Capítulo 04- Ele soube me amar e me odiar.

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- Mamãe.

- Hum - Resmungo abrindo os olhos.

- Acordei ocê, mamãe?

- Não, Gabi - Levanto o rosto ainda meio adormecida- O que foi meu amor?

- É que eu acordei e não estou mais conseguindo dormir. - Pego seu corpinho e trago mais para perto.

- Põe a cabeça no braço da mamãe, tem que dormir filha. - Digo tentando me manter acordada.

- Não, é que eu tô pleocupada - Gabi ainda falava algumas palavras erradas, eu sempre a corrijo para ela aprender mas sei que é normal, ela só tem cinco anos.

- Se fala preocupada, amor. - Sorrio doce e me sento - Fale para mamãe, o que está lhe preocupando.

- Pepê não ama mais nosso papai ? -Uau! Isso foi de repente. Abro meus olhos e encaro seus olhinhos grande e expressivos e vejo neles um misto de medo e abandono, abandono que ela nunca passou, ou melhor; abandono que eu forcei ela a passar. Uma dor no meu coração surge como se eu fosse morrer naquele momento. Desperto completamente.

- Ama filha, não entendi a pergunta. - Sei exatamente o que estamos falando e sei exatamente o motivo de estarmos falando, mas as vezes se fazer de sonsa é o melhor.

- Mãezinha, Pepê disse que queria que tio Zé fosse nosso papaizinho, eu não quero ! - Afirma com os olhinhos marejados. - Eu gosto do tio mas eu amo muito o papai. - Me ajeito na cama meio dolorida e respiro fundo. Preparo meu emocional para o que vai acontecer.

- O papai de vocês sempre vai ser o mesmo, ele ama muito vocês e eu sei que vocês amam a ele. Pepê só está chateado por não ver o papai, só isso meu amor.

- Mas é porque o papai está ocupado tlaabalhando, né mamãe ? - Pergunta.

- Trabalhando, tra - Falo calma alisando seu cabelo- Papai está trabalhando, ele é um homem muito forte e trabalhador, certo ?

- Mas ele vai voltar, né ? Esse trabalho vai acabar ? - Engulo as lágrimas para não deixá-la mais preocupada, Deus! Como eu fui boba, como eu pude fazer isso com meus filhos ? Controle-se, eles já tem uma mãe covarde e não precisam de uma mãe fraca também.

- Amor, a mamãe também tem que trabalhar aqui, certo ? - Falo tentando fugir do assunto - O papai queria estar com vocês o tempo todinho, mamãe que tá deixando vocês longe um do outro.

- Mamãe, e se a senhora for trabalhar lá ? - Fala fungando. - A senhora não pode trabalhar lá ou ele aqui ? Para gente voltar a dormir juntinhos !- Abraça a si mesmo para mostrar o quão juntinhos quer dormir- Quero abraçar o papai bem assim, ó! - E balança o rostinho botando mais força no abraço.

- Filha, mamãe sabe, desculpa a mamãe. - Não aguento as lágrimas e abraço- A culpa é da mamãe, desculpa.

- Mamãe, não chola.

- Chora, ra, r de rato, meu amor. - Falo tentando me acalmar. - Tá certo ?

- Uhum, mas o Pepê vai ficar muito feliz quando o papai voltar - Faz cara de brava - Ele só é bobão, papai ama a gente; eu, Pepê, Gaelzinho e a senhora - Oh Deus, ele não me ama mais, ele não ama ! As lágrimas descem sem controle e eu beijo os cabelos de Gabriela. - Quando o papai voltar quero ficar bem bonita para recebê-lo, vou correr e abraçar ele e falar assim "eu tenho o melhor papai do mundo !" - Sorrio triste.

- Meu amor, sentimentos não são coisas bobas. O que seu irmão sente é algo dele, dói mas precisamos respeitar. Eu sou a mãe do Pepê e o educo mas você é a irmã e tem que ajudar ele a passar isso, só que com muito carinho.

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