Capítulo 07- Mudanças substanciais.

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Nada é mais frustrante do que essa mulher. Teimosa, arredia, uma verdadeira cabrita sem freios. Olho em seus olhos e só consigo imaginar uma coisa, o quanto eu vou ter que ser firme para tudo voltar ao normal. O quanto eu vou ter que ser duro com ela para que volte a me ver como o homem da casa e não como seu maior inimigo, mas, principalmente, o quanto será difícil fazê-la aceitar que daqui ela não sai. E não sai mesmo.

- Eu já disse o que tinha para dizer- Afirmou com a voz dura. - Não acho que precise escutar uma quinta ou sexta vez. - Seus ombros estão tensos de tanta raiva, é quase palpável sua irritação.

- Eu não vou abrir mão dos meus direitos como marido, que isso fique bem claro. - A verdade precisa ser dita mesmo ela sendo clara; minha mulher, minhas regras.

- Eu não vou abrir mão de lhe manter o mais longe possível! Eu não me importo de dormir na sala, pode ficar no seu confortável palácio patético ! - Tenta passar por mim mas eu a seguro e prendo na parede com força.

Sinto que meus dedos apertam mais do que o necessário e rapidamente afrouxo o aperto, para não deixá-la machucada... jamais machucaria sua bela pele morena. Seus olhos se esbugalham expressivos, encarando atentamente o meu rosto, procurando algo ou talvez sondando as marcas que a idade deixou na minha pele. Suas mãos ternas me mantém afastado, seus finos e delicados dedos são pressionados contra o meu peitoral com uma firmeza que somente a mão de uma boa lavadeira teria.

- Você vai dormir na cama, comigo! - Rosno - Nem que eu lhe amarre. - O meu aviso era claro, mesmo que a proximidade dos nossos corpos me deixassem levemente distraído, o ódio que eu sentia tremer em meu peito era de enjaular leões.

- Eu não vou dormir com você.- Aqueles doces lábios insistem em teimar comigo, como se houvesse em sua condição alguma autoridade ou liberdade de escolha. Já falei que irei educa-la e farei isso na marra.

- Você é a minha mulher, você vai dormir comigo. - Aviso e a empurro para dentro do nosso quarto.

- Você está louco, pior do que já era. - Rosna se afastando de mim.

- E você está muito atrevida e completamente fora da realidade. - Tranco a porta do quarto - Você não vai sair daqui e vai parar de me dar trabalho !

- Trabalho ? Fala como se eu fosse uma criança! Isso é absurdo, quero ir embora ! - Vejo o esgotamento em sua face e sinto pena, talvez eu esteja indo rápido demais.

É que... ela nunca esteve mais linda em toda a sua vida, nunca quis tanto a possuir. Vê-la aqui nessa casa, finalmente saber que posso dar a ela o conforto que ela merece e a segurança que eu sempre quis a proporcionar. Nessa casa ela vai ser a rainha, como já é no meu coração, ela vai mandar e desmandar, ela vai construir um lar e eu vou estar aqui para ser acolhido pela sua maternalidade, bobo e apaixonado.

Mas até lá eu sei que passaremos por muitas coisas, ela não vai amansar do dia para noite e por isso eu preciso me manter firme! Preciso me assegurar que ela nunca mais vai me deixar, preciso ter a certeza que ela saiba que não tem outra saída, sou eu ou eu.

- Vá descansar, amanhã conversaremos.

- Eu não quero conversar amanhã, eu quero resolver isso logo hoje !

- Vá se aquietar !  - Reclamo- Por hoje não tem mais nada a ser feito, vai tomar um banho e vista uma das roupas do closet.

- Eu não vou vestir nada.

- Então, fique nua ! Para mim é até melhor.

- Você é um descarado, um imoral !

- E você é uma teimosa, uma cabeça dura e é desobediente! Vá se aquietar. - Dou as costas e saio do quarto deixando a porta destrancada, não vou mantê-la prisioneira.

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