritava e dizia que não era para me tratar daquela maneira. Quando eu percebi que seu corpo já estava muito frágil, parei de lhe confidenciar minhas lamúrias e quando me questionava dizia que Patrício não me incomodava mais, mentia para que aquele pobre homem tivesse paz em seus últimos momentos de vida, mesmo rancoroso e amargurado ; eu e meus filhos conseguimos lhe dar bons momentos, pelo menos tentávamos quando Patrício nos deixava em paz... Esqueça, esqueça esse bastardo, ele não mais lhe incomodara.
Vou a beira do rio e enxáguo o tecido branco pesado que tentava limpar, vejo a mancha de vinho ainda levemente marcada no algodão grosso. Esse era meu trabalho agora, poderia estar reclamando mas o ônus de trabalhar como lavandeira vale pelo bônus de viver aqui com tranquilidade. A casa que recebi simplesmente não me trazia paz, morar nela estava fora de questão desde o início. Por isso, decidi alugar a casa no centro e ter uma renda um pouquinho melhor, não é muito dinheiro mas é o suficiente para nós quatro, afinal sou apenas eu para alimentar quatro bocas e um bico.
Hoje moramos em uma comunidade rural muito bonita e acolhedora. As casas são pequenas mas são todas feitas de tijolos e pintadinhas de branco por fora, não temos energia elétrica e o saneamento não é dos mais adequados mas eu amo viver aqui com meus meninos. Vivem aqui apenas treze famílias, cada um na sua casa, o Senhor Marinho não se importa com nossa estadia em seu terreno, ele até prefere. Não sei se é verdade mas disseram que alguns anos atrás por as terras não terem utilidade e nem movimentação, pelo menos nesse lado do rio, os sindicatos entraram com processos para ocuparem essa região, conosco aqui eles não podem fazer isso, beneficiando o dono e a nós.
Apesar de sermos conhecidos como Comunidade das Lavandeiras, o que para mim sempre trás um ar meio poético, algumas moças daqui trabalham como domésticas, artesãs, costureiras, há alguns homens que, em sua totalidade, são peões da fazenda que se casaram com alguma moradora da comunidade e por aqui residem. O Senhor Marinho realmente quer que fiquemos por aqui, ele não quer perder as terras creio eu, e construiu até mesmo uma escola com direito a uma professora todos os dias além de duas vezes na semana uma professora de música e uma pequena capela onde todo domingo tem missa.
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Nosso amar poético.
Romance🔞Não recomendado para menores de idade. Jorge é um homem obstinado e destemido. Depois de uma vida inteira de privações financeiras, de forma honrosa, ele conquista um império bilionário, mas... a qual custo? O custo foi todo o seu coração tê-lo a...